capítulo 15

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Luana

Já estava me estressando com o Ret. Toda hora que eu passava o álcool ele segurava minha mão impedindo, de propósito.

-Se tu segurar a minha mão, eu vou derramar esse álcool todo. -ameacei e ele gargalhou irônico

Ret: Tu não é louca, né annabelle?

-Traficante, cheio de tatuagem, com 29 anos nas costas com essa frescura.

Ret: Vô te dar um tiro e jogar álcool. -tentou levantar e eu ri puxando ele -Diaba.

-É sério ,para de graça Filipe. -resmunguei

Ret: Eu gosto disso. -parou e eu passei logo o álcool vendo ele gemer baixo -Filha da puta.

-Gosta do que? -ignorei o seu gemido que saiu arrepiando todos os pelos do meu corpo

Ret: Quando tu me chama de Filipe. -respondeu olhando pro curativo

-Pensei que tu não gostava, só quando chamam seu vulgo.

Ret: É ,mas tu pode. -sorrir olhando pra ele -Sempre.

-Posso? -senti o seu olhar nos meus lábios e me afastei um pouco

Ret: Tu pode tanta coisa. -me encarou e eu desviei o olhar -Terminou?

Coloquei o esparadrapo e assentir colocando as coisas no chão.

-Já comeu? -mudei o assunto após um silêncio absoluto

Ret: Não, eu tava dormindo. -falou pegando o celular -Mas tô na larica, vai fazer um rango pra nós?

-Tem algo na sua geladeira? -ele me encarou debochado

Ret: Ih, tá desmerecendo o favelado? Isso que não pode.

-Quando o favelado mora sozinho e só come na minha casa, sim. Eu estou. -falei levantando

Ret: Tem comida aí pô ,deixo sempre a geladeira cheia.

Caminhei até a cozinha e abrir a geladeira vendo que ela realmente estava cheia.

-Vou vim mais vezes aqui, roubar uns chocolates. -peguei uma caixa de bombom

Ret: Interesseira. -apareceu na cozinha pegando a caixa e eu escondi na blusa

-Bora fazer uma parada pra nós comer.

Ret: Sabe cozinhar mermo? -neguei irônica

-Agora tu está me desmerecendo, eu cozinho muito bem meu querido.

Ret: Então tá. -parou na minha frente e segurou o meu rosto beijando a minha testa -Valeu pelo curativo. Vô tomar um banho, marca 15 que eu desço.

-De boa. -bati na cintura dele e passei agachando no armário

Vi que tinha um frango descongelando e optei por estrogonofe. Rápido e fácil ,também das poucas coisas que eu sei fazer.

(...)

Já estava me servindo e virei procurando coca cola, mas não tinha.

Lamentável comer estrogonofe sem uma coca bem gelada, virei procurando o Filipe que não tinha descido ainda.

Subir as escadas sem saber aonde ficava o quarto dele. Escutei zoada de porta batendo e seguir abrindo uma porta.

Minha nossa senhora das calcinhas molhadas. Deus que me perdoe, encarei o Filipe apenas de cueca box branca ,secando o cabelo. Ele me olhou com naturalidade e estalou a língua me trazendo a realidade.

Ret: Sabia que invadir o quarto das pessoas é errado? -amarrou uma toalha na cintura

-Tu sempre pula a janela do meu. -respondi caminhando até a cama -Nem por isso eu reclamo.

Ret: Sou bandido ,tenho esse costume. -falou óbvio

-Sou filha de bandido, eu posso. -ele me encarou procurando mais argumentos e parou cruzando os braços - Te refutei, né.

Ret: Teu pai tá certo, tu tá muito bocuda mermo. -apontou o dedo pra mim

Gargalhei e levantei o olhar desviando da sua cintura.

-Eu vim pedir dinheiro pra comprar coca cola.

Ret: Pede pros marmanjos que tão na porta ir comprar. -caminhou até uma gaveta pegando a carteira e tirou uma nota de 20 me entregando

-Valeu. -segurei

Eu deveria sair agora, mas não conseguia desviar o olhar daquele corpo. Senhor, coloca juízo na cabeça da sua filha.

Ret: Vai logo Luana. -apontou para porta e eu cruzei os braços encarando ele -Garota, se teu pai vê uma coisa dessa eu vou ser castrado.

-Ele nem está aqui. -falei sugestiva mas negando mentalmente

Ret: Se liga nesse teu papo. -juntou as sobrancelhas negando

Neguei meus pensamentos e sair do quarto sem dizer nada. Desci as escadas quase tropeçando e abrir a porta vendo os mesmo vapor conversando, um deles girava a arma preste a disparar.

-Tem como um de vocês comprar uma coca pra mim. -falei chamando atenção deles - Namoral?

Xxx: Cocaína?

-Não menino, refrigerante coca cola. -ele levantou as sobrancelhas e assentiu

Xxx: Gui, vai lá. -apontou para o garoto de bike

Xxx: Aí patroa, foi mal pela atitude mais cedo. Mó vacilo nosso.

-Tranquilo.

Xxx: Satisfação conhecer tu ,geral sempre falou. Menos que tu era realmente muito linda.

Xxx: Tá querendo morrer mermo ,né? -um deles encarou o garoto me fazendo rir

-Satisfação também. -fiz sinal cumprimentando

Tirando os caras que me zoaram que estão do outro lado me encarando também. Só com o tempo do garoto de bike ir buscar o refrigerante eu já estava amiga dos meninos.

Já sabia o nome de geral e da onde eles eram.

A maioria veio de morro local, comandado pelo Terror/Coringa e Perigo. Sem novidades, mas eu curtir eles falando sobre a vida deles, geralmente são bem desconfiados.

Senti uma pedra de brita bater nas minhas costas e virei vendo o Ret encarando a gente. Os garotos se afastaram um pouco e eu levantei passando a mão na minha bunda.

Fael: Com uma pedra dessa tu deixa a minha filha cega, e eu te enfio um rojão de bala. -escutei a voz grave do meu pai e virei vendo o mesmo subindo o morro com a arma apontada para o Filipe

Vi o tio Vigor e o tio Guga que são amigos do meu pai e do Filipe.

Ret: Nem deveria ter te chamado, já chega me ameaçando. -virou as costas

Corri até o meu pai e abracei o tio Vigor.

Vigor: Caralho, tu cresceu né cria? -beijou a minha cabeça -Tá bonitona rapaz.

Guga: Se fudeu Rafael, vai ter dor de cabeça com essa garota. -me abraçou rindo

Fael: Para todo problema, tenho uma solução. -levantou a pistola balançando

-Seu bobo. -gargalhei abraçando ele -Bença.

Fael: Deus te abençoe.













***

(Imaginem o Vigor e o Guga.)

 PROCEDER DA PENHA - 1° LIVRO  (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora