Seus olhos inquietos fitavam-me na pálida luz da noite, brilhando como um quadro em cores vivas posto em uma parede lisa
Bel e Eliard me observavam com cautela, ouvindo cada palavra que os dissera com cuidado, cobertos pelo frio da noite ao lado do túmulo de minha mãe, que descansava a baixo da terra, ouvindo-me contar sua história
Os lábios de Bel mexiam-se em excitação, sabia que queria dizer algo, mas talvez não era capaz de formular as palavras certas para tal, olhando para o pequeno garoto em seus braços enquanto pensava no que deveria fazer em seguida.
-Não se lembra mesmo de seu nome? - Eliard pelo contrário, me olhava de forma firme, encarando meus olhos, vibrando os seus globos escarlate enquanto ansiava minha resposta
- Não, não mais - Mesmo depois de tanto tempo, ainda lembro-me da cena com perfeição, de seus olhos calmos, de seu sorriso caloroso e das chamas que o consumiam
Mas não consigo lembrar do nome da pessoa que me acompanhava
De alguma forma, seu nome se perdeu em minhas memórias, mal consigo lembrar-me de te-la visto aquele dia, mas minha mente cobria-me com um breve vislumbre, ainda nublado pelas fortes memórias que me consumiam
Seus cabelos compridos presos ao um coque frouxo, seu longo vestido de seda que custará mais que eu já imaginei ter um dia, seu sorriso tempestuoso olhando o pequeno ninho de pássaros
Preferia consumir minha mente por breves detalhes de sua aparência, do que ter de me lembrar do porque eu a vira tão de perto
Olhei para Eliard em devaneio, pensando em qual seria sua próxima pergunta ou frase, sabia que não deveria tê-lo aqui quando contava, mas de alguma forma... Senti que ele deveria ouvir
Não por ser meu amigo ou companheiro, mas eu preferia confiar em alguém que já conhece minha vida, a desconfiar e não conseguir mais dormir ao seu lado sem pensar em uma possível traição de sua parte.
Apenas perder-me em meus pensamentos não era a forma mais lógica de lidar com as pessoas ainda mais contar meu passado a elas de forma tão abrupta, mas eu sei que ele iria embora em breve, e de alguma forma preferia que fosse memorável
Levantei-me, limpando a terra do vestido, que coberto em suas mangas pelo sangue seco que já havia chegado até a bainha da clara saia em minhas pernas.
Fitei o chão, olhando o pequeno amontoado de terra onde suas cinzas reposavam no além, deitada pelo translúcido véu de Deus, que em suas crenças, não a deixaria sozinha.
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Queime a Bruxa
Исторические романыO fim é apenas um início Dizem ver ao longe Uma menina com cabelos brancos que balançavam como neve no inverno Dizem ver ao longe Pegadas marcadas ao chão, pelo sofrimentos de inocentes Dizem ver ao longe Seu doce grito estridente, que ecoava p...