Luana
Já estava me estressando com o Ret. Toda hora que eu passava o álcool ele segurava minha mão impedindo, de propósito.
-Se tu segurar a minha mão, eu vou derramar esse álcool todo. -ameacei e ele gargalhou irônico
Ret: Tu não é louca, né annabelle?
-Traficante, cheio de tatuagem, com 29 anos nas costas com essa frescura.
Ret: Vô te dar um tiro e jogar álcool. -tentou levantar e eu ri puxando ele -Diaba.
-É sério ,para de graça Filipe. -resmunguei
Ret: Eu gosto disso. -parou e eu passei logo o álcool vendo ele gemer baixo -Filha da puta.
-Gosta do que? -ignorei o seu gemido que saiu arrepiando todos os pelos do meu corpo
Ret: Quando tu me chama de Filipe. -respondeu olhando pro curativo
-Pensei que tu não gostava, só quando chamam seu vulgo.
Ret: É ,mas tu pode. -sorrir olhando pra ele -Sempre.
-Posso? -senti o seu olhar nos meus lábios e me afastei um pouco
Ret: Tu pode tanta coisa. -me encarou e eu desviei o olhar -Terminou?
Coloquei o esparadrapo e assentir colocando as coisas no chão.
-Já comeu? -mudei o assunto após um silêncio absoluto
Ret: Não, eu tava dormindo. -falou pegando o celular -Mas tô na larica, vai fazer um rango pra nós?
-Tem algo na sua geladeira? -ele me encarou debochado
Ret: Ih, tá desmerecendo o favelado? Isso que não pode.
-Quando o favelado mora sozinho e só come na minha casa, sim. Eu estou. -falei levantando
Ret: Tem comida aí pô ,deixo sempre a geladeira cheia.
Caminhei até a cozinha e abrir a geladeira vendo que ela realmente estava cheia.
-Vou vim mais vezes aqui, roubar uns chocolates. -peguei uma caixa de bombom
Ret: Interesseira. -apareceu na cozinha pegando a caixa e eu escondi na blusa
-Bora fazer uma parada pra nós comer.
Ret: Sabe cozinhar mermo? -neguei irônica
-Agora tu está me desmerecendo, eu cozinho muito bem meu querido.
Ret: Então tá. -parou na minha frente e segurou o meu rosto beijando a minha testa -Valeu pelo curativo. Vô tomar um banho, marca 15 que eu desço.
-De boa. -bati na cintura dele e passei agachando no armário
Vi que tinha um frango descongelando e optei por estrogonofe. Rápido e fácil ,também das poucas coisas que eu sei fazer.
(...)
Já estava me servindo e virei procurando coca cola, mas não tinha.
Lamentável comer estrogonofe sem uma coca bem gelada, virei procurando o Filipe que não tinha descido ainda.
Subir as escadas sem saber aonde ficava o quarto dele. Escutei zoada de porta batendo e seguir abrindo uma porta.
Minha nossa senhora das calcinhas molhadas. Deus que me perdoe, encarei o Filipe apenas de cueca box branca ,secando o cabelo. Ele me olhou com naturalidade e estalou a língua me trazendo a realidade.
Ret: Sabia que invadir o quarto das pessoas é errado? -amarrou uma toalha na cintura
-Tu sempre pula a janela do meu. -respondi caminhando até a cama -Nem por isso eu reclamo.
Ret: Sou bandido ,tenho esse costume. -falou óbvio
-Sou filha de bandido, eu posso. -ele me encarou procurando mais argumentos e parou cruzando os braços - Te refutei, né.
Ret: Teu pai tá certo, tu tá muito bocuda mermo. -apontou o dedo pra mim
Gargalhei e levantei o olhar desviando da sua cintura.
-Eu vim pedir dinheiro pra comprar coca cola.
Ret: Pede pros marmanjos que tão na porta ir comprar. -caminhou até uma gaveta pegando a carteira e tirou uma nota de 20 me entregando
-Valeu. -segurei
Eu deveria sair agora, mas não conseguia desviar o olhar daquele corpo. Senhor, coloca juízo na cabeça da sua filha.
Ret: Vai logo Luana. -apontou para porta e eu cruzei os braços encarando ele -Garota, se teu pai vê uma coisa dessa eu vou ser castrado.
-Ele nem está aqui. -falei sugestiva mas negando mentalmente
Ret: Se liga nesse teu papo. -juntou as sobrancelhas negando
Neguei meus pensamentos e sair do quarto sem dizer nada. Desci as escadas quase tropeçando e abrir a porta vendo os mesmo vapor conversando, um deles girava a arma preste a disparar.
-Tem como um de vocês comprar uma coca pra mim. -falei chamando atenção deles - Namoral?
Xxx: Cocaína?
-Não menino, refrigerante coca cola. -ele levantou as sobrancelhas e assentiu
Xxx: Gui, vai lá. -apontou para o garoto de bike
Xxx: Aí patroa, foi mal pela atitude mais cedo. Mó vacilo nosso.
-Tranquilo.
Xxx: Satisfação conhecer tu ,geral sempre falou. Menos que tu era realmente muito linda.
Xxx: Tá querendo morrer mermo ,né? -um deles encarou o garoto me fazendo rir
-Satisfação também. -fiz sinal cumprimentando
Tirando os caras que me zoaram que estão do outro lado me encarando também. Só com o tempo do garoto de bike ir buscar o refrigerante eu já estava amiga dos meninos.
Já sabia o nome de geral e da onde eles eram.
A maioria veio de morro local, comandado pelo Terror/Coringa e Perigo. Sem novidades, mas eu curtir eles falando sobre a vida deles, geralmente são bem desconfiados.
Senti uma pedra de brita bater nas minhas costas e virei vendo o Ret encarando a gente. Os garotos se afastaram um pouco e eu levantei passando a mão na minha bunda.
Fael: Com uma pedra dessa tu deixa a minha filha cega, e eu te enfio um rojão de bala. -escutei a voz grave do meu pai e virei vendo o mesmo subindo o morro com a arma apontada para o Filipe
Vi o tio Vigor e o tio Guga que são amigos do meu pai e do Filipe.
Ret: Nem deveria ter te chamado, já chega me ameaçando. -virou as costas
Corri até o meu pai e abracei o tio Vigor.
Vigor: Caralho, tu cresceu né cria? -beijou a minha cabeça -Tá bonitona rapaz.
Guga: Se fudeu Rafael, vai ter dor de cabeça com essa garota. -me abraçou rindo
Fael: Para todo problema, tenho uma solução. -levantou a pistola balançando
-Seu bobo. -gargalhei abraçando ele -Bença.
Fael: Deus te abençoe.
***
(Imaginem o Vigor e o Guga.)
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PROCEDER DA PENHA - 1° LIVRO (CONCLUÍDA) REPOSTANDO
General Fiction"O amor é mágico por isso é uma ilusão. E nós somos a nossa perdição, o amor proibido."