Contrato - Erwin Smith

Doce tortura

- Diana?

Hange me acorda do meu sono ao lado de Erwin, e eu levanto prontamente, com vergonha sobre estar deitada ao lado do comandante. Mesmo que ela soubesse da nossa aproximação, eu ainda ficava com um pouco de vergonha.

- Oi, capitã Hange. Aconteceu alguma coisa?

- Não, eu simplesmente vim ver como Erwin está. Ele já acordou desde que o trouxemos?

- Sim, acordou. Ele não reclamou de dores, mas ainda estava um pouco fraco. Eu fiz um pouco de chá, ele tomou, e dormiu novamente.

- Então realmente não foi nada grave, ainda bem. Obrigada por ficar cuidando dele, eu realmente tinha coisas para resolver. Com Erwin indisponível, eu tenho que ficar cuidando de tudo.

- Tudo bem, não precisa me agradecer.

Ela começa a andar para fora do quarto, em direção do escritório de Erwin, e eu a sigo.

- Como foi a expedição? – Pergunto.

- Ah, na realidade, foi mais do mesmo. Matamos mais titãs, mas em quesito informações, não avançamos em nada. Essa sufocante falta de informações é o que me mata... – Responde Hange, visivelmente frustrada.

- Eu imagino. Você tem bem o jeito de quem gosta de entender mais sobre as coisas.

- Eu gosto, e acho que isso é um fator determinante para podermos entender nesse mundo e lidar melhor com as adversidades. Enfim, eu vou ficar aqui no escritório do Erwin por algum tempo, vou fazer os relatórios e resolver algumas papeladas. Se quiser, você pode ir pro seu dormitório, mas eu pediria que ficasse cuidando dele.

- Tudo bem, eu posso ficar.

- Vou te liberar dos treinos enquanto ele estiver desse jeito. Tudo bem pra você?

- M-Mas não seria melhor deixa-lo sob os cuidados dos enfermeiros do quartel?

- Eu não acho que seja necessário, fora que eu acredito fortemente que estar do lado de quem gosta ajuda muito na nossa recuperação. Pode ser só uma coisa boba minha, mas mesmo assim, eu prefiro acreditar que seja verdade.

Erwin tinha razão, Hange ficava muito melosa, com os olhos brilhando ao falar qualquer coisa relacionada a romance. Ela ficava, sei lá... fofa. A resposta dela me deixou um pouco sem jeito. Ela estava dizendo indiretamente que Erwin gostava de mim. Apesar de ele já ter dito isso, eu achava que teria sido só pelo calor do momento.

- Mas você não acha que os soldados vão achar estranho por eu estar aqui cuidando do Erwin, ao invés das pessoas capacitadas pra isso?

- Eles sabem que eu designei você para esta tarefa, e eles só precisam saber disso. Se eles desconfiarem, eu sinceramente não me importo com isso, e você também deveria não se importar.

- Tudo bem, então. Eu vou voltar pro quarto pra ficar de olho nele.

Em me viro em direção ao quarto, e antes que eu comece a andar, Hange coloca a mão no meu ombro e diz:

- Obrigada por cuidar dele.

- Já disse que não precisa agrad-

- Não agora, mas cuidar de todas as formas. Eu fico feliz que ele encontrou alguém.

Eu esboço um sorriso tímido, e ela retribui com um sorriso. Ela tira a mão do meu ombro, e eu sigo em direção do quarto dele.

E quando eu chego lá, eu não o vejo.

Eu fico nervosa por um instante, mas então eu olho pro lado, e vejo que a porta do banheiro está fechada.

- Erwin, você está aí dentro?