Eterno anjo da morte Pt2

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A suave melodia dos pássaros já não passará de um Incômodo a sua clara visão anciã

Admirando a pequena garota do vestido azul brincar inocentemente com o rabugento gato siamês que lhe miava lutando para sair de seu colo

Sobre uma velha cadeira de madeira, podia ouvir-se a sinfonia do confortável ninho de andorinhas que brandiam com louvor sua canção aos céus

A garotinha segurou o gato para o alto, o trazendo até sua dona enquanto carregava um olhar soturno em sua face solitária

- O que está pensando Elizabeth? - Eleonora ajeitou-se no encosto de sua cadeira, observando mais de perto a menina, que assustou-se com a pronúncia repentina de seu nome

Seus olhos oscilaram um pouco, olhando para o pequeno gato que batalhava para fugir de seu abraço, pensando se deveria perguntar-lhe o que realmente a afringia

- O que aconteceu com a mamãe? Ela parecia tão triste... - Seus olhos chorosos encontraram os dela, brilhando como a chuva de primavera, mas tão soturnos quanto a tempestade, ela veio para se divertir, mas não conseguia deixar de pensar no que havia deixado para trás.

- Ela está bem Elizabeth, não se preocupe - Sua boca sibilou com a mentira, desviando seu olhar para os pequenos passáros cantantes, culpando-se por não poder-lhe falar a verdade

- Ela não parecia bem... Foi algo que eu fiz Eleonora? - Seu gesto melancólico a fez abaixar a guarda, permitindo que o gato se soltasse de seu abraço, correndo em direção a grama alta

- Você não fez nada... sua mãe vai... Receber uma visita, e estava preocupada, pensando em deixar a casa em ordem para recebê-la... - Ela sentiu em si um enorme soco interno, nunca fora boa em mentir, e sabia que se não se tratasse de uma criança, ela não iria passar impune

- Visita? - a garota ponderou sobre seus conhecidos, tentando pensar em quem seria a pessoa que sua mãe receberia - Sera que é o papai? - Seus pequenos olhos brilhantes cintilaram na menção da sua palavra, radiando alegria a sua visão.

- Ah querida... Eu não sei lhe dizer... - Eleonora sabia que ela nunca havia conhecido seu pai, então era óbvio qual seria seu primeiro palpite em relação a "visita"

- Como ele é? Será que é alto? Ou será que é um nobre? Tem barba? O tio que faz pão tem barba, e ele é bonito, será que meu pai é bonito? - Seu longo vestido sacudia com seus saltos de alegria, o encobrindo de terra

Eleonora respirou fundo, mordendo os lábios em inquietação, pensando no que responder a ela

- Também não conheci seu pai pequena - Mentira - Mas tenho certeza de que ele não seria ninguém importante - Mentira

O brilho da luz caia do fim da tarde, fazendo suas tempestuosas nuvens cobrirem o céu, anunciando a chuva

- Eleonora, por favor leve-me para casa! Eu quero conhecer meu pai! Quero que ele me conheça também! Ele deve estar esperando minha chegada! - Aproximando-se da cadeira de madeira, a balançava devagar para alertar a velha senhora, a olhando com seus brilhantes olhos azul celeste

- Tem certeza? Guilbs ficará com saudade... - o pequeno gato as olhava em baixo da pequena fundação, chiando oposição

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