cap 1

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Quando Mitsuki descobriu que estava grávida, ela já estava no quarto mês de gestação. A notícia encheu seu coração de alegria, e a primeira pessoa a saber foi sua melhor amiga, Kiara Kirishima. As duas eram inseparáveis, quase como irmãs. Kiara, mãe de um menino chamado Kirishima, esperava que seu filho ganhasse um amiguinho para brincar. Contudo, o comportamento de Kirishima começou a mudar, deixando Kiara preocupada. Decidida a entender o que estava acontecendo, ela levou o garoto ao médico.

— Bem, senhorita Kiara, seu filho está muito saudável comparado aos outros Alfas da sua idade — disse o médico, folheando os resultados dos exames.

— Obrigada, doutor, mas e o comportamento estranho dele? — Kiara indagou, a preocupação evidente em sua voz.

— Você mencionou que ele começou a agir assim depois que sua amiga revelou a gravidez, certo?

— Sim! — confirmou Kiara, franzindo a testa.

O médico lançou um olhar atento para o garoto, que estava sentado silenciosamente no fundo da sala, esperando pacientemente o término da consulta. Ele parecia uma criança calma e bem-comportada.

— Bem, Kiara, minha conclusão é que o bebê que sua amiga está esperando pode ser o predestinado do seu filho — anunciou o médico, com uma expressão séria. Kiara o olhou, confusa, e ele continuou a explicar: — Alfas Lúpus manifestam sua presença muito cedo. Isso pode facilitar a identificação de seu parceiro destinado ainda na infância.

— Até mesmo com seis anos? — perguntou Kiara, visivelmente preocupada.

— Sim, até mesmo com seis anos.

Após a consulta, Kiara pegou os exames e a receita de Kirishima. O médico havia alertado sobre os desafios que o garoto enfrentaria ao manifestar sua presença alfa, especialmente sendo um Alfa Lúpus. Esses Alfas eram os mais fortes, intimidadores e desejados na sociedade.

Kiara entrou na farmácia com o pequeno Kirishima, que imediatamente entrou em pânico, associando o local a injeções dolorosas. Pela primeira vez, Kiara sentiu os feromônios de medo do filho e se abaixou para ficar na altura dele, envolvendo-o em um abraço reconfortante.

— Não se preocupe, meu bem. A mamãe está aqui com você — disse ela, soltando seus feromônios tranquilizantes. Quando sentiu que o filho estava mais calmo, ela o pegou no colo.

— Mamãe, eu estou doente? — perguntou Kirishima, ainda com medo de precisar de uma injeção.

— Não, meu bem. Estamos aqui apenas para pegar algumas vitaminas — respondeu Kiara, sorrindo.

— Tem de pêssego? — Kirishima perguntou, com olhos brilhantes. Kiara riu, estranhando a pergunta, pois sabia que o filho não gostava de pêssegos até poucos meses atrás.

— Não sei, vamos ver se tem! — ela respondeu, tentando tranquilizá-lo.

— Olá, o que deseja? — perguntou o atendente da farmácia, aproximando-se.

— Tudo o que está na receita — disse Kiara, entregando o papel.

Enquanto o atendente buscava os medicamentos, uma mulher loira entrou na farmácia e fixou o olhar em Kirishima. Ela parecia reconhecê-lo.

— Meu Deus, seu filhote parece muito com a Mayara Kirishima! — exclamou a loira, sorrindo. Kiara se assustou com a aproximação repentina, mas logo reconheceu a mulher.

— Você deve ser a Hany, não é? — perguntou Kiara.

— Como sabe o meu nome? — perguntou Hany, surpresa.

— Sei porque você é a assistente da Mayara. E meu filho se parece com ela porque Mayara é o pai dele — explicou Kiara.

— Oh, eu não sabia — disse Hany, envergonhada pelo mal-entendido.

— Se me der licença, preciso ir. Tchau, Hany! — disse Kiara, dirigindo-se ao atendente que havia voltado com os medicamentos.

— São 37,50 dólares.

Kiara entregou o dinheiro, pegou os medicamentos e a receita de volta, e saiu da farmácia, segurando Kirishima pela mão.

— Mãe, se a gente voltar, ele não vai me dar uma injeção, né? — perguntou Kirishima, ainda temeroso.

— Não, meu bem — respondeu Kiara, sorrindo. Decidida a acalmar o filho, ela resolveu ir à sorveteria. No caminho, notou um grupo de pessoas reunidas, gritando e suspirando de emoção. Seus instintos alertaram-na sobre quem poderia estar ali, mas continuou avançando.

— Mamãe, por que as pessoas estão assim? — perguntou Kirishima, curioso.

— Estão ali para ver seu ídolo — explicou Kiara.

— Eu posso ser um ídolo também? — perguntou o menino, com um sorriso encantador que lembrava Mayara.

— Claro, querido. Você pode ser o ídolo de muitas pessoas — respondeu Kiara, sorrindo. Ela apertou mais a mão de Kirishima para não perdê-lo na multidão. Distraída, tropeçou e caiu sobre alguém. Antes que pudesse reagir, sentiu braços longos e fortes envolvendo sua cintura, puxando-a para perto.

— Senti saudades, Kiara — sussurrou a pessoa em seu ouvido. Era Mayara. Kiara ficou arrepiada e seu coração acelerou.

— Ma... Mayara... você voltou! — disse Kiara, corando e abraçando a Alfa mais forte. As duas ainda estavam no chão, cercadas pela multidão, mas naquele momento, nada mais importava. Após quatro meses separadas, finalmente estavam juntas novamente. Kiara e Mayara eram casadas há dez anos, e a modelo vivia viajando a trabalho. Cada reencontro era uma explosão de felicidade para ambas.

— Sim, voltei para você — respondeu Mayara, com um sorriso amoroso.

Juntas, levantaram-se e, de mãos dadas com Kirishima, seguiram para casa, onde finalmente poderiam desfrutar da companhia uma da outra.

PredestinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora