Capítulo XXV

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Cheguei em casa cansado, como sempre, e estranhei não ver a Aksa na sala, por isso fui até a cozinha.

— Boa noite, Cecília.

— Boa noite, senhor Rodrigo. Como foi o trabalho?

— Agitado. Tive que resolver algumas pendências da delegacia! - assentiu - Cadê a Aksa?

— Deitada. Ela disse que não estava se sentindo muito bem! - franzi o cenho.

— Tá, vou lá ver.

Subi as escadas, e ao chegar no segundo andar, passei no quartinho de Djevá, mas como estava vazio, fui para o meu.

Abri a porta e vi meu filho deitado na cama, assistindo desenho, a Aksa estava ao seu lado, e pelo quarto estar todo escuro imaginei que ela estivesse dormindo.

— PAPAI! - veio correndo até mim.

— Já chegou? - minha esposa perguntou com a voz sonolenta.

— Uhum. - peguei nosso filho no colo - Dormindo a essa hora, preta?

— Tô passando mal desde cedo.  Meu estômago tá ruim desde a hora do almoço, cheguei em casa e vomitei minha alma! - me aproximei da cama e coloquei a mão em sua testa.

— Com febre você não tá. Será que foi alguma coisa que você comeu?

— Pode ser.

— Preciso ir ao mercado buscar algumas coisas que a Cecília pediu. Quer que eu traga algo?

— Traz limão.

— Você vai comigo? - ela fez uma careta e eu ri - E você, garotão? Você vai com o papai? - assentiu animado - Viu?! Ele vai comigo.

— Divirtam -se.

Deixei o Djevá na cama e fui trocar de camiseta.

— Não vai querer mais nada além do limão?

— Traz chocolate também, tô com vontade de comer. - franzi o cenho.

A Aksa nunca foi muito chegada em doce por isso achei estranho ela pedir.

— Mais alguma coisa? - perguntei um pouco mais alto por estar dentro do closet - Hoje já é dia 12, sua menstruação tá  prestes a descer, não quer que eu traga absorvente ou sei lá? 

— Não precisa, ainda tem aqui.

—Mas, a última vez que a gente comprou não foi no mês passado?

— Sobrou porque ela não veio. - arregalei os olhos e voltei para o quarto rapidamente.

— Como assim sua menstruação não veio?  

— Minha ginecologista disse que poderia acontecer, já que eu troquei de método anticoncepcional.

— Ela disse que poderia atrasar, não ficar sem vir!

— Tá, tanto faz. - virou para ficar de bruços na cama - Traz o que eu pedi, apaga a luz quando sair, e não é pra comprar mais brinquedo pro Djevá, viu?!

Respirei fundo e mesmo estando espantado com as informações que ela acabou de me passar, vesti a camiseta, peguei minhas chaves e chamei o Djevá.

— Tchau, preta. - beijei sua bochecha e dei um tapa forte em sua bunda.

Ela me tacou o travesseiro, e mesmo estando um pouco longe, ele pegou em cheio nas minhas costas. Ri e segurei a mão do meu pequeno.

Cheguei no mercado com uma lista um pouco grande nas mãos, então tive que ficar andando de um lado para o outro procurando. Só não fiquei cansado porque amo fazer compras com o Djevá, ele sempre fica bem quietinho.

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