Nate Butler só tem três objetivos na vida: aproveitar o máximo as garotas que te dão mole, se divertir muito nas melhores festas, e focar totalmente na sua carreira como futuro jogador de hóquei profissional. Tudo vai conforme o planejado, até que e...
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- Não desanima, capitão. Vamos recuperar a nossa liderança no próximo jogo - Cody dá um leve aperto no meu ombro ao passar, em sinal de conforto.
Mas nada do que ele diga vai poder aliviar o gosto amargo que está presente na minha boca. Eu sou um capitão. Sou um vencedor. Você pode me achar um pouco presunçoso, mas acredite quando eu digo que quando eu entro no rinque, eu dou o meu sangue para sair com a vitória. Sou dedicado, focado, e o hóquei é mais importante para mim do que as pessoas podem imaginar. Não começamos o campeonato bem, e isso está tirando a minha paz. Precisamos melhorar muito se quisermos conquistar o tricampeonato pelo terceiro ano seguido, mas estar entre os melhores não é nada fácil, e o peso dos treinos, da pressão da torcida e tudo o mais está começando a pesar em cima dos atletas - inclusive de mim.
O silêncio no vestiário é um peso enorme. Depois do sermão que levamos do treinador Harrick, ninguém tem muito o que dizer a respeito da partida. Acho que nem mesmo sair pra beber ou fazer sexo vai resolver o mal humor alheio. Não estou afim de assumir a minha postura de capitão e fazer um discurso de motivação, porque até mesmo os líderes precisam de um momento para assimilar as coisas. Então apenas me levanto e vou até uma cabine com chuveiro. Nada melhor do que uma ducha gelada para esfriar uma cabeça quente.
Não quero voltar para o apartamento, mas também não quero ir para uma festa ou ir atrás de sexo casual com qualquer garota que eu tenha o número salvo no meu celular. Por isso eu pego minhas coisas, monto na minha moto e dirijo para o único lugar onde eu vou quando eu quero ter um momento de paz: Hawkins. É uma pista de boliche que também funciona como lanchonete. Tem até uma máquina de jukebox, daquelas bem tradicionais que funciona com moedas.
Meu celular toca alguns segundos depois de eu chegar na frente do Hawkins. É Jace.
- Sinto muito pelo jogo de hoje, cara - ele lamenta depois que eu atendo a ligação.
- Tudo bem - digo, mas não consigo disfarçar o meu descontentamento. - A derrota faz parte do jogo. Não se pode vencer o tempo todo.
- A temporada acabou de começar - sua voz tem um tom de consolo. - Vocês vão arrebentar como nos últimos anos. Relaxa, cara.
- Obrigado.
- Onde você tá? Que tal uma partida de videogame na casa do Harry? - sugere, animado, no intuito de levantar o meu astral.
- Hoje não, cara. Quero ficar sossegado.
Ouço seu suspiro.
- Tudo bem então. Só não enche a cara pra depois voltar dirigindo, tá?
Sorrio, mesmo que ele não possa ver.
- Certo, papai. Mais algum conselho de segurança?
Se Jace estivesse na minha frente, ele estaria mostrando o dedo do meio para mim.