capítulo 45

7K 435 44
                                    

Luana

Estávamos comendo enquanto conversávamos sobre qualquer assunto. Na real, no meio do jantar odiamos o nosso pedido e fomos comer pastel com caldo de cana.

-Bem melhor. -falei com a boca cheia

Ret: Papo reto. -resmungou -Depois tu quer ir pra aonde?

-Não sei, tu que me chamou. -respondi óbvia -Mas se quiser minha opinião ,queria ir ali na praia um pouco.

Ret: De noite, criança?

-Sim, a lua está belíssima.

Terminei de comer e o Filipe realizou a minha vontade, ficamos sentados no banco em frente a praia.

Ret: Queria poder fazer tanta coisa. -sussurrou quando eu parei alisando seu braço

-Tipo o quê? -olhei curiosa

Ret: Tenho receio de tu achar estranho.

-Filipe , com receio de algo? Meu Deus, para o mundo agora.  -falei irônica

Ret: Engraçadinha tu né. -riu dando um tapa na minha testa -Tu já sentiu algo proibido por alguém?

-Talvez. -engoli seco -Tu está gostando de alguém?

Ret: Sim. -falou direto -Tô amarradão.

-Se é proibido, então ela é de outra facção?

Ret: Tu se faz de sonsa, ou é lerda mermo? -encarou a minha boca

-Eu fico tão bolada quando tu enrola, é tão confuso. -resmunguei sentindo a sua mão alisando meu pescoço

Ret: Tu não acha estranho a nossa relação?

-Entre padrinho e afilhada ou entre Filipe e Luana?

Ret: Tem diferença? -riu de lado

-Pra mim sim, eu tenho duas versão de tu.

Ret: Ah é? -mordeu os lábios distraído -Continua.

-Alguns meses atrás, tínhamos uma relação de afilhada e padrinho. Hoje temos uma relação de dois adultos que não sabem demostrar o que sentem.

Ret: Tu sabe o que eu quero Luana? -apertou levemente minha nuca

-Talvez Filipe, poderia ser mais óbvio.

Ret: E o que tu acha que teu coroa vai dizer? quando passou de relação entre padrinho e afilhada.

-Se bem que tu nunca me batizou, só é de consideração. Mas não sei cara, talvez ele me mande pro convento ,e te deixe paraplégico.

Ret: Vale apena esse risco? -alisou minha perna

-Depende de tu. -encarei seus olhos seguindo minha boca -Diz algo que faça valer apena.

Ret: Lua, tu é a minha perdição. -sussurrou se aproximando de mim

Nesse momento eu não me importava se tinha alguém perto, se ia dar merda, quem era a pessoa que iria falar pro meu pai.

Senti seus lábios macios encostar nos meus sujo de caldo de cana, desbravei mais sua língua que invadiu minha boca. Suas mãos me apertaram sobre si e me puxou pra perto. Seu beijo foi ficando lento até que paramos com dois selinhos.

-Agora tudo vai mudar? -respondi ainda de olhos fechados -Tu vai se afastar, achando que não pode criar esse sentimento por mim.

Ret: Tá louca? -respondeu me fazendo encarar seus olhos -Já tô dentro desse lance, agora é ir com calma.

-Não quer contar pro Fael agora né?

Ret: Não é a melhor hora, tem todos bagulhos da tua parideira, tem a invasão. -colocou a mão no meu rosto -Mas vamo contar, juntos.

-Então, quando voltar de Angra? -sugeri

Ret: Pode ser. -me deu um breve selinho -Agora podemos. -outro selinho -Aproveitar?

-Da melhor forma. -retribuir seu beijo

Ficamos algumas horinhas se beijando, era algo viciante. Tudo nele era um vício, agora eu estou mais obcecada.

Decidimos voltar pra casa quando meus lábios já estavam dormente de tanto beijar aquela boca gostosa.

-Tu vai querer entrar? -perguntei assim que estacionou o carro

Ret: Preciso resolver uma treta. -apontou pra bermuda e eu nem quis olhar - Fala pro teu pai que depois mando o valor da despesas.

-Boa sorte. -gargalhei saindo do carro

Entrei em casa vendo o meu pai e a Bianca na maior pegação na sala, evitei falar alguma coisa. Só subir e tive um surto interno depois do dia de hoje.

Puta merda Luana ,tu está pegando teu padrinho, sua safada. Nesse momento acho melhor pensar, que eu estou pegando o Filipe, melhor amigo do meu pai.

Eu sou uma péssima filha, mas o que há de errado?Estou sendo feliz. Senhor Fael vai ficar furioso, mas vale apena.

 PROCEDER DA PENHA - 1° LIVRO  (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora