O Contrato (Revisando)

Capítulo 23

Jungkook

Jimin ficou quieto o resto da noite. A chuva veio e foi diminuindo lá pela meia-noite. Taemin sentiu a confusão no ar e tentou ser discreto. Em certo momento, ele me perguntou se Jimin estava bem.

— Nós, ahn, tivemos uma discussão. Admiti.

Casais discutiam; minha resposta parecia provável.

— Por causa do que aconteceu mais cedo?

— Sim.

Eu não disse a que evento mais cedo estava me referindo. Deixei que pensasse que era por causa do que aconteceu com Penny.

— Querem que eu vá embora?

— Não, está tudo bem.

— Não durmam brigados. Conversem. ela encorajou. — Vou subir logo e lhes dar privacidade.

Sem saber o que dizer, assenti. Eu não fazia ideia do que falar para Jimin, mas, assim que Taemin subiu, ele o seguiu. Esperei um pouco, desliguei a TV e me juntei a ele no quarto. Ele já estava na cama, encolhido e perto da beirada.

Preparei-me e deitei atrás de seu corpo pequeno e quente. Hesitei, então estiquei o braço, puxando-o para mim.

— Não fique bravo comigo.

— Não estou, só estou triste. Ele suspirou.

— Não posso mudar quem eu sou.

Ele virou os olhos no escuro para me encarar.

— Acho que você mudou de alguma forma.

— Talvez — admiti. — Mas ainda não muda como me sinto sobre certas coisas: filhos e amor são duas delas.

— Tudo é preto e branco com você.

— Tem de ser. É como lido com a vida.

— Você perde muito assim.

Passei meu dedo por sua bochecha, tocando a maciez de sua pele no escuro. Uma trilha de umidade, e eu sabia que ele esteve chorando. Isso me incomodava pensar nele ali deitada, chateado.

— Jimin — comecei.

— O quê? — ele sussurrou.

— Sei que isso ficou grande e mais complexo. Sei que você é uma pessoa melhor que eu, e isso te incomoda. Não esperava que os Kim fossem parte da nossa vida fora do escritório. Não tinha planejado conhecer Penny e ficar ligado a ela. Não há nada que podemos fazer sobre isso agora, exceto seguir o fluxo. Não consigo mudar minha perspectiva porque é no que acredito. No entanto, há uma coisa que você está errado.

— E o que é?

Peguei seu rosto, trazendo-o perto do meu.

— O fato de eu não gostar de você. Longe disso. Arrependo-me de cada palavra maldosa, cada tarefa horrível que eu mandava você executar, e cada trabalho sujo que obriguei você a fazer. Acho que é incrivelmente corajoso de ter concordado nisso comigo, e os motivos pelos quais fez isso me deixam admirado. Você é altruísta e gentil, e o fato de ter se tornado tão importante para mim é uma prova do quanto é especial.

Lágrimas quentes desceram por seu rosto. Gemi, incapaz de aguentar mais emoção naquele dia.

— Jesus, Homem — resmunguei brincando. — Tento ser legal e você chora. Desisto. Vou voltar a ser um idiota. Ele bateu na minha mão.

— Não, está tudo bem. Vou parar. — Ele fungou. — Isso foi inesperado. Só isso.

— Estou tentando me desculpar.