Nate Butler só tem três objetivos na vida: aproveitar o máximo as garotas que te dão mole, se divertir muito nas melhores festas, e focar totalmente na sua carreira como futuro jogador de hóquei profissional. Tudo vai conforme o planejado, até que e...
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O barulho do disco deslizando pelo gelo e, vez ou outra, se chocando contra a parede que está ao redor da pista, ecoam pela arena vazia. A lâmina dos meus patins deixam um rastro pelo gelo já marcado por uma série de treinamentos e jogos oficiais. O rinque é como uma segunda casa para mim.
É impressionante como os esportes podem mudar a vida de uma pessoa. Muitas vezes eu me senti quebrado, frustrado e em conflito comigo mesmo, mas sempre que eu colocava os pés no rinque, o mundo lá fora desaparecia, levando junto consigo todos os meus problemas e, em algumas circunstâncias extremas, o meu coração partido.
Fico me perguntando se eu mudei tanto no último período de três anos. Bom, ainda sou eu, mesmo que um pouco mais forte, com a barba crescendo em um ritmo desenfreado — tanto que preciso me barbear constantemente —, e bem mais focado no hóquei. Fora isso, o que mudou? Mas é quando eu olho para dentro que percebo a verdadeira mudança.
Estou mais maduro, e consequentemente, mais cético. Poucas coisas me impressionam agora, o que era extremamente fácil quando eu ainda era um garoto. Também me tornei bem mais desconfiado. As pessoas se aproximam de mim por causa da minha popularidade e meu título de capitão do time da faculdade ou estão realmente interessados em quem eu sou como pessoa? As garotas querem apenas esses músculos ou o pacote completo, com as partes boas, mas também ruins?
Solto um suspiro.
Valeu, Hazel. Você me transformou em um cara com medo da própria sombra.
Passos próximos me chamam a atenção. Eu paro de patinar e vejo um punhado de cabelos ruivos se aproximando antes mesmo de eu conseguir enxergar o rosto de Carrie. E ela está linda, o que desperta um sorriso bobo em meu rosto. Sempre está. Suas roupas têm sempre o mesmo padrão: calça skinny — às vezes com alguns rasgos — e jaqueta de couro. Ambas as peças são sempre pretas. Ela costuma variar na cor da blusa, mas a tendência são sempre cores escuras e frias. Hoje ela está usando uma cor vinho por baixo da jaqueta. Carrie costuma usar calçados entre coturnos, All Star e até botas com salto. A gargantilha preta com um pingente prata de caveira está sempre lá, não importa as circunstâncias.
Eu também reparo em outros detalhes: sua boca quase sempre tem um tom rosado natural, livre de gloss, mas quando ela decide usar batom, tem sempre o tom de vermelho sangue. Unhas pintadas de preto. Sempre. O cabelo habitualmente é usado solto, mas tem certas vezes que está preso em um rabo de cavalo. Hoje é um desses casos, o que faz o seu rosto ficar bem mais visível. Gosto de olhar pra ela. Será que não percebe o quanto é linda?
Eu patino para a borda, e ela vem ao meu encontro. O ìmã atraído pelo metal.
— Oi — cumprimenta ela.
— Oi — respondo. — Está vinte minutos atrasada.
Os olhos dela ficam estreitos.
— Eu não sou uma cadela seguindo ordens do seu dono, o que significa que não vou estar em determinado lugar quando você bem quiser.