Capítulo 11

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Jimin

Amanhã foi tensa para mim, até Jungkook sentiu. Ele tinha poucos itens pessoais no escritório, mas o ajudei a encaixotar alguns prêmios, livros e algumas camisas que ele guardava lá para emergências.

Balancei a cabeça enquanto dobrava uma, passando o dedo pela manga. Todas as camisas deles eram encomendadas, e suas iniciais JJK bordadas nas abotoaduras; um toque decadente que só ele podia fazer.

Seus itens couberam em duas caixas de arquivo. Seu escritório era impessoal como seu apartamento. Olhando em volta, percebi que não parecia nada diferente. Ninguém iria reparar, a não ser que alguém procurasse.

Uma pequena peça esculpida chamou minha atenção e me estiquei para pegá-la da prateleira.

— Você queria levar isso, Jungkook?

Ele focou seu olhar na escultura, mas, antes que conseguisse responder, a porta do seu escritório se abriu e David entrou. Ele ficou paralisado, olhando para nós. Jungkook estava encostado em sua escrivaninha, com a carta de demissão na mão, eu em pé, segurando a escultura ao lado da caixa aberta.

A expressão de David ficou nebulosa.

— Que merda está acontecendo aqui?

Jungkook se desencostou de sua mesa, passeando até onde eu estava. Pegou a escultura de minha mão e sorriu ao jogá-la na caixa e tampá-la.

— Acho que acabamos aqui, Jimin. Vá para sua mesa e espere por mim. Congelei no lugar. A sensação dos dedos dele descerem por minha bochecha tirou-me de meu estupor. — Docinho. Ele murmurou. Sua voz era um murmúrio baixo em meus ouvidos. — Vá.

Pisquei para ele. Docinho? O que ele estava fazendo? Ele se inclinou se aproximando mais, e sua respiração aqueceu minha pele.

— Ficarei bem, vá para sua mesa. Sairemos em um minuto. Sua mão envolveu minha cintura e me empurrou para frente.

Completamente perdido, fiz o que ele pediu. Não tinha andado mais que dois metros e David começou a gritar. Ele xingou, gritou e se esticou para pegar meu braço. Jungkook o empurrou para longe, ficando entre nós.

— Não o toque, David. Você me entendeu?

— Que porra! Você está fodendo seu assistente, Jungkook? Está me dizendo que está tendo um caso com seu assistente?

Prendi minha respiração, sem saber o que aconteceria em seguida.

— Não é um caso, David. Estamos apaixonados.

David riu uma risada seca e irritada que não tinha humor.

— Apaixonado? ele zombou. — Você não o suporta. Está tentando se livrar dele há meses!

— Um bom disfarce. Que você caiu: fisgado, pescado e morto.

A voz de David estava gelada.

— Você acabou de assinar seu atestado de morte nesta empresa.

Jungkook sorriu.

— Tarde demais. Ele empurrou duas páginas de papéis com o selo da empresa na direção de David. — Eu me demito. Assim como meu noivo.

David abriu a boca.

— Seu Noivo? Vai jogar sua carreira fora por uma bunda desprezível? Uma foda nojenta e sem valor?

Aconteceu muito rápido, não tive tempo de impedir. Em um segundo, David estava gritando, no outro, Jungkook estava em cima de David de bruços, com a mão flexionada tão apertada que seus nós estavam brancos. Ele se erguia sobre David com o peito arfante; ele era a imagem exata de um homem protegendo alguma coisa, ou alguém que ele amava.

O Contrato (Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora