cap 5

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Kiara sentiu um puxão suave na blusa e olhou para baixo, encontrando os olhos ansiosos de Eijiro.

— Mamãe, podemos ir agora? — ele perguntou, a voz baixa e trêmula.

Ela se ajoelhou para ficar à altura do filho, observando os olhos dele, que transmitiam um desejo urgente de sair dali. Eijiro sempre fazia isso quando estava desconfortável, e Kiara reconheceu o olhar imediatamente. Não era que ele não gostasse da casa de Mitsuki; ele estava com medo de perder o controle novamente e machucar Katsuki.

— Claro, meu amor. Vamos dizer tchau para a tia Mitsuki — respondeu Kiara, disfarçando a preocupação com um sorriso tranquilo.

O aroma acolhedor do bolo que assava no forno e o chá quente na mesa preenchiam a cozinha com uma sensação de conforto e familiaridade. O sol da tarde iluminava suavemente o ambiente, criando um contraste com a tensão que Kiara sentia internamente. Ela sabia que a amizade com Mitsuki era forte, mas o incidente a deixara preocupada.

Enquanto elas se preparavam para sair, Mitsuki se aproximou rapidamente, o rosto demonstrando surpresa e preocupação. Ela estava vestida com um avental florido, e suas mãos ainda tinham resquícios de farinha.

— Espera, vocês já vão? — perguntou ela, os olhos azuis fixos em Kiara.

Kiara respirou fundo, sentindo a tensão acumular em seu peito. Ela deu um passo à frente e falou com calma.

— Mayara volta para o Canadá no domingo, e precisamos arrumar as coisas para a mudança — explicou, tentando manter a voz firme.

Mitsuki forçou um sorriso, mas seus olhos brilhavam com a ameaça de lágrimas. Ela colocou uma mão no ombro de Kiara, tentando transmitir algum conforto.

— Vou sentir falta de vocês — disse, a voz embargada pelo esforço de não chorar. — Vocês são como parte da minha família.

Eijiro, sentindo a tristeza no ar, chamou a atenção de Mitsuki.

— Tia Mitsuki? — ele perguntou timidamente.

— Sim, Eijiro? — respondeu ela, inclinando-se para ouvir melhor.

— Me desculpa se eu te decepcionei — disse Eijiro, olhando para os próprios pés, a voz carregada de tristeza.

Mitsuki se ajoelhou para ficar ao nível dele, segurando gentilmente seus ombros.

— Querido, você não me decepcionou. Não foi sua culpa, e já está tudo bem — falou ela, sorrindo calorosamente, o que fez Eijiro esboçar um pequeno sorriso em resposta.

Kiara observou a cena, com uma pergunta persistente em sua mente. Como Mitsuki ainda tratava Eijiro tão bem depois do incidente? Será que ela realmente não tinha medo dele machucar Katsuki novamente? O coração de Kiara estava pesado com essas dúvidas, mas a expressão serena de Mitsuki a confortava.

— Eijiro, pode esperar no carro, por favor? Preciso conversar com a tia Mitsuki — pediu Kiara suavemente.

Eijiro assentiu e, depois de um último abraço em Mitsuki, saiu em direção ao carro. Assim que ele se afastou, Kiara sentiu o ar ao seu redor ficar mais pesado. Respirou fundo e, tentando esconder a tensão, finalmente perguntou:

— Você não tem medo do Eijiro?

Mitsuki ficou um pouco surpresa com a pergunta, mas respondeu com sinceridade.

— Sinceramente, não tenho. Eu tive um sonho em que Eijiro perdia o controle do seu Alfa, mas mesmo assim ele conseguia proteger o Katsuki do seu próprio jeito. Por isso, não estou com medo, estou aliviada e orgulhosa dele.

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