— Não existe a mínima possibilidade disso dar certo, Eliza. - eu disse pela décima vez.O pedido da minha advogada para que eu respondesse a sentença em liberdade, finalmente, foi aceito ontem.
O certo seria eu trabalhar durante o dia e ir para a casa de Albergado durante o período da noite, mas por bom comportamento, minha advogada conseguiu que eu ficasse em prisão domiciliar.
O problema é que eu não fazia ideia do quanto eu estaria fodido depois que saísse do presídio. Minha empresa, minha casa e até meu carro foram vendidos depois da minha sentença.
Porém, por ironia do destino, assim que saí do sistema carcerário reencontrei minha ex-mulher.
Fiquei surpreso e confuso quando vi ela me esperando lá fora. A última vez que eu vi a Eliza, o Rodrigo tinha 3 anos, jamais iria imaginar que ela seria a primeira pessoa a me acolher, ainda mais pelo que eu fiz quando nos divorciamos.
Mesmo não tendo motivos visíveis, ela me ajudou. Disse que eu iria morar com ela e com o filho durante o tempo que fosse necessário até eu conseguir ajeitar minha vida.
O plano correria super bem, se a Eliza não tivesse a brilhante ideia de fazer um almoço na casa dela e chamar todos os parentes para participar.
— É claro que tem, Victor. - respondeu tentando me convencer.
— A sua família me odeia, se descobrirem que eu estou aqui, vão me despachar!
— Essa é a minha casa, ninguém vai encostar em você.
— E o Rodrigo? - perguntei - Já pensou no que ele vai fazer quando descobrir que eu vou estar debaixo do mesmo teto que a mulher dele?
— Ele não vai descobrir. É só você ficar quietinho e deixar a porta fechada! - revirei os olhos.
— Leonardo, me ajuda a convencer sua mãe de que isso é uma péssima ideia.
— Não acho que seja uma péssima ideia. - ele disse e eu suspirei - Além disso, você não tem para onde ir, Victor.
—Ele tá certo. - a Eliza disse e depois se virou para o garoto - Filho, deixa eu conversar a sós com o Victor rapidinho, por favor.
— Você está cometendo um grande erro, Eliza. - disse depois do menino sair.
— Estou cometendo um erro por tentar te ajudar? - me sentei na cama e ela sentou ao meu lado - Vai dar certo, Victor. É só você fazer o que eu disse!
— Por que, Eliza? - franziu o cenho - Por que tá me ajudando depois de tudo que eu fiz com você e com o nosso filho?
— Porque eu ainda consigo enxergar seu lado bom. - pôs sua mão sobre a minha - Você não é uma pessoa ruim, Victor. Só passou por situações que te deixaram assim.
— Como você tem coragem de dizer isso depois de tudo que eu fiz? - sorri ironicamente.
— Porque eu sou a única pessoa que te conhece de verdade! - encarei seus olhos - A única que conhece o verdadeiro Victor por trás de toda essa carranca.
Respirei fundo, levei sua mão até os lábios e deixei um beijo.
— Obrigada.
— Não precisa agradecer, pelo menos, ainda não. - sorriu e se levantou - Bom, eu já conversei com o Léo e ele me prometeu que vai ficar de boca fechada.
— Se não fosse pelos olhos, poderia jurar que estou revendo o Rodrigo com 13 anos.
— Eu precisaria de você pra conseguir fazer outro filho com olhos tão azuis. - rimos juntos - Descansa um pouco, você tá precisando! - disse antes de fechar a porta.
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After the Dark Journey
Mystery / Thriller* 2° livro da sequência "Dark Journey" * Aksa Fernández, passou por diversas dificuldades até se tornar CEO de uma grande empresa multinacional. Dor, solidão e superação sempre foram seus companheiros de vida, porém mesmo após superar seu maior tra...