Passar a tarde inteira na estrada de incio pareceu uma ótima idéia.
Até a Bel pegar no sonoDe início ela estava encostada em meu ombro, até que a viagem se tornou cansativa demais até pra ela.
Se tornou meio solitário cavalgar sozinha, mas sentir que havia alguém ali, fez eu me sentir melhor, de alguma forma.
O caminho estava repleto de pedras enormes e cascalhos irritantes, além de que a areia constantemente vinha diretamente aos meus olhos, mas dada as circunstâncias isso era o menor dos meus problemas.
Olhando ao redor não havia nada, bem, quase nada. Uma longa floresta se erguia ao horizonte, conseguia ver luzes, que indicavam pequenas cabanas entre as árvores de aucalipto que cresciam por entre a vasta paisagem de terra.
Eu não me sentiria nem um pouco confortável tão isolada do mundo, mas acho que um dia teria de viver assim
Melhor não pensar nisso agora, era muito melancólico, mesmo para mim.
Tentei refletir em silêncio enquanto calculava mentalmente quanto tempo estávamos andando, umas 3 ou 4 horas mais ou menos, isso era o mínimo.
Holshe era afastada, e mesmo que não fosse as pessoas não iriam, então não tem muita diferença onde ela se encontra, pensando por esse lado.
Olhei pra Bel, ela dormia feito um bebê, as vezes soltava algumas palavras aleatórias enquanto segurava com força as malas, de uma forma inocente, como uma criança agarrada a uma pelúcia tendo sonhos relaxantes.
Acho que ela sempre teve esse dom de ser tão fria e tão inocente ao mesmo tempo.
Me peguei em um sorriso fraco que antes que pudesse perceber, foi interrompida, pela parada estranha dos cavalos que relincharam em protesto.
A carroça estremeceu, me deixando suficientemente preucupada, pensando que a qualquer momento poderíamos ir ao chão, não apenas devido a ela estar caindo aos pedaços, mas também ao fato de que nunca fui muito sortuda, ainda mais para esse tipo de coisa.
Mas acho que não fui só eu que abri a guarda:
- Aaaaa! O que aconteceu?
- Acho que... chegamos - falei segundo seus olhos enquanto lentamente desviavam seu olhar de mim, fitando o enorme muro a nossa frente.
Engolimos em seco, estemecidas.
- Ahn... A gente vai descer? - pude sentir seu corpo tremendo, mesmo não estando tão perto.
- Se descermos levarão os cavalos, vou tentar entrar com eles.
Ela assentiu colocando uma mão a sua frente, em posição do que acredito ser uma proteção própria.
Com um pouco de esforço e alguns "yaaa" de minha parte, os cavalos voltaram a reagir, os guiei lentamente até a entrada, onde havia um homem de boina e com um casaco que era pelo menos o dobro do seu tamanho, o fazendo ter um ar no mínimo amedrontador.
Ele se virou para nós, seus pequenos olhos eram negros, e sua feição não parecia de alguém bem intencionado, acredite em mim, eu sei como é o rosto de pessoas assim.
- Duas moças jovens... O que querem aqui? Vender seus corpos? Vieram ao lugar errado garotinhas.. - ele tossia a cada palavra, com sua voz estridente e rouca, como um idoso na fase final de sua vida.
- Viemos aqui a pedido de Rose McBerry - tentei passar o ar mais "não se mete comigo" que consegui, mas acho que não funcionou, quem diria não é mesmo?
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Queime a Bruxa
Historical FictionO fim é apenas um início Dizem ver ao longe Uma menina com cabelos brancos que balançavam como neve no inverno Dizem ver ao longe Pegadas marcadas ao chão, pelo sofrimentos de inocentes Dizem ver ao longe Seu doce grito estridente, que ecoava p...