The promise?

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Encaro a luz que vem da janela, diferente de ontem, fez sol hoje.

É o outro dia, acordei com uma bandeja com pãezinhos de queijo e suco de uva, não vi ninguém hoje, preferia que ficasse assim pelo rosto do dia. Me culpei em todos os sentidos possíveis quando ouvi a porta sendo destrancada.

Cláudia passou por ela, minha amiga carregava uma caixa de bombons dos meus preferidos, seu olhar de culpa pesava em mim. A morena fechou e trancou a porta, se aproximou da minha cama e se sentou, ficando de cabeça baixa, não falei nada, esperei seu posicionamento.

ㅡ Mara, eu sei que o fiz não foi certo. ㅡ Pega nas minhas duas mãos, seus olhos estão cheios d'água. ㅡ ㅡ Mas eu preciso que você entenda que foi o certo pra mim. ㅡ Disse exasperada, eu ri sem humor e larguei suas mãos. ㅡ Eu quero muito que você entenda, sabe? E-eu achei que você fosse entender o meu....

ㅡ CALA BOCA! ㅡ Gritei, perdendo as migalhas da minha paciência. ㅡ Se você veio aqui pra provar que consegue ser ainda mais burra e mostruosa, é melhor sair, prefiro ficar sozinha.

ㅡ Porra Mara, você não quer nem tentar entender o meu lado? Entender o porquê de... ㅡ Parei de ouviu o que a mulher na minha frente dizia, me concentrei na arma que Cláudia tinha no bolso.

Engulo a seco, volto a olhar para a morena que agora discutia sozinha, penso em algo para tentar escapar daqui, olho em volta, meu olhar para no cadeado da janela que vai até o jardim. Voltei a me concentrar em Cláudia, respeitei fundo.

ㅡ Você quer o perdão? ㅡ A interrompi, ela parou de falar. ㅡ Quer que eu te perdoe, Cláudia?

ㅡ Quero, Mara! Eu não consigo fazer nada só de saber que você está assim comigo. ㅡ Ralaxa os ombros derrotada, com uma expressão triste.

ㅡ Me dá essa arma. Agora. ㅡ Entendo minha mão, Cláudia olhou para a própria cintura. ㅡ Esse é o único jeito de eu te perdoar. Prefere passar o resto da vida, com o peso e a culpa que tem pela sua melhor amiga ter sofrido por sua causa? Com um perdão, isso passaria. ㅡ Era mentira, eu nunca perdoaria Cláudia, nunca mesmo.

Cláudia tirou a arma da cintura devagar, ela pensou um pouco e me estendeu a arma, peguei bruscamente e corri até a janela, a morena disse algo que não entendi, por conta do barulho do tiro que fez depois que desparei a arma no cadeado.

Soltei a arma, abri a jenela, coloquei um pé pra fora e depois o outro. Era tudo tão rápido, minha ex melhor amiga gritava para eu não fazer isso enquanto eu pulava da janela. Encarei Cláudia pela última vez e fechei a janela com força, ela negou com a cabeça pelo outro lado, a única coisa que fiz foi correr em alguma direção que me leve até o portão, entrei dentro de uma espécie de labirinto, era a única coisa que tinha na minha frente, não tinha para onde correr.

Comecei a correr máximo que podia pelo labirinto, era torturante, ficava desperada cada vez mais, parecia que corria a círculos sem parar. Billie é esperta, ela sabe como eu sou, sabia que não aceitaria estar nessa situação e provavelmente tentaria fugir, foi de propósito.

Gemo de dor quando sinto um corte ser feito no meu braço, paro de correr, um galho fino causou um corte nada bom no meu braço. Galho desgraçado.

Volto a correr sem rumo, paro bruscamente, tampo minha boca com minha mão pelo meu grito de susto ao ver dois cachorros maiores que eu, andando sorreteiramente na minha direção, engulo a seco, os dentes dos dois cães estavam para fora, uma coleira no pescoço de cada um era arrastada no chão, tentei me afastar devagar, sabia que correr seria pior.

Franzo a sobrencelha quando os cães pararam de rosnar, seus olhos mudaram de bravos para amedrontados, os dois se sentaram no chão com uma carinha fofa. Relaxo meus ombros e faço uma careta. Merda.

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