capítulo 19

7.3K 422 11
                                    

Luana

Depois da cena frustante de ontem eu fiquei um pouco com o meu pai e subir para dormir ou melhor, tentar dormir.

Estava falando sério quando disse que o perfume do Ret ficaria grudado no meu lençol. Virei o rosto no travesseiro sentindo o cheiro impregnado no meu nariz.

Em meio aos sonhos eu vi o Filipe me encarando com aquele sorriso de lado enquanto eu me tocava segurando uma camisa dele. Abrir os olhos com a respiração ofegante e minha intimidade formigando.

Puta merda ,Luana do céu.

Aumentei o ar-condicionado e tentei me distrair, minha vontade era terminar o trabalho entre minhas pernas. Mas se eu fazer isso vai ser mil vezes pior.

-Larga de ser piranha Lua. -sussurrei indo para o banheiro e lavei meu rosto

Deitei novamente e coloquei um vídeo de chuva para me relaxar. 15 minutos e eu já estava morgada. Acordei quase me enforcando com o meu fone, virei vendo que o despertador atrasou.

Terça feira, dia de luta.

Tenho duas aulas de matemática e não posso vacilar, levantei tomando um banho rápido. Vestir a farda e desci dando apenas um bom dia para dona Lurdes.

Sair correndo descendo o morro e cheguei no colégio falecida.

(...)

Cálculos, cálculos e cálculos.

Sair do colégio sentindo minha mente explodir. Como pode incluir letras na matemática? Já bastava os cálculos.

Lorena: Agora eu me sinto mais burra. -falou enquanto subimos o morro

-Eu também. -balancei a cabeça

Nicole: Gente, eu falei que 7×2 era 16. -falou rindo -Namoral, vontade de me jogar em um penhasco.

-Na base da oração vamos passar direto, falta pouco tempo, e é o último ano né.

Lorena: Depois dessa a sua mãe poderia oferecer um bolo pra nós ,né? -encarou a Nicole

Nicole: Pior que tem mermo, bolo de cenoura e chocolate.

-Opa, como eu amo a tia Vânia. -sorrir animada

Paramos na casa da Nicole e já entramos atribulando e a tia. Ela como sempre nos mimou servindo bolo e refrigerante.

Comi até sentir um refluxo,aí sim estava satisfeita.

Nicole: Caralho coroa, tu manda muito na cozinha.

Vânia: Porra, tá com a boca suja tu né Nicole.

-Só tem doida ,tal mãe tal filha.

Lorena: Gente, ontem eu vi o Vinícius falando com uma menina e me bateu um ciúmes.

-E eu ainda avisei pra tu não se apegar.

Nicole: Tô começando a investir em mulher, papo reto.  -falou fazendo a gente olhar para ela -É sério, tava ficando com o Sacolé e o moleque foi pra missão, não deu nem um tchau.

Vânia: Sempre soube. -gritou da cozinha enquanto estávamos no quarto da Nicole -Conta da menina pra elas filha.

-Menina? -perguntei empolgada

Nicole: Advinha?

Eu sou meio lenta, fiquei encarando elas.

-Rafaella? -ela assentiu - A menina do baile, claro.

Lorena: Não conheço, só por fotos.

-Eu conheci ela no dia do baile, gente boa demais.

Nicole: Ela é legal e estamos conversando bastante.

-É meninas, só eu tô encalhada.

Lorena: E o Bob? -me encarou

-Até que eu tenho ele, mas nunca mais ficamos.

Nicole: É só curtir a sua vibe, segue o teu coração.

-Se eu seguir o meu coração vô largar meus estudos, virar stripper ou casar com um traficante bem rico pra me bancar além do meu pai.

Lorena: Caô Luana. -gargalhamos

-Tenho que ir. -encarei o relógio -Vô passar na casa da Bianca ,tá rolando algo entre ela e o meu pai.

Nicole: Deve ser as mulheres que ficam atrás dele, mó chato.

-Pois é, mas a Bia não se afastaria por causa disso, ela tem muita postura e nem liga.

Lorena: Mais tarde podemos ir tomar sorvete aqui mesmo na quebrada, ou na baixada.

-Tu vai pagar?

Nicole: Pois é, tô sem grana.

Lorena: Caralho, casquinha é 2,00 conto.

-Filha, isso é dinheiro do mesmo jeito. -arrumei a minha mochila e desci dando tchau pra elas

Cheguei na varanda vendo a tia Vânia varrendo a porta.

Vânia: Já vai menina?

-Prometo que eu venho amanhã.

Vânia: Sei bem essa promessa ,igual o pai da Nicole que foi comprar cigarro e até agora nada.

Nicole: Ô mãe, namoral mermo! -gritou da janela e eu escutei a gargalhada da Lorena me fazendo rir

Sair subindo o morro gargalhando e as pessoas me encarava sem entender. Parei na porta da Bianca batendo palmas. Vi ela aparecer na janela com a cara inchada de choro e fechei o semblante.

Tem alguma merda aí.

-Abre pra tua enteada. -encarei ela e sorrir de lado -Rápido que o sol tá queimando meus neurônios. E eu usei quase todos no colégio.

Bianca: Tô indo. -sorriu fraco

 PROCEDER DA PENHA - 1° LIVRO  (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora