cap 3

1.3K 136 6
                                    

**1 ano depois...**

O primeiro ano após o nascimento de Katsuki trouxe uma série de mudanças para a família Kirishima. Eijiro, conhecido como Kirishima, começou a ter sonhos recorrentes que o atormentavam todas as noites. Ele sempre dormia com seu tubarão de pelúcia, buscando conforto. Uma noite, após mais um pesadelo, a tempestade do lado de fora refletia a turbulência dentro do pequeno. Ele se levantou, o coração acelerado, e foi ao quarto de suas mães.

Com passos hesitantes, ele subiu na cama de casal e tentou acordar Mayara.

— Pai?... Pá... pai?! Pai, por favor... acorda! — implorou, começando a chorar, agarrado ao peito de Mayara.

Mayara sentiu um peso atrapalhando sua respiração. Ao abrir os olhos, encontrou seu filhote chorando de bruços no seu peito. Sem saber o que fazer, ela abraçou o garoto, começando a acalmá-lo.

— O que aconteceu, meu anjo? — perguntou preocupada, enquanto Kirishima se acalmava aos poucos.

Kirishima fungava e soluçava, lutando contra as lágrimas que desciam pelo seu rosto.

— Papai... eu n... na... não q... quero ma... ma... machucar o pequeno pêssego! — E o choro, que ele tinha controlado, veio à tona novamente.

Mayara pegou Eijiro no colo e saiu do quarto para não acordar Kiara, que dormia profundamente. Na sala, deitou-se no sofá, colocando o pequeno deitado sobre si, soltando feromônios para tranquilizá-lo.

— Como assim machucar o Katsuki? — perguntou, fazendo carinho nos cabelos negros do menino.

— Eu não sei... eu tive um sonho, que algo... possuía o meu corpo e queria morder o pequeno pêssego. Papai tinha sangue e ele chorava muito... eu não quero que isso aconteça! — disse, os olhos ameaçando chorar de novo.

Mayara ficou lá, acalmando o pequeno, garantindo que tudo ficaria bem e que era apenas um pesadelo. Assim que Kirishima dormiu, Mayara ouviu uma voz interior.

— O Alfa dele já está querendo possuir o corpo dele e marcar o seu destinado!

— Eu sei... se o sonho for verdade, eu tenho que tomar uma providência!

Após uma pequena conversa com sua Alfa interior, Mayara se alinhou com Kirishima e adormeceu no sofá.

---

O dia amanheceu, e Kiara acordou estranhando a cama vazia, pois Mayara sempre a avisava quando saía. Levantou-se, fez sua higiene matinal e, ao sair do quarto, encontrou Mayara dormindo no sofá com Kirishima nos braços. Admirou a cena por um momento. Era lindo de se ver. Aproximou-se e percebeu que o rosto do filho estava inchado e vermelho.

— Ele estava chorando? O que aconteceu? — perguntas inundavam sua mente. Tentou acordar Mayara com alguns sacodes suaves. Assim que a ruiva abriu os olhos, Kiara parou.

— Oi... bom dia!

— Ah... bom dia — respondeu Mayara, sonolenta.

— O que aconteceu na noite passada?

Perguntou Kiara, pegando Kirishima no colo para que Mayara pudesse se levantar do sofá. Assim que a ruiva se levantou, Kiara colocou o pequeno de volta, mais confortável.

— Kirishima teve um sonho.

— Um sonho? O que acontecia nesse sonho?

— Ele diz que algo possuía o corpo dele e mordia o Katsuki, fazendo o pequeno chorar e haver muito sangue ao redor.

Assustada com o que Mayara falou, Kiara olhou para o pequeno, que parecia tão tranquilo em seu sono, como se não tivesse tido um pesadelo na noite passada.

— Mayara, o que isso significa? — perguntou, com medo na voz.

— Significa que o Alfa dele está querendo marcar Katsuki antes da idade adulta.

— E o que faremos? — Kiara perguntou, assustada com o que estava acontecendo.

— Assim que minhas férias acabarem, vamos nos mudar para o Canadá. É melhor colocarmos o Eijiro em um curso de inglês!

Kiara concordou sem retrucar, sabendo que estavam fazendo isso para o bem dos meninos. Além disso, a perspectiva de se mudar para o Canadá, onde Mayara trabalhava como modelo, parecia uma boa solução para todos.

---

Dez dias se passaram desde o sonho de Eijiro. O pequeno estava calmo, e a família Kirishima parecia ter voltado à normalidade. Kiara estava indo visitar os Bakugous, levando Kirishima com ela. No carro, os dois riam e conversavam animadamente, enquanto Eijiro, no banco de trás, imaginava uma corrida de carros em sua mente, rindo sozinho quando "ganhava".

Quando o carro parou, Kiara olhou para Eijiro pelo retrovisor e viu que ele estava calmo e feliz, o que a aliviou. Desceram do carro e, ao se aproximarem da casa dos Bakugous, ouviram os gritos de Mitsuki mandando Katsuki parar de chorar.

Katsuki nunca foi um bebê calmo. Era uma cópia de Mitsuki: agitado, resmungão e bravo com tudo. As únicas vezes que parecia um anjinho calmo eram quando perdia a briga para o sono ou quando estava na presença de Eijiro.

Mitsuki abriu a porta com um sorriso, feliz de ver quem estava ali.

— Ainda bem que vocês chegaram! Entrem, fiquem à vontade.

— Hum hum, coió... coió — disse Katsuki, estendendo os braços para Kirishima.

Kirishima pegou o pequeno e o alinhou nos braços. Com sete anos, Eijiro já tinha a altura de uma criança de dez, enquanto Katsuki, com um ano, parecia minúsculo em comparação.

— Está confortável, pequeno pêssego? — perguntou Eijiro com seu sorriso característico, fazendo o pequeno loiro sorrir de volta, exibindo seus poucos dentes.

— Filho, vai brincar com ele na sala. Eu e a tia Mitsuki vamos conversar na cozinha!

— Sim, mamãe! — respondeu Eijiro, carregando Katsuki para a sala.

Enquanto as crianças brincavam, Kiara e Mitsuki foram para a cozinha. Kiara ainda sentia uma leve preocupação, mas ao ver a alegria de Eijiro e a forma como Katsuki se acalmava na presença dele, sentiu uma onda de esperança de que, independentemente dos desafios, suas famílias estariam sempre ligadas e prontas para enfrentar o que viesse pela frente.

PredestinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora