XII - Duas surpresas

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Peço perdão pelo atraso para um novo capítulo e pelo quão curto está, ele era para ser BEM maior, mas não queria deixar mais uma semana sem postar.

Espero que gostem!

  O som de gritos eufóricos atravessaram as paredes e chagaram aos ouvidos de Yuu

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O som de gritos eufóricos atravessaram as paredes e chagaram aos ouvidos de Yuu. Kalim estava desmonstrando claramente sua felicidade enquanto batia na porta.

Yuu acordou de sobressalto, assustada a princípio. Kalim dizia que ela deveria descer e ir para a sala do trono, que tinha uma surpresa que a deixaria feliz.

Ela arrumou-se como pedido e desceu. O básico, para quem acabou de acordar (arrumar o cabelo, lavar o rosto e usar algo que não estivesse cheirando a baba). Yuu estava se preparando psicologicamente para mais um pretendente (um não respeitador de horários, aparentemente) quando adentrou na sala, entretanto, ao ver as duas pessoas ali, não se conteve e gritou de alegria.

- Ace! Deuce!

Os rapazes, que estavam lado a lado, foram recebidos pelos braços firmes envolta de seus pescoços simultaneamente. Deuce reclamou sobre amassar seu uniforme e foi aí que Yuu se afastou e olhou para os dois.

Uniforme branco, com uma rosa branca manchada por uma tinta escorrida vermelha, os chapeus que simulavam um quepe e as lanças que seguravam. Seguranças oficiais do palácio de Heartslabyul, corte pessoal do rei Riddle Rosehearts.

- Vocês conseguiram... - ela sorriu ternamente, estavam em uma das patentes mais altas depois de tanto tempo. - Mas por que estão aqui?

- Foram convocados - respondeu Kalim. - Estão encarregados de escoltar você na festa de amanhã. Então estão aqui como convidados e a serviço.

Kalim havia enviado um email ao rei Rosehearts pedindo a presença de Ace e Deuce ao palácio. Scarabia e Heartslabyul tinham acordos diversos entre si, sem contar o histórico de amizade que as gerações de ambos tinham, não foi algo difícil. Então, depois de estar diplomaticamente informado, requeriu (conforme todas as normas, para o agrado do rei) a presença da dupla.

- Vi que você estava desanimada com tudo que aconteceu esses dias. Achei que poderia te alegrar de alguma forma. Ou melhor, recompensar, de alguma forma - Kalim olhou para ela com expectativa. - Consegui?

Ela encarou-o por um tempo, se aproximou e o abraçou. Mal podendo conter a felicidade estampada em seu rosto.

- Obrigada - sussurrou ela. - Obrigada de verdade.

O sorriso com dentes a mostra foi o suficiente para Kalim saber que cumpriu a espectativa da irmã.

- Vamos! - chamou ela.

Os dois soldados a acompanharam mesmo sem saber exatamente onde estavam indo.

Enquanto passavam pelos corredores, a conversa fluia.

- Kalim teve de ir te acordar, achei que você fosse a pessoa da manhã, ao contrário dele - Ace provocou.

- Digamos que ultimamente eu não tenha conseguido dormir direito.

Era verdade. Yuu tinha, alguns, episódios, por assim dizer. Passava a noite em claro, pensando, pensando e pensando, sem descansar. Normalmente, eram pensamentos desanimadores, desgastantes, que contrastavam entre o cansaço que causavam e a incapacidade de dormir.

O motivo da vez foi o acontecido com o garoto do mercado. Ele a ajudou, sem saber quem era, sem pedir nada em troca.

E acabou decapitado. Por sua causa.

Aquilo provavelmente a assombraria pelo resto da sua vida.

- Tem mais varandas que da última vez ou é impressão minha? - perguntou Deuce olhando para os lados e inconcientemente trazendo-a para a realidade.

Kalim percebeu seu desânimo e fez o que achou ser melhor, trouxe seus amigos. Para alegrá-la, para fazê-la, mesmo que momentaneamente, sair desse ciclo vicioso de desânimo.

E deu certo.

- Kalim só aumentou uma delas - respondeu Yuu. - Vem ver.

Era raro ver a princesa tão animada na companhia de outras pessoas. Porém Ace e Deuce começaram a ser a exceção fazia alguns anos.

Quando houveram as reuniões para discutirem os termos dos acordos entre os países, o rei de Heartslabyul fez questão de trazer os soldados em treinamento para aprender e se aproximarem dos que mais tarde seriam seus aliados.

Em dado momento, Yuu andou por uma área do palácio onde estava escondida tal dupla, afirmando que estavam fugindo da fúria do rei de quando ele descobrisse o desastre que havia acontecido no treino. Yuu não falou nada, apenas começou a rir da situação.

- Ei, qual é a graça?

- Vocês estão treinando para proteger o rei enquanto temem ele próprio? - respondeu ela na época.

Naquele meio tempo, Riddle Rosehearts apareceu em seu explendor de fúria exigindo a cabeça de ambos. A dupla correu para as costas da moça em busca de proteção. Yuu, por sua vez, intercedeu em favor deles. Ela conhecia Riddle, não foi fácil acalmá-lo, mas os rapazes sobreviveram para contar a história.

Desde então, ficaram próximos. Escreviam e ligavam às vezes, todavia, desde aquela época, nunca mais se viram face a face.

Bom, até hoje.

Kalim sabia como agradar sua irmã no fim das contas.

- Essa varanda é maior que a sala da minha casa! - exclamou Deuce quando chegou.

- Você tá brincando? Essa varanda é maior que a minha casa intera! - replicou Ace.

Os três apoiaram-se no parapeito e olharam a paisagem. Podia-se ver a cidade diminuindo até a linha do horizonte. Toda a rota do mercado, a divisa dos muros, pessoas simplesmente e seu cotidiano. Uma vista incrível.

- Venham, eu quero mostrar o meu quarto. A gente pode pegar o baralho e outras coisas lá e ficar por aqui - disse Yuu.

Os soldados, na época em que estiveram aqui, não tinham acesso a muita coisa, eles foram levados para um tour, mas não tinham permissão para acessar os aposentos reais ou qualquer cômodo que não se referisse a sua hospedagem, alimentação e treinamento.

Yuu seguiu em direção a porta para entrar novamente e ir até o local onde indicou. Ace prontamente a acompanhou, Deuce ficou para trás e apreciar a vista por um momento a mais. Quando decidiu seguí-los, ele viu algo ao longe, ficando visível aos poucos.

- Ah... Yuu? - Deuce chamou sem desviar o olhar do que chamou sua atenção.

Ela virou e encarou o rapaz.

- O que exatamente é aquilo? - perguntou apontando para onde se referia.

Ela caminhou de volta para a sacada e olhou para onde Deuce disse.

- Ah não...

Ace juntou-se a eles e observou também, e a única coisa que saiu da sua boca foi a pergunta:

- Aquilo lá é um elefante?

Dente-de-leão na AreiaOnde histórias criam vida. Descubra agora