Os dias se passam, e eu me desdobro entre os treinamentos e os cuidados com Erwin, que fez questão de me deixar responsável por seus cuidados pessoais. Eu via alguns olhares confusos diante de uma novata estar designada a cuidar diretamente do comandante, o que não era nada incomum, mas ninguém reclamou da decisão dele.
Ele melhorava muito rápido, mas o ferimento em sua testa provavelmente deixaria uma cicatriz. Depois de um tempo, ele não precisava de curativos, e conseguia fazer tudo sozinho, trabalhando em relatórios e na parte burocrática da divisão. Mas apesar disso, ele sempre dava um jeito de ficar comigo em seus aposentos. Muitas das vezes eu evitava dormir com ele, com receio das outras pessoas descobrirem, mas as vezes eu não conseguia resistir, e nem queria resistir. Queria me entregar praquele homem, da qual eu estava completamente apaixonada.
Em todos esses dias, eu obtive muitas informações importantes e cruciais que eu deveria passar para meu contratante, mas eu não havia o procurado em nenhuma das vezes para passar tais informações. Eu já não queria participar de tudo aquilo, e queria uma maneira de parar com isso de uma vez por todas, mas eu estava entre a cruz e a espada: se eu contasse tudo para o homem misterioso, eu sentia no fundo do meu ser que algo de muito ruim aconteceria com Erwin, e se eu desistisse do plano inicial, meu sonho de morar na superfície, de estar na tropa de exploração e meu romance com Erwin iria por água abaixo. Eu não sabia o que fazer, mas eu provavelmente não tinha mais muito tempo sobrando pra decidir.
Já é noite, quase madrugada, e eu saio de meu dormitório me direcionando ao escritório de Erwin, com um súbito desejo de tê-lo em meus braços. Eu tinha um pressentimento ruim sobre tudo aquilo, e me sentia como uma presa encurralada, sem ter para onde fugir, apenas tendo que aceitar o seu trágico fim. E a única pessoa capaz de me acalmar e me dar consolo era Erwin.
Eu bato em sua porta, e ele pergunta quem é.
- Sou eu, Erwin. Diana.
Após alguns momentos, ele abre a porta, com um sorriso no rosto. Eu retribuo o sorriso, e entro em seu escritório. Após fechar a porta e trancá-la, ele me abraça e me dá um beijo apaixonado.
- O que está fazendo aqui tão tarde?
- Queria te ver. Tudo bem se eu ficar aqui? – pergunto.
- Bom, na verdade eu já ia dormir. Dorme comigo essa noite?
Eu sorrio ao ouvir o seu pedido, e ele entende que essa era a minha reposta para sua pergunta.
Nós entramos em seu quarto, e enquanto eu me aconchego em sua cama, ele entra no banheiro para tomar um banho antes de se juntar a mim em sua cama. Enquanto isso, eu observo tudo com muita atenção, tentando absorver o máximo de detalhes possíveis e guarda-los na minha mente. Lembrava dos momentos maravilhosos que passei ali, e principalmente com meu comandante, que de longe, tinha sido o melhor homem que eu já conheci. Eu não queria abrir mão, meu coração doía só de pensar que teria que deixa-lo, mas essa era a única alternativa de fazer com que ele ficasse a salvo. Estava disposta a desistir do meu sonho, só para que ele não corra nenhum risco. Todos esses pensamentos me fazem chorar, lágrimas salgadas chegam aos meus lábios, e nesse momento, Erwin sai do banheiro. Ele vê o meu estado, e sua expressão muda, vindo rapidamente em minha direção.
- Diana, o que você tem? Aconteceu alguma coisa?
Eu o abraço forte por cima dos seus ombros, sem conseguir falar nada. Não poderia dizer o que passava, a verdade de eu estar naquele lugar, a verdade sobre mim. Ele me abraça de volta, ainda esperando uma resposta de mim, mas eu não poderia dar.
- Eu te amo, Erwin Smith. Você foi a melhor pessoa que eu já tive nessa minha vida de merda. Eu te amo de verdade.
Ele me abraça mais forte, e depois me afasta um pouco de seu corpo, apenas o suficiente para poder observar meu rosto.
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Contrato - Erwin Smith
FanficKate Evaine é uma jovem que nasceu e foi criada nas cidades subterrâneas, sendo obrigada a fazer coisas das quais não gosta para poder sobreviver. Um dia, teve um encontro com um homem misterioso, que a contratou para espionar Erwin Smith, em troca...