Assim que cheguei no Brasil, falei para minha mãe e pra família da Aksa o verdadeiro motivo de termos ficado mais tempo no Kampala.
A família Fernández, meu cunhado e meu sogro ficaram muito surpresos com a notícia. É óbvio que todos ficaram muito felizes e me desejaram parabéns, mas demoraram um pouco para acreditar, ainda mais porque a Aksa sempre deixou claro que não tinha a mínima vontade de ser mãe.
Já a minha mãe nem perdeu tempo ficando surpresa, assim que contei ela começou pular e chorar de alegria pelo primeiro neto dela.
— Baba. - ouvi a voz de Djevá e acabei sorrindo por achar fofo.
— É, filho. A mamãe tá falando com o papai!
— Estou quase indo aí no Kampala buscar vocês. - disse arrumando o celular entre o ombro e a orelha - Já são três meses longe da minha família, sem contar que eu ainda perdi o primeiro aniversário do nosso filho. Não aguento mais essa saudade! - escutei sua risada de leve.
— Calma, amor. Já já estamos aí no Brasil! - ela deu uma pausa e eu pude ouvir alguns resmungos do nosso garotinho ao fundo - Você comprou a cadeirinha do Djevá que eu te pedi?
— Comprei ontem. - fechei minha mochila, peguei minha jaqueta e saí da delegacia - Onde vocês estão, preta?
— Oi?
— Onde vocês estão? - perguntei outra vez - Tô ouvindo umas vozes de fundo, parece que você tá num lugar cheio.
— É... Nós estamos andando, eu resolvi sair pra dar uma volta com ele!
— Agora? - olhei no relógio - Não tá meio tarde pra você sair na rua sozinha com um bebê, Aksa?
— Já estamos voltando.
— Humm, tá bom. Toma cuidado! - entrei no carro - Preciso desligar, preta. Vou começar a dirigir!
— Okay, mas antes de desligar, eu posso te pedir um favor?
— Claro. - deixei a mochila no banco de trás.
— Vem buscar a gente no aeroporto, por favor. - comecei a rir.
— Para de brincar com isso. Não tem graça! - coloquei o cinto de segurança.
— Mas, eu não tô brincando. É sério!
— Me liga de vídeo, então. - pedi.
— Tá, espera um pouco.
Assim que vi seu rosto, pude notar uma quantidade enorme de pessoas passando atrás dela. Logo em seguida ela mostrou as malas, e direcionou a câmera para o carrinho do Djevá.
— Filho, fala pro papai que nós já estamos no Rio e que precisamos que ele venha nos buscar.
— Não é possível. - senti vontade de chorar e sorrir ao mesmo tempo.
— Vem logo, amor. Já tô nesse aeroporto a mais de 40 minutos esperando seu turno acabar! - ela riu - Não esquece a cadeirinha!
Estava tão surpreso que nem respondi, só desliguei a chamada e liguei o carro.
Por sorte eu já havia instalado a cadeirinha no banco de trás do meu carro, então fui direto para o aeroporto. Dirigi o mais rápido que pude, nem liguei pra multa que iria chegar daqui alguns dias, só estava preocupado em ver a minha família.
Praticamente larguei meu carro no estacionamento e saí correndo para chegar na entrada do aeroporto. Olhei para os lados, mas não vi eles no primeiro momento, até que meu celular começou a tocar.
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After the Dark Journey
Misterio / Suspenso* 2° livro da sequência "Dark Journey" * Aksa Fernández, passou por diversas dificuldades até se tornar CEO de uma grande empresa multinacional. Dor, solidão e superação sempre foram seus companheiros de vida, porém mesmo após superar seu maior tra...