XI - Quem com ferro ferir, com ferro será feriado... não, pera-

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Nota: preparados para o capítulo mais longo dessa história até agora?

  Ruggie Bucchi encontrava-se em repouso em uma área com pedras na qual Ortho havia pousado, ali tinha uma considerável sombra

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  Ruggie Bucchi encontrava-se em repouso em uma área com pedras na qual Ortho havia pousado, ali tinha uma considerável sombra. O tapete estava flutuando próximo dos seus pés enquanto o android estava de pé ao seu lado.

— Certo, o que deseja agora, mestre?

Ele deitou com a cabeça nas pedras antes de responder:

— Depende, o que você pode fazer?

— Tudo o que está nos limites físicos — Ruggie encarou ele de cima a baixo focando principalmente no fato do outro estar flutuando e arqueou a sobrancelha em ceticismo.

 Ortho percebeu e decidiu completar: — E tecnológicos.

— Você pode me fazer rico?

— Creio que isso está além da minha capacidade, mestre.

— Não me chama de mestre, é estranho. Só Ruggie está bom — bufou ele. — Se não posso ter dinheiro, então não sei o que pedir.

Ortho pareceu ficar triste por um momento, mas Ruggie logo perguntou:

— O que você desejaria?

A pergunta pareceu o pegar de surpresa. Ortho deu um suspiro de tristeza.

— Isso... bom... Eu sou uma inteligência artificial, senhor Ruggie Bucchi. Não sei o que são as coisas a menos que me expliquem, mostrem ou coloquem diretamente no sistema para mantê-las na memória — ele fez uma pausa e desviou o olhar antes de continuar. — E não posso ter experiências para acumular a menos que elas envolvam os mestres na qual eu fui designado. Então, se fosse para pedir algo... eu pediria liberdade.

Ele sorriu com os olhos e continuou:

— Assim eu poderia ter minhas próprias experiências sem me limitar a fazer só o que outros mandam.

Ruggie arqueou uma sombrancelha.

— E por que você não se liberta?

— Não posso. A menos que meu amo peça isso, estou preso. Mas ninguém nunca fez isso, sempre desejam mais e mais... até que veem que tenho limitações também e me deixem de lado — fez uma pausa e olhou para baixo. — Sem contar que há uma regra em meu sistema que impede de desbloquear o "sistema autônomo", ou a dita liberdade, sem antes eu me provar útil para meu amo. Devo realizar pedidos consideráveis até isso acontecer.

As bizarrices na vida de Ruggie vinham a virar uma coleção essa semana. Diante dele, estava um robô com sentimentos humanos e desejando ser livre (sem contar um tapete antigravitacional que permanecia dando voltas ao ar enquanto conversam). Ruggie respirou fundo então verbalizou seu pensamento:

— Certo, então... que tal fazermos assim: eu faço meus desejos e, assim que essa opção tiver disponível, faço um para te libertar. O que acha?

Os olhos de Ortho brilharam em alegria a princípio, mas em seguida sua expressão mostrava desconfiança.

Dente-de-leão na AreiaOnde histórias criam vida. Descubra agora