Circondato

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Me sentia um pouco aliviada por ter comido a comida e bebido o suco, a unha foi a primeira coisa que devorei quando desisti de tentar, cheguei a conclusão que seria pior se não comesse, se eu morrer agora envenenada, vai ser lucro.

Escutei a porta sendo destrancada, me sentei na cama, enquanto terminava de comer o macarrão, não queria olhar, preferi fingir que não tinha ninguém ali. Eu sabia que era ela quem estava ali, levantei a cabeça para confiarmar, Billie estava encostada na parede com as mãos no bolso da calça larga, dei uma olhada rápida, voltando a comer macarrão.

Meus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, chorei até agora sem parar, era uma mistura de medo com ansiedade, a ficha estava caindo aos poucos, nunca pensei que fosse sequestrada, minha família tem a renda média e não ganho o valor que deveria pelo meu esforço no trabalho, não teria motivo, apenas um, que era o meu fantasma do passado que resolveu voltar para me atormentar.

Sabia que Billie me encarava, e isso me deixa desconfortável pra caramba. Levantei minha cabeça e olhei em seu rosto, vi que olhava para meu corpo, Billie percebeu que eu a olhava, mas não cedeu até eu ceder, comecei a olhar para a janela. Não faço ideia do que tá acontecendo, por que ela não para de olhar?

 Não faço ideia do que tá acontecendo, por que ela não para de olhar?

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ㅡ O que você vai fazer comigo? ㅡ Murmuro, olhando para minhas mãos.

ㅡ O que você acha que vou fazer com você? ㅡ Revida, continuo olhando minhas mãos, tirando a sujeira da unha com outra unha.

ㅡ Me matar, torturar, ou coisa pior. ㅡ Dou de ombros, respondendo com sinceridade. A fato de não poder ver seu rosto estava me matando.

ㅡ Levanta daí logo, antes que faça uma dessas coisa. ㅡ Abre a porta, esperando eu me levantar, hesitei em sair da cama, minhas pernas travaram. ㅡ Acha que eu estou brincando? Se você não se levantar, te arrasto pelos cabelos até o carro.

Sua frieza me assustou, meu peito começou a doer, senti vontade de chorar ao me lembra do passado. Coloquei os pés descalços no chão, andei devagar até a porta, meu braço foi puxado com força, Billie empurrou minhas costas e fechou a porta, ela voltou a segurar meus braços, minhas pernas vacilaram. Acho que fiquei muito tempo sem andar, não sei quanto tempo fiquei desacordada.

Fui empurrada para dentro de uma caminh
onete, meu corpo tremia, Billie se sentou no banco do motorista e começou a dirigir.

Fiquei olhando para estrada vazia, vi a casa mediana se afastando aos poucos, estávamos em uma estrada de terra, não tinha ninguém e nada, apenas terra, pedras e árvores por todos os lados. Queria abrir minha boca para falar alguma coisa, perguntar alguma coisa, mas não conseguia, a ficha ainda não caiu totalmente, tenho medo do que possa acontecer.

Derrepente, um choque de realidade me atingiu, uma ideia sem noção brotou na minha cabeça. Coloquei a mão na fechadura do carro, olhei para a loira, dirigia o carro com uma mão e prestava atenção na estrada, tirei a mão devagar quando Billie me olhou pelo retrovisor, disfarcei, abaixando minha mão até a coxa, ela ainda me olhava com os olhos azuis, que não tem o mesmo brilho de antes.

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