Memorie (prólogo)

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02/09/2013 Los Angeles - Califórnia

Encarei meu par de tênis, mexendo minha perna freneticamente, sentada em uma cadeira do lado de uma sala na delegacia. Lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto e pescoço, era inevitável depois do que aconteceu.

ㅡ Amara D'Angelo? ㅡ Meu nome foi chamado, o medo e a ansiedade me consumiram por completo. O policial pegou no meu braço, me guiando até a sala.

Me sentei em uma cadeira desconfortável, uma mulher loira, com aparência jovem, rodava a cadeira de um lado para o outro enquanto me encarava fixamente, minha pernas começam a tremer, sinto meu sangue gelar. A investigadora parou de rodar a cadeira, ela pegou uma caneta, anotando algo no papel.

ㅡ Está muito nervosa, Amara. Relaxa. Ao menos que você esteja envolvida em algum dos diversos crimes que sua namorada cometeu. ㅡ Seus olhos castanhos me travaram, nada saia da minha boca, estava nervosa de mais. ㅡ Espero que não, de verdade.

ㅡ Não estou envolvida em nada, senhora. ㅡ Firmei minha voz, falando com estrema segurança, a final, não estava mentindo.

ㅡ Vamos ver então. Quero me me conte tudo, do começo ao fim. ㅡ Gesticulou com as mãos, largando a caneta e relaxando os braços mesa, respirei fundo antes de começar. ㅡ Não economize nas palavras, Amara.

ㅡ Conheci Billie na escola, no ano passado, ela foi legal comigo e me tratou bem, nunca agiu como uma.... Assassina.

Desci do ônibus um pouco apressada, tropecei nos meus próprios pés e quase senti o chão na minha cara, sentiria se não fosse pela minha amiga, Billie, que me segurou me impedindo de cair. Olhei para os seus olhos lindos e comecei a rir, ela riu junto comigo, pegando no meu braço.

ㅡ Por que tão destraida? Como vou ficar uma semana sem te levar ao hospital quando casarmos? ㅡ Coloquei minha mão na boca, tampando a minha gargalhada.

ㅡ Você fala com tanta convicção, como se realmente fossemos nos casar um dia. ㅡ Curvei minha cabeça para o lado, Billie mordeu o lábio infeiror, olhando para frente.

ㅡ E por que não? É claro que vamos, Mara. E como prova disso, vou levar a sua bolsa, que como uma boa esposa que conversa com a mulher todos os dias antes de fazer qualquer coisa, sei que está cheia de livros aqui dentro. ㅡ Colocou as mãos na minha alsa da bolsa, parei de andar deixando que ela tirasse, neguei segurando o riso quando Billie pegou a bolsa, levando um susto com o peso. ㅡ Caralho.

ㅡ Eu disse que estava pesada. ㅡ Dei de ombros, minha amiga sorriu de lado, voltando a pegar no meu braço.

Depois de oito meses de amizade, resolvemos começar um relacionamento, que deu início no primeiro mês desde ano. ㅡ Bebi um pouco da água, tentando desfazer o nó na garganta.

ㅡ E como era a relação de vocês duas? Ela te batia, trava mal, ou coisa pior? ㅡ Levantou a sobrencelha, passando a língua nos dentes.

ㅡ Pelo contrário. ㅡ Ri pelo nariz. ㅡ Billie sempre me tratou como uma rainha, nunca brigávamos, éramos um casal "perfeito" nos olhos de algumas pessoas. ㅡ Fiz aspas com o dedo, soltei o ar.

ㅡ Certo. O que aconteceu no dia que você viu quatro corpos no porão da casa da sua namorada, Amara? ㅡ Soltei o ar outra vez, me arrepiei de lembrar.

A claridade fez com que eu despertasse, abri meus olhos devagar, vendo minha namorada mexendo no celular, ela me olhou e sorriu, meu coração pulou do alegria. Me esntiquei e colei nossos lábios em um selinho rápido, Billie passou a mão pelos meus cabelos, fazendo carinho na minha nuca.

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