Deitada já na minha cama, depois de me ter despedido do meu pai, as lágrimas caiam-me pela cara. Sentia-me pessimamente. Sentia-me cansada e culpada, principalmente, ainda mais depois de ver o meu pai. Vê-lo preocupado comigo partiu-me o coração. Não fiz o suficiente naquele dia, e sabia bem que não.
Ouço uma notificação no meu telemóvel mas nem me apresso a ir ver. Ignoro com todos estes sentimentos que sinto no momento, para além de também não me apetecer falar com ninguém.
Depois de ter secado as lágrimas, levo-me a mim mesma a ir verificar o meu telemóvel. Poderia ser o meu pai e não o queria deixar preocupado se não respondesse.
"Não me deste o teu número, então tive de usar outros meios." Ao primeiro não percebo de quem se tratava, já que não conhecia o número, mas logo me lembro do Riven. Claro que só podia ser ele.
Sinceramente não me apetecia muito falar, mas também seria rude não o fazer.
Musa: "O Riven não é Riven se não tem aquilo que quer, não é verdade?"
Riven: "Estás a dizer que fizeste de propósito?"
Musa: "Também não te lembraste, por isso, estamos quites."
Riven: "Nah, só vamos estar quites depois de ficares livre disso."
Será que ficarei?
Musa: "Mesmo que isso aconteça, depois fico em dívida para contigo. E para com todos."
Riven: "Podes ficar no meu lugar na academia. Não me importava uma semaninha de férias. Já vi que tens jeito."
A lembrança daquele dia lá fora veio-me à memória. A angústia e raiva que ele estava a sentir enquanto falava de Alfea. Ele não gostava mesmo de estar aqui. Poderia ir por aquele ramo e perguntar-lhe, mas sei que iria reagir mal, tal como anteriormente. Fica de fora da minha mente. Ecoava nas minhas lembranças. Ele realmente não gostava que eu usasse o meu poder nele, ou então foi porque toquei num assunto sério. Mas não precisava de o importunar agora. Deixaria este assunto para um momento mais adequado.
Musa: "Não pude lidar com um queimado, e ainda dizes que tenho jeito?"
Ele demora a responder e penso que nem o fará até ouvir a notificação no telemóvel.
Riven: "Como estás?"
Musa: "Mal. O Senhor Harvey dá-me no máximo 2 dias. Falta pouco para afetar o coração."
Ele demora outra vez para responder e desta vez penso mesmo que não o irá fazer até porque já se passava mais de 5 minutos e não havia resposta dele. Se calhar adormeceu, penso para mim. Deve estar exausto das missões.
Adormeci com aqueles pensamentos na minha mente.
Acordo a meio da noite com uma dor enorme nas minhas feridas e com mais febre. Era um desconforto enorme para não dizer que a febre me deixava confusa até porque parecia que estava a ouvir vozes, até perceber que não era devido à febre, mas sim mesmo realidade.
"Liga para o Sky, Aisha! Diz-lhe para irem lá ter aonde encontramos os queimados no outro dia, perto da barreira. Ele irá saber aonde é. Rápido!" Ouço as palavras da Bloom desde o seu quarto.

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Fragmento
FanfictionTudo mudou quando eu fui atacada por um queimado. Desde o pensamento de morrer, promesas, indecisões, novos sentimentos até a dura verdade. E depois há o Riven. Solitário, rude, irónico e um dos melhores especialistas da Escola de Alfea. Não posso n...