cap2

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Cinco meses se passaram desde a descoberta da gravidez de Mitsuki, e Kiara e seu filho Kirishima estavam a caminho do hospital. O clima estava agradavelmente fresco, com uma brisa suave que balançava as folhas das árvores ao longo da calçada. Kirishima estava visivelmente ansioso, suas pequenas mãos inquietas nos bolsos da calça, enquanto sentia uma agitação interna que ele ainda não entendia ser o seu lobo interior despertando.

— Mamãe, por que estamos no hospital? — perguntou Kirishima, olhando para a mãe com os olhos arregalados e cheios de curiosidade.

— Estamos aqui porque a tia Mitsuki teve um bebê. Vamos visitá-los! — respondeu Kiara, apertando a mão do filho enquanto se aproximavam da porta do quarto de Mitsuki. Ela sentia um misto de empolgação e apreensão, lembrando-se de como havia sido quando Eijiro nasceu.

Ao entrar, Kiara avistou Mitsuki deitada na cama, exausta mas radiante, segurando um pequeno embrulho nos braços. Masaru estava ao lado dela, com um sorriso que parecia permanente, babando de felicidade ao olhar para o filho recém-nascido.

— Ainda bem que vocês chegaram! Entrem! — disse Mitsuki, com um sorriso caloroso, a voz um pouco fraca, mas cheia de alegria.

Kiara e Kirishima entraram no quarto decorado de forma simples, mas acolhedora. Havia flores frescas em um vaso na mesa de cabeceira, um presente de algum amigo ou familiar, e o ambiente cheirava a desinfetante misturado com um leve aroma floral.

Mitsuki colocou delicadamente o bebê no berço ao lado da cama, seus movimentos cuidadosos e amorosos. Kirishima, cheio de curiosidade, correu até o berço para ver o recém-nascido. Seus olhos brilhavam com fascinação, e ele ficou na ponta dos pés para espiar melhor o pequeno rosto que estava ali.

Kirishima olhou fascinado para o bebê e, depois de um momento, exclamou com um sorriso:

— Pequeno pêssego! Você chegou!

O bebê resmungou em resposta, como se entendesse a saudação, movendo-se um pouco no berço.

— Pêssego? — perguntou Mitsuki, intrigada, olhando de Eijiro para Kiara. — Por que pêssego, Eijiro?

— Ele tem cheirinho de pêssego — respondeu Kirishima, sorrindo com uma simplicidade encantadora.

Mitsuki sorriu, lembrando-se de que, durante sua gravidez, Kirishima havia dito que ela cheirava a pêssego, apesar de seu cheiro natural ser de mel e canela. Isso a tinha deixado intrigada e a levara a fazer um teste de gravidez. Durante toda a gestação, apenas Kirishima conseguia sentir o cheiro de pêssego, e agora, com o bebê nos braços, a situação se repetia. Mitsuki estava absorta nesses pensamentos quando foi chamada de volta à realidade por Kiara.

— Mit... Mitsuki? — chamou Kiara, balançando a mão diante do rosto da amiga.

— Ah, oi? Desculpa, estava pensando. Não te ouvi! — disse Mitsuki, voltando ao presente com um leve rubor nas bochechas.

— Já escolheu o nome do bebê? — perguntou Kiara, seu interesse genuíno iluminando seu rosto.

Mitsuki olhou para Masaru e sorriu. Os dois balançaram a cabeça em uníssono e responderam:

— Bakugou Katsuki!

Kiara ficou encantada com o nome.

— É um belo nome! — disse, sorrindo para o casal. — Ele realmente parece um pequeno Katsuki.

O horário de visita estava chegando ao fim, e Kiara e Kirishima se despediram da família Bakugou e saíram do hospital, prometendo voltar em breve. O sol estava começando a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa enquanto caminhavam de volta para casa.

Enquanto Masaru observava Mitsuki amamentando o bebê, ele se aproximou e perguntou em um tom preocupado:

— Ele ainda sente o cheiro de pêssego, não sente?

— Parece que sim. Para ser honesta, eu não sinto nenhum cheiro vindo do nosso filho, só o Kirishima — respondeu Mitsuki, soltando um suspiro cansado e sorrindo para o marido.

— Quando você disse que o Kirishima sentia o cheiro de pêssego vindo de você, eu estranhei, já que só ele sentiu. Então, comecei a pesquisar desde a descoberta da gravidez até agora.

Mitsuki ficou maravilhada ao perceber que seu marido também estava curioso sobre o que estava acontecendo.

— E o que você descobriu? — perguntou ela, sua curiosidade aguçada.

— Todas as pesquisas que fiz apontaram para a mesma resposta. — Masaru respirou fundo e, com calma, disse: — As respostas indicam que talvez nosso filho seja o predestinado do Kirishima. Por isso só ele sentiu que você estava grávida, e só ele sente agora que nosso filho nasceu.

Impressionada, Mitsuki olhou para o bebê em seus braços, que parecia entender a conversa e não gostou muito da ideia, franzindo a testa. Ela riu da expressão do pequeno, que resmungou em resposta, fazendo com que Mitsuki sentisse uma onda de amor e proteção.

Se o que Masaru dizia era verdade, Mitsuki se sentia aliviada por saber que Kirishima estaria lá para proteger seu filho no futuro. Ela gostava muito do pequeno moreno, e vendo como Mayara e Kiara estavam criando Eijiro, sentia-se esperançosa. No entanto, a natureza explosiva de Mitsuki a fazia duvidar de suas próprias habilidades maternas. Mas olhando para Masaru, ela sabia que ele seria um pai maravilhoso, calmo e paciente, equilibrando a família com perfeição.

Enquanto caminhavam para casa, Kiara e Kirishima pararam em um parque próximo. O som das risadas das crianças e o farfalhar das folhas criavam um ambiente tranquilo. Eles se sentaram em um banco, e Kiara observou Kirishima brincar com as outras crianças, sua mente ainda refletindo sobre o encontro no hospital. Ela sentia uma mistura de orgulho e preocupação pelo que o futuro reservava para Eijiro e o pequeno Katsuki.

— Mamãe, eu posso brincar mais um pouco? — pediu Kirishima, correndo de volta para ela com um sorriso brilhante.

— Claro, meu amor. Só mais um pouquinho — respondeu Kiara, sorrindo e acenando enquanto observava seu filho voltar ao playground.

O céu agora estava escurecendo, e as primeiras estrelas começavam a aparecer, lembrando a Kiara da vastidão do universo e de como suas vidas estavam interligadas de maneiras misteriosas e maravilhosas. Ela sabia que, independentemente dos desafios que viriam, sua família estava preparada para enfrentá-los juntos.

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