Capítulo XI

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Já devia ser por volta das 11:20 ou 11:30, estava tão concentrada nos contratos à minha frente que nem percebi o meu celular tocar. Atendi quando a pessoa ligou pela segunda vez.

— Oi. - ajeitei o celular entre a orelha e o pescoço.

— Eae, gatinha.

— Oi, Alice. Tá tudo bem?

— Está sim, só liguei pra avisar que a Letícia pediu pra você ir lá no laboratório durante seu horário de almoço.

— Agora? - olhei no relógio - Você me avisou um pouquinho em cima da hora, né flor.

— Não era nem para você estar trabalhando hoje, Aksa. Seu casamento é amanhã, nunca vi uma noiva se preocupar tanto com o trabalho quando o casamento é no dia seguinte!

— É que eu estou super ansiosa, tô tentando me distrair um pouco. - suspirei e me afastei dos papéis - Quase seis meses procurando um buquê e até hoje não achei um que eu me identificasse, Alice. Você é minha madrinha, está vendo toda minha luta com isso desde o início do noivado!

— Calma, amiga.

— Acho que vou pegar qualquer um mesmo. - escorei a cabeça na cadeira.

— Relaxa, Aksa. - fez uma pausa - Preciso desligar, meu voo foi anunciado. Se tudo der certo, chego aí no Rio ainda hoje!

— Assim espero. - sorri - Beijo meu amor, boa viagem.

Desliguei a chamada e já peguei minha bolsa. Passei pela recepção antes de entrar no elevador.

— Já vai almoçar? - Laura perguntou quando me aproximei.

— Já, mas como a Alice acabou de pedir para eu passar no Laboratório que a Let trabalha, vou demorar mais que o normal.

— Tudo bem, fica tranquila. Você já adiantou todos os seus compromissos desta semana, então não há com o que se preocupar! - sorri - Mas, me fala, como tá seu coraçãozinho sabendo que o casamento tá chegando?

— Entusiasmado, ansioso e preocupado. Ainda não encontrei um buquê!

— Sério? - assenti.

— Depois que eu sair da Mt' vou na floricultura pela última vez, mas se eu não achar alguma flor que me agrade, vou pegar a que mais combine com a decoração. - dei de ombros.

— Com certeza você vai achar alguma, fica tranquila. - disse sorrindo e eu retribuí.

Ao me virar para entrar no elevador, escutei um choro bem baixinho de criança atrás de mim e acabei sorrindo por já saber quem era.

— Que foi, filha? - ouvi o Noah dizer - Nós já vamos, não precisa chorar.

  — O que foi, princesa? O papai tá judiando de você? - eu disse quando eles pararam ao meu lado - Vem cá na dinda, vem.

Peguei-a no colo e, instantaneamente, ela deitou a cabeça no meu ombro.

— Ela tá meio manhosa hoje, não sei por quê. - Noah disse ao entrarmos no elevador.

— Que horas você pegou ela?

— Umas 7:00, por aí.

— Então, é isso. Ela tá com sono! - balancei-a no meu colo - Flávia, como pode sua madrinha saber mais sobre você do que seu próprio pai?

— Minha cabeça tá um caos hoje, nem consegui dar atenção para ela direito. - disse meio decepcionado.

— O que foi? Aconteceu alguma coisa?

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