Capítulo XXIII

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Estava em casa, sentado na mesa da cozinha tentando entender aquele monte de arquivos que o Noah me mandou.

Mesmo com a Aksa em coma, as empresas dela continuaram funcionando normalmente, mas como já faz quase 6 meses desde que tudo aconteceu, o Noah precisa tomar algumas decisões mais trabalhosas, e para isso, ele precisa de permissão.

— Eu devia ter feito um curso de administração depois de me casar. - passei a mão pelo cabelo - Meu Deus, preta. Como você deu conta disso tudo?

— Que foi, filho? - minha mãe perguntou.

— São os papéis das empresas da Aksa. - respirei fundo e me recostei na cadeira - Não entendo nada disso aqui, e não quero tomar decisões que prejudiquem o maior sonho da minha esposa.

— Seu pai não pode ajudar? - perguntou lavando a panela.

Até que não é uma má ideia.

— Vou ver com ele, já volto.

Peguei o notebook e fui até a área externa. Assim que atravessei a porta da cozinha, vi a água da piscina espirrar para fora das bordas.

— Cuidado, Léo. Ele ainda é pequeno, pode se afogar! - Victor disse.

— Foi mal. - o garoto respondeu sorrindo com meu filho no colo.

Ainda não consigo entender o motivo do meu filho gostar tanto de água, mas sinto que ele ficaria o dia inteiro dentro da piscina se pudesse.

— Cuidado com a minha criança, Leonardo! - eu disse e ele riu.

Andei até a área de lazer, mais especificamente até a mesa dentro daquela área.

— Pai, preciso da sua ajuda.

— Pode falar.

— O Noah me mandou alguns documentos das empresas da Aksa, mas eu não entendo nada do que tá escrito aqui.

— Deixa eu ver. - pegou o notebook e analisou por um tempo - Isso é simples, são só planos de parceria e associações. Essas cláusulas são as exigências das empresas, já essas são as condições que o Diretor Geral estabeleceu. O Noah trabalha com a Aksa a anos, ele sabe quais as exigências dela, e pelo que eu já analisei dos antigos contratos da Mt', esse se encaixa nos padrões.

— Então, é só assinar? - perguntei.

— Sim, mas se você quiser ter mais certeza, pergunta pro Edgar.

— Tá, vou ver se falo com ele antes de terça. Brigada!

— Por nada.

Peguei o maço que estava no meu bolso, junto com o isqueiro, e acendi um dos cigarros.

— Sabe que sua esposa te mataria se visse você com esse negócio na boca, não sabe?!

Desde que a Aksa foi pro hospital, muitas obrigações ficaram sobre os meus cuidados, e por causa da preocupação acabei adquirindo o péssimo hábito de fumar. Sei o quanto a Aksa ficaria brava, por isso eu tento parar, mas sempre acendo um quando as coisas saem do controle.

— Sei. - soltei a fumaça - Mas, eu me resolvo com ela quando...

— ABAIXA ESSA PORRA DE DEDO PRA FALAR COMIGO! - escutei minha mãe gritando.

Deixei o notebook em cima da mesa e saí andando com pressa, meu pai veio atrás de mim, mas impedi.

— Fica com os meninos, não vou demorar. - assentiu.

Quanto mais me aproximava da porta da cozinha, mais vozes eu conseguia ouvir. Assim que entrei no cômodo, vi o Edgar e a tia da Aksa brigando com a minha mãe.

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