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- Ei, acorde.

Escuto uma voz masculina, e eu acordo lentamente. Eu tinha caído no sono depois de me desmanchar em lágrimas e não sabia que horas eram, mas com certeza já era noite. Quando olho em direção da voz, vejo capitão Levi olhando para mim, com uma expressão séria, como de costume. Eu me levanto rapidamente, e me direciono até as barras da cela.

- Capitão Levi! O... comandante veio com você?

- Não. Eu vim sozinho, ele nem sabe que estou aqui.

Senti uma pontada de tristeza em meu peito, mas não seria diferente. Depois do que eu fiz, ele provavelmente nunca mais iria querer me ver.

- O que aconteceu?

- Quero saber quem te contratou.

A pergunta dele me pega de surpresa. Ele não parece demonstrar nenhuma reação, e agora eu agradecia por essa característica dele. Não aguentaria outra pessoa me olhando com desprezo e raiva.

- Eu... não sei o nome dele.

- E como ele era?

- Bom, ele era gordo, se vestia muito bem, tinha bigode e cabelos castanhos, sempre usa uma gravata vermelha...

Levi olhava para o lado, e parecia pensativo, enquanto eu falava.

- Pela sua descrição, com certeza foi o mesmo homem que me contatou anos atrás.

Eu fico confusa, e pergunto em seguida:

- Como assim?

- há três anos atrás, quando eu vivia nas cidades subterrâneas, eu fui contatado por um homem com essas mesmas descrições, que me mandou conseguir um certo documento e, em seguida, matar Erwin.

Aquela era uma revelação realmente bombástica. O braço direito de Erwin tinha sido contratado para mata-lo? Isso acendeu em mim um lampejo de esperança: já que Erwin perdoara Levi, ele poderia me perdoar, algum dia?

- E por que mudou de ideia?

- Resumidamente, eu percebi que poderia confiar no Erwin, e que ele era a esperança da humanidade. Mesmo sabendo das minhas reais intenções, ele tinha um grande foco, e não se importou com meu passado, mas sim com minhas habilidades. Dediquei meus esforços à tropa de exploração desde então.

- Entendo. Ele realmente é um grande homem...

Minha voz diminui aos poucos ao falar de Erwin, mas Levi não parecia se importar com aquilo. Ele continua com o interrogatório:

- O que você passou de informações pra esse homem?

- Nada além do que tinha naquele papel que aquele homem mostrou pra ele, com os nomes da linhagem da família real, que encontrei na mesa dele. Eu sei dos planos de Erwin, mas eu não disse nada a eles. Foi por isso que eles me levaram daquela forma até o quartel, porque eu desisti do plano.

- O que eles te ofereceram?

- Moradia nas cidades da superfície e dinheiro.

- O mesmo para mim. Tsc, seu método não mudou depois desses anos, que incompetência... Eu tinha contatos que me disseram que havia um infiltrado dele na tropa de exploração, mas que era um homem, e não uma mulher. Aparentemente, erraram na informação. Outro incompetente.

E então, eu lembrei do bilhete deixado debaixo da porta do escritório de Erwin, na noite em que dormimos juntos.

- Mas tem, Levi! Tem mais alguém infiltrado na tropa de exploração!

Contrato - Erwin SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora