capítulo 47

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Luana

Tinha acordado extremamente feliz, ontem foi um dia incrível e hoje seria melhor ainda. Mandei mensagem pro Filipe assim que acordei. Tomei um banho, escovei meus dentes.

Sair de casa cedo, fui pra aula e participei de todas, as meninas acabaram faltando hoje. Então sair sozinha e fui pra casa da Bianca.

Bianca: Tá nervosa por conta dessa viagem também? -me encarou e eu assentir

-Mas como sempre, não vai mudar nada. O senhor Fael não escuta.

Ficamos conversando enquanto ela terminava de arrumar a casa. O meu pai já falou pra ela vender essa casa e ir morar com a gente,mas ela disse que ainda precisa resolver algumas coisas pra se livrar desse barraco.

Arrumamos algumas mochilas com presentes do chá revelação e subimos levando lá pra casa.

Estava descabelada, com a farda da escola dobrada na barriga, um coque bagunçado, e uma cara de morta. Começou a subir muitas vans e umas motos com dois caras armados.

De início assustei mas vi o Bob recebendo geral e os meus tios saindo dos carros. Esse deve ser o apoio pra guerra que está por vir.

Uns vapores bonitinhos me encarando bastante, era isso que eu queria quando não existia o Ret na minha obsessão.

Entrei em casa com a Bianca, e enquanto ela tava conversando com a dona Lurdes na cozinha, sair pra admirar a bagunça no morro. Fiquei sentada na varanda encarando as malas de parafal subindo pra biqueira.

Cadu: Calma Lua, vai escorrer a baba , pô.  -escutei a sua voz e vi ele abrindo o portão

-Não é todo dia que vemos beleza nesse morro. -respondi distraída

Cadu: Papo reto. -me encarou e eu olhei pro lado -Tu vai me evitar até quando?

-Tô te evitando não cara, para de neurose. -falei sonsa

Cadu: Sou teu irmão pô, não é de sangue mas sim de peito, lembra disso não? Te conheço, fiquei apenas 5 meses fora.

-Só? Tu perdeu quase tudo, e não se despediu.

Cadu: Já passou essa treta, peço perdão. - estendeu a mão e eu segurei -Teu pai mandou , eu não quis te contar pra não preocupar. Tô no erro, mas vaso ruim não quebra tão fácil.

-Se tu tivesse morrido? -meus olhos encararam seu sorriso besta

Cadu: Se tu não fosse minha irmã, falaria que tu é apaixonada por mim. -falou rindo- Fica encarando meus lábios carnudos.

-Idiota. Isso que tu é, mas eu não consigo ficar brigada contigo. -abracei ele -Não faz isso.

Cadu: Te largo nunca, tá bom assim? -assentir e ele levantou -Além do Bob, quem está te deixando toda boiola?

-Ih, o Bob saiu desse cargo faz uma cota. Mas não sei se devo te contar agora. Talvez quando voltar de Angra.

Cadu: Sou curioso, praga. -bateu no meu braço e eu descontei

-A Lorena tá namorando com o VT, qual foi  a sua reação?

O Marcos Vinicius era apaixonado nela.

Cadu: Tô bem por ela pô, a mina merece amar alguém que trate ela bem, não sendo um tralha. - falou encarando a rua -Eu tô com uma novinha da baixada também.

-Ah é? Fiquei sabendo, no último baile, antes de tu sumir pra missão. Tu não tinha me contado nada. -falei rancorosa

Cadu: É filha de cana, tu ia aceitar? -cruzei os braços negando

-Não, que vacilo cara. Caracas meo.

Cadu: Caracas meo, as vezes gostamos das pessoas proibidas. -ri dessa frase -Continua maluca, rindo sozinha né?

-Amor proibido, é ruim e bom ao mesmo tempo.

Cadu: Já começa falando disso aí. -me encarou curioso

-Não. -fiz careta

Ficamos em silêncio depois de um tempo sem conversar, até que durou bastante assunto.

Cadu: Já que prometi não esconder mais nada. -me olhou -Eu não vô contigo para Angra.

-Como assim, tu não ia fazer a segurança com os vapores?

Cadu: Eu sou o melhor fuzileiro da quebrada Lua, tenho que ficar. Vai um menor fechamento no meu lugar. -sorriu amarelo

Senti meu peito apertar e ele percebeu, sempre confio muito na minha intuição, e o que estou sentindo agora, não é bom.

-Vamo comigo, por favor. -sussurrei e ele negou me abraçando

Cadu: Tá tudo bem irmã, Deus tá no controle pô. -alisou o meu cabelo -Eu tô realizado que tu tá falando comigo, tenho que ser sincero. Mas esse sentimento é neurose tua.

-Eu espero que seja.

Não era, afinal ele foi embora depois que conversamos bastante e eu entrei em casa sentindo uma vontade de chorar. Mandei mensagem pro meu pai que respondeu dizendo que ele tava bem, falei com o Ret que veio aqui me ver.

Ret: Aí tu ficou assim por conta de um pressentimento? -repetiu o que eu havia dito

Estávamos na sala da casa, a Bianca já tá ciente de tudo. Então ele estava bem próximo de mim, eu cheirando seu cangote enquanto ele alisava o meu cabelo.

-Tenho tanto medo dessas invasões.

Ret: Tamo forte anabelle, teu pai tem muitos aliados. Tá tudo na paz de Deus.

Meu peito apertou novamente, mesmo sentimento quando o Cadu disse a mesma coisa.

 PROCEDER DA PENHA - 1° LIVRO  (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora