capítulo 12

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Luana


Já estava quase dormindo no sofá na casa da Bianca. Meu pai me deixou aqui antes de ir pra tal missão em Bangu. Segundo ele é apenas para acertar uns b.o , mas eu não confio.

Bianca: Lua, minha cama é de casal vamo deitar um pouco. -me encarou desligando a tv

-Tu vai conseguir dormir? -encarei ela que negou -Tá preocupada também, né?

Bianca: É. -suspirou -Mas ele volta, já já.

-Tu já fez o teste?

Bianca: De gravidez? -assentir e ela suspirou -Deu negativo, nem te falei.

O celular sinalizou e eu encarei vendo que era o Ret.

Online

Ret: Tá com a Bianca?

Ret: Fiquem em casa,tá tendo invasão.

Offiline

Assim que eu li a mensagem escutamos os disparos na rua.

-Merda. -puxei a Bia pro chão

Bianca: Meu Deus, Luana.

-É invasão, vamo pro fundo. -corri com ela para o quarto e deitamos no chão esperando os tiros se acalmar

Agora eu entendi.

Meu pai deixou o Filipe aqui por conta do risco de invasão. Encarei o celular esperando mais mensagens mas até agora nada.

(...)

Foram literalmente 40 minutos de confronto, tiro pra todo lado e gritos de pavor.

Eu estava desesperada pra saber se o Filipe estava bem, se o meu pai está bem e se meus amigos, os vapores estavam bem também. Fiquei trocando mensagem com a Nicole e a Lorena o tempo todo.

Bianca: Será que acabou? -me encarou levantando

-Acho que sim. -encarei rapidamente a janela

Avistei 3 corpos no chão e neguei sentindo meu nariz arder. 

Mesmo vivendo quase 19 anos no morro, eu nunca vou me acostumar com invasão.

Bianca: Vem, vamos descer. -me puxou

Paramos na sala quando a porta caiu fazendo nós duas travar. Tava tudo escuro para não chamar atenção, então não sabíamos quem tinha arrombado a porta.

Bianca: Corre. -sussurrou entrando na minha frente

Fael: Luana?! -gritou ligando a luz e eu vi ele com o Ret

Sair correndo abraçando os dois, o Filipe se afastou um pouco.  Encarei ele e seguir o olhar até a sua barriga que sangrava.

Ret: Tô suave, foi de raspão. -falou antes do meu surto

Fael: As duas bem? -olhou pra mim enquanto abraçava a Bianca

Bianca: Vô buscar os bagulhos pra fazer o curativo.

-Deita ele no sofá pai. -falei tentando ajudar o Filipe que estava suando frio

Fael: Sabia que esses filhos da puta ia tentar subir. -encarou o celular -Invadiram o CDD também, Perigo mandou mensagem.

Ret: Como sempre, nós no poder irmão. -sorriu de lado

Bianca: Pronto. -desceu as escadas com uma caixa de emergência

Fiquei olhando ela fazendo o curativo e meu pai teve que sair pra acalmar a comunidade que estavam em choque também.

Ret: Se tu apertar de novo, vô te deixar careca.  -encarou a Bianca que riu nervosa

Bianca: Estou te ajudando e recebo ameaça? -se afastou jogando os bagulho fora

Ret: Só agradece, Bibi perigosa. -fez sinal pra ela

Bianca: Tranquilo, vou procurar meu rivotril. -saiu pro quarto reclamando

Ret: Tá calada demais, colfoi? -olhou para mim

-Vocês se arriscam demais, tenho tanto medo de perder alguém que eu amo, só hoje várias famílias da comunidade perdeu alguém. -respirei pesadamente

Ret: Nossa vida é essa, escolhemos isso. -alisou a minha perna -Vaso ruim não quebra tão fácil, fica sussa.

-Vaso ruim não quebra, mas racha. -apontei para barriga dele -Tá todo esculachado.

Ret: Tô de boa, minha cria. -levantou e fez careta se jogando no meu colo

Ele ficou me olhando fixamente me fazendo desviar o olhar.

-Filipe, para com isso. -afastei ele rindo

Ret: O que demônia?

-Tu fica me olhando assim. -coloquei a mão no rosto e ouvi a risada gostosa dele

Olhando por outro lado, ele realmente é um sonho de consumo.
Mas seria de outra realidade.

Ele um homem de 30 anos praticamente, olharia para mim? Além do mais meu pai mataria ele se rolasse qualquer intenção entre nós dois.

Ret: Te olho assim por que tu é bonita. -sorriu de lado -Bonitinha ou melhor, uma feia arrumada.

-Tu fumou quantas hoje?

Ret: Nada. -disse ele quase baforando maconha em mim

A porta abriu e encaramos juntos vendo meu pai entrar.

Fael: Tudo sob controle ,vamo organizar os prejuízos depois. -colocou a glock na cintura e olhou para nós dois -Nem vô dizer nada. Preciso?

Ret: Tem que dizer nada mermo não. -virou levantando -Tô vazando, mereço descanso amanhã.

Fael: Nem tiro tu levou, seu corno. -encarou ele

Ret: Problema teu. -passou por ele mancando -Preciso de resguardo, meu consagrado.

Bianca: Tomei meu remédio. -apareceu na sala sacudindo a cartela

-Tu toma rivotril mesmo?

Bianca: Depois que eu conheci teu pai, não posso ficar longe. -brincou se jogando no sofá

Fael: E virou comediante tu, né?

Bianca: Sim, sou uma palhaça pra tu.

-Gente. -levantei e encarei o meu pai -Deu de emoções por hoje.

Fael: Vamo pra casa. -me abraçou e encaramos a Bia -Tu vem também doida.

Bianca: Sério? -falou observando

-Claro, só tu pra fazer esse homem dormir e acordar com um humor mais suportável.

Fael: Esse homem é teu pai, e já vai dar um tapa na sua orelha. -bateu na minha cabeça -Mandada.

Seguir na frente vendo os dois discutindo até chegar em casa. É sempre assim,eles discutem e depois eu sou obrigada a ouvir gemidos durante a noite toda.

 PROCEDER DA PENHA - 1° LIVRO  (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora