"Sim, eu ligo, não te preocupes, não percas tempo, vai!" Ouço a Aisha do seu quarto.
"Mas o que é que se passa?! Porque é que estão a falar tão alto?" Resmunga a Terra ao acordar.
Eu levanto-me ao som das palavras da Bloom mas arrependo-me logo devido ao movimento brusculo que faz o meu peito doer. "Ah!" Gemo. Sentia que a minha respiração estava cada vez mais descontrolada.
"Podem me explicar o que se passa?" Ouço a Stella a gritar irritada. "Bloom?!"
Não consegui prestar atenção a mais nada, eu só sei que as dores eram horríveis e sentia-me como se estivesse entre um sonho e a realidade. Por vezes conseguia perceber a Terra, que estava agora à minha beira, a perguntar como estava ao qual respondia "Horrível."
As únicas razões por estar assim era por a transformação ter começado.
Quando dei por ela, o senhor Harvey estava também à minha beira cujo me administrava Zanbaq pois conseguia sentir o seu alívio que proporcionava por uns minutos.
O Sam também se juntara a mim bem como o meu pai. As suas palavras de preocupação faziam ainda mais com que queria que isto acabasse o mais rápido possível.
Não sei por quanto tempo fiquei assim mas sei que acordo repentinamente com o rugido de um queimado. Não sei se tinha sido um sonho ou se tinha realmente ouvido. Algo me diz que não fui a única a ouvir pois as caras deles os quatro pareciam surpresos.
"Será que...?" Pergunta a Terra.
"Vamos esperar por notícias deles." Aconselha o Sr. Harvey.
"Tenta te aguentar filha..." Diz o meu pai a colocar a sua mão na minha testa para medir a febre.
O som do queimado que ecoava na minha cabeça começa a desaparecer e um alívio instaurava-se em mim. Conseguia também respirar melhor. Sentia a mente mais limpa e mais controlada.
Poucos a poucos, a minha visão começava a melhorar, o que me dava uma melhor e mais detalhada visão de todos a meu redor.
"Acho que já me estou a sentir melhor." Informo.
"Sim? Mas que bom filha!" Fala o meu pai com um notável alívio na sua voz.
"Esperemos que signifique que tenham conseguido..." Fala o Sam pela primeira vez, pelo menos que tenha ouvido.
O telemóvel do Sr. Harvey começou a tocar e este atende logo.
"Saul?" Ele coloca em voz alta para que todos pudéssemos ouvir.
"Acabámos de matar seis queimados bem aqui perto da barreira. Desses o Riven tem a certeza que era o que procurávamos." Os meus olhos iluminam-se ao som daquelas palavras. O Riven não iria dizer que era o tal sem o ser. Ele sabia muito bem, para além da melhoria que subitamente estava a sentir.
"A Musa já sente ligeiras melhorias, Saul, mas tens que me dar mais tempo..." Informa o Sr. Harvey.
"Vamos ficar junto à barreira então."
"Certo. Vou te manter atualizado." Desliga.
"Vamos ver como estão essas feridas, Musa?"
"Eu ajudo." Terra ajuda a tirar-me a manga da camisola e o pai tira o curativo.
Olhamos todos ao mesmo tempo na esperança e na curiosidade de saber.
A ferida que eu antes via no meu peito já não está tão perto do coração e a do ombro já está mais pequena.
As nossas caras são uma mistura de alívio e felicidade.
"Musa, já está a diminuir!" Diz o Sr. Harvey.
"Está mesmo, estás a ficar melhor!" Exclama o Sam feliz.
"Que boas notícias! Que bom!" Diz o meu pai emocionado e pega-me na mão e não consigo conter as lágrimas. Custava-me a acreditar que estava a ficar melhor depois de me sentir tão mal minutos atrás. A minha vida estava por um fio mas foi salva pelos meus amigos. Eu estava salva e fora de perigo.
Não podia negar que este sentimento de melhoria que já sentia era bem vindo. Finalmente estava a sair deste túnel escuro e ir em direção à luz, à salvação.
"Vou ligar para o Saul e avisar-lhe. Vamos Terra, Sam, venham comigo."
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Fragmento
FanfictionTudo mudou quando eu fui atacada por um queimado. Desde o pensamento de morrer, promesas, indecisões, novos sentimentos até a dura verdade. E depois há o Riven. Solitário, rude, irónico e um dos melhores especialistas da Escola de Alfea. Não posso n...