Verdades dolorosas

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ERWIN P.O.V.

Eu acordo de manhã, e percebo que Diana não estava mais ali. Era costume dela, sempre saía antes de todos acordarem, na tentativa de não levantar suspeitas sobre nós dois. Geralmente, eu estava acordado quando ela saía, mas hoje ela provavelmente não quis incomodar meu sono.

Eu levanto, tomo um banho, visto uma roupa e vou até o refeitório, tomar café da manhã. Ainda era muito cedo, a maioria dos soldados não tinham acordado ainda, e tinha poucas pessoas lá. Eu simplesmente pego a comida e me dirijo novamente para minha sala. Eu como enquanto leio alguns papéis da minha pesquisa particular, dos quais só compartilho com Levi e Hange, e mais recentemente, com Diana. Eu os lia sempre, revisando todas as informações, na esperança de ver algo que passou despercebido por mim, mas como sempre, não encontro nada. Depois de comer, eu saio da minha sala, e caminho pelo quartel, tentando achar Diana, mas não a vejo em lugar nenhum.

Será que ela ainda está dormindo? Isso seria estranho, ela nunca se atrasou para os treinos...

Passo por Hange, que estava também observando o treino, e quando ela me vê, fala comigo reservadamente:

- Diana está no seu quarto? Ela não chegou ainda.

- Não, ela saiu antes mesmo que eu acordasse. Já observou nos dormitórios?

- Já, e ela não está por lá também.

- Estranho... ela deve ter ido a algum lugar.

Caminho de volta para o meu escritório, e Levi estava na porta me esperando.

- Bom dia, Levi.

- Erwin. Precisamos conversar.

Eu entro no escritório, e Levi entra atrás de mim, fechando a porta. eu sento em minha cadeira, e ele senta na cadeira em frente à minha mesa.

- Então, sobre o que quer falar?

- Eu estive conversando com alguns contatos meus da capital, e eles me passaram que um dos soldados aqui provavelmente é um infiltrado da realeza, contratado pra vigiar todos os seus passos. Ele não me deu detalhes, mas disse que tinha certeza que era um homem.

Aquilo não me surpreendia. Depois de Levi, eu sabia que outros apareceriam para tentar tirar algo de mim, ou me prejudicar de alguma forma. Esse era um dos muitos motivos de eu ser muito reservado com relação as coisas que dizia fora da minha sala.

- Será que foi o mesmo homem que te contratou?

- Provavelmente. Tsc, esses caras não desistem por nada...

Alguém bate na porta, e eu peço Levi para abri-la para mim. Ele se dirige a porta, e a abre, e a cena que eu vejo me deixa perturbado.

Diana está sendo trazida por dois homens, ela está amarrada com suas mãos para trás, e amordaçada. Eu pude perceber um rastro de sangue saindo de sua boca, e as suas roupas, as mesmas de ontem à noite, estavam sujas. Eles a soltam no chão, de joelhos, e ela levanta seu rosto olhando para mim, visivelmente assustada, e com lágrimas escorrendo de seus olhos. Eu rapidamente me levanto, e vou em direção a ela.

- Ei, o que significa isso? Por que ela está assim? Soltem-na agora!

Antes que eu pudesse chegar perto dela, um dos homens com o fardamento das tropas estacionárias me interrompe:

- Fique calmo, comandante. Não se preocupe, só viemos lhe contar que descobrimos a identidade dessa garota. Seu nome na realidade é Kate Evaine, e ela estava aqui para espioná-lo e levar suas informações para o alto escalão da nobreza. Ela é uma prostituta das cidades subterrâneas, e foi contratada para arrancar informações suas.

Contrato - Erwin SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora