Retorno

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Os dias se passaram, e era estranho ficar na base sem praticamente ninguém ali. Aquele lugar era sempre cheio de vida, as pessoas sempre estavam caminhando de um lado ao outro, fazendo coisas, conversando entre si, treinando... Fazendo todo tipo de coisa. Pensava constantemente em Erwin, e se ele estaria a salvo.

Eu fiz o que havia prometido a ele: treinei meu manuseio das lâminas. E tenho que admitir que ele tomou uma boa decisão, pois mesmo sendo apenas três dias, eu senti uma melhora. Ele provavelmente iria querer me ver na área de treinamento depois que chegasse, para avaliar meu desempenho. Por incrível que pareça, isso me deixava um pouco desconfortável... Ele era o comandante, e a palavra dele era a ordem naquele lugar, e ele sempre era bem sincero e objetivo quando se tratava dessas coisas. Será que ele me trataria com a mesma objetividade e frieza? Isso seria estranho, depois te tê-lo visto tão cuidadoso e carinhoso na outra noite.

Eu estava sentada no refeitório, comendo um lanche simples, quando o sino toca, anunciando o retorno da tropa de exploração. Meu coração pulou em saber que ele estaria de volta; o tempo parecia não passar naqueles três dias, eles se arrastaram o máximo que puderam.

Eu tentei manter a compostura e andei até uma janela que tinha no refeitório, que dava uma visão limpa da entrada. Tive a visão da tropa entrando no quartel, e meus olhos percorriam por todos os rostos, e eu não via o rosto de Erwin em lugar nenhum. Meu peito começou a apertar, com a possibilidade de o pior ter acontecido.

Então eu vejo uma das carroças, e Erwin está deitado em uma delas, com a cabeça enfaixada. Capitão Levi estava sentado na carroça, ao lado dele, e Hange sentada do outro lado. Eu instintivamente corro para fora, na ânsia de ver Erwin e saber o que tinha acontecido com ele.

Eu chego correndo perto da carroça, que agora estava parada perto da entrada das instalações, e alguns soldados estavam colocando-o numa espécie de maca para move-lo para dentro. Eu chego perto de Levi e Hange, que estão supervisionando os soldados, e digo, colocando a mão direita fechada em cima do peito:

- Capitão Levi, Capitã Hange! O que aconteceu com Erw... C-Com o comandante?

Hange vira para mim quando me ouve falar, e diz:

- Na volta, fomos pegos de surpresa por um grupo de titãs. Erwin estava perto demais, e foi pego por um deles, mas conseguimos abater o titã rapidamente. Ele caiu com todo o corpo, de cabeça no chão, e está desacordado desde então. Não acredito que vá morrer, mas precisa de cuidados.

- A senhora vai levá-lo para a enfermaria?

Ela parecia enxergar minha preocupação, apesar de eu tentar agir normalmente diante da situação. Mas era impossível pra mim, por mais que eu tentasse, disfarçar minha preocupação. Ela me dá um sorriso reconfortante, e responde:

- Não é necessário, vou levá-lo direto para o escritório dele. Mas preciso de alguém que fique de olho nele, pois eu não posso. Diana, você poderia ficar cuidando dele enquanto isso?

- C-Claro, Capitã.

Eu a segui e os soldados que carregavam Erwin até seu escritório, sem tirar os olhos do comandante, que estava desacordado. Chegamos na sua sala, e os soldados o colocaram deitado em sua cama, e Erwin não reagiu em nenhum momento.

- Qualquer coisa que acontecer, entre em contato comigo e me atualize, Diana. Assim que puder eu venho ver como ele está.

- Tudo bem, Hange.

Ela colocou a mão no meu ombro, e olhou nos meus olhos, com um sorriso fraco, dizendo:

- Erwin é forte, ele vai sair dessa.

Contrato - Erwin SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora