Culpa do Destino

Capítulo 04

Oiê, voltei com mais um capítulo dessa história pra vocês. Gostaria de pedir que leiam as notas finais, é importante para decidir o rumo dos próximos capítulos.

Enfim, boa leitura.

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Point of view Dayane

É possível o cérebro se soltar do crânio? Porque era exatamente isso que eu estava sentindo quando abri os meus olhos naquela manhã de domingo. Passei as mãos pelo rosto, tentando ignorar a dor quase insuportável que eu sentia na cabeça, mas era impossível. Olhei em volta e pude perceber que estava apensas de roupas íntimas. Tentei me levantar, mas o movimento foi rápido e tudo ao meu redor girou, fazendo uma dor aguda invadir minha cabeça.

- Toma o remédio que eu deixei para você na cabeceira da cama, vai ajudar - Caroline falou enquanto saia do banheiro enrolada na toalha e secando o cabelo

- Você dormiu aqui? - Faranzi o cenho confusa

- Esse era o combinado, não era? - Respondeu em um tom divertido

- Ah, claro - peguei o comprimido junto com o copo d'água e tomei

Minha melhor amiga pegou uma roupa na mochila que ela trouxe ontem e começou a se trocar. Era normal que isso acontecesse, nós nunca nos privamos de ficar nuas na frente uma da outra. Até porque, como eu falei, nunca nos olhamos com segundas intenções. Pelo menos até aquele dia.

E foi aí que a realidade me atingiu... Flashes dela rebolado pra mim, segurando minha cintura enquanto me beijava, a forma como chupou a minha língua... Imagens que me atingiam em cheio, me golpeando e despertando em mim coisas que eu não deveria sentir por ela.

A olhei novamente, ela agora havia colocado uma lingerie vermelha que ficava extremamente sexy em seu corpo. Tentei afastar meus pensamentos, apertando os olhos com força e corri para o banheiro.

Era demais para mim, aquilo não podia ter acontecido, não com ela. E o pior de tudo era que eu não sabia o que fazer, ou como agir. Eu nunca fiquei tão perdida ao longo da minha vida.

"Porra Carol, por que você teve que me beijar?"

Perguntei para mim mesma, enquanto encarava meu reflexo no espelho, me praguejando um milhão de vezes por ter deixado aquilo acontecer.

Tomei um banho gelado, molhando minha cabeça, na esperança de que a água levaria tudo aquilo embora. Ledo engano, porque quando eu abrisse a porta do maldito banheiro, eu ainda teria que encará-la.

Já estava me preparando para voltar para o quarto, quando a voz desesperada gritou pelo meu nome.

- Dayane sai daí pelo amor de deus - ela pediu dando batidas na porta

- O que aconteceu? - perguntei saindo no mesmo momento e, pelo seu estado, não era algo bom

- Alguém tirou a foto do nosso beijo e publicou na página do jornal da escola - disse andando de um lado para o outro

- Você tá zoando, né? - perguntei me aproximando e pegando o celular que estava na mão dela - puta merda, fudeu muito - conclui assim que vi a bendita foto com vários likes e compartilhamentos

- Ah você jura? - ironizou - você não tá entendendo Day... Se a minha mãe ver isso, eu posso me considerar uma garota morta

Sim, a Carol não era assumida para os pais. A tia Rose e o tio Isaías não se monstravam muito receptivos quando o assunto era homossexualidade, ao contrário da minha mãe que sempre me aceitou de boa. Eu tinha medo que eles me afastassem da Carol quando vissem essa foto.