Watashi no Hikari - Kakashi Hatake

Capítulo 2

POV Hanare

Acordei antes do sol nascer, com o Naruto me cutucando e o vi me olhando com os olhos arregalados.

— Tudo bem, Naruto? — perguntei preocupada.

— Você teve um pesadelo? — droga, ele ouviu?

— O que você ouviu?

— Você tava chorando muito e ficava dizendo "me perdoe, Hideki, eu falhei com você". Quem é Hideki?

— Alguém de quem não vale a pena falar — suspirei triste, era a segunda noite que eu tinha o mesmo pesadelo.

— Ele é a coisa que você fez certo, mas que dói?

— É, ele é sim — sorri triste para o Naruto — Quando você ficou tão esperto?

— Eu sou esperto, porque eu vou ser Hokage — dei uma gargalhada.

— Tudo bem então, futuro Hokage, volte a dormir — beijei sua testa e me levantei — Agora eu preciso ir, não se atrase para a academia, certo?

Ele assentiu e fechou os olhinhos. Saí de sua casa e corri pelos telhados até a minha, entrei no meu quarto pela janela, tomei um banho e coloquei meu uniforme e minha máscara ANBU na mochila antes de descer para o café da manhã.

— O que você pensava que estava fazendo? — meu pai perguntou, com a voz raivosa, assim que entrei na cozinha.

— Bom dia para o senhor também!

— Hanare — Kashin falou, em tom de advertência enquanto dava comida para o pequeno Konohamaru.

Ele havia voltado a morar na casa de papai após sua esposa Naomi morrer no parto do primeiro filho há cinco anos. Então vivíamos, na residência dos Sarutobi, eu, Asuma, Kashin, Konohamaru e papai.

— Eu só saí, ok? — falei brava — Eu precisava esfriar a cabeça.

— Você não pode sair sem nos falar nada, você tem que avisar, já imaginou como seria se seu poder caísse em mãos erradas?

— Meu poder? Uau, eu pensei que você se preocupava comigo, não com o poder que vive dentro de mim.

— Não fale assim, Hanare, você sabe que se preocupar com você é se preocupar com seu poder — Kashin disse fazendo Asuma e eu reviramos os olhos.

— Ok, certo, tudo bem — falei brava — Vou levar Konohamaru para a creche e estou indo para a ANBU.

— Não vai comer nada? — Asuma perguntou.

— Não tô com fome — beijei a bochecha de Asuma, peguei Konohamaru e saí de casa.

— Tia Hanare — Konohamaru me chamou e eu olhei pra ele — ta brava?

— Um pouquinho, filho, mas não é com você — apertei a pontinha de seu nariz.

— Te amo muitão — ele me abraçou apertado.

Konohamaru tinha apenas 5 anos e já conhecia a perda, crescer sem a mãe e com um pai ANBU não era fácil, mas ele se mantinha uma criança doce e carinhosa.

— Eu também te amo muitão — beijei sua testa e o deixei na creche.

Corri até a sede da ANBU e quando cheguei encontrei Asuma me esperando na porta.

— Toma — ele me estendeu um saquinho com biscoitos e um café — Você não pode ficar sem o café da manhã.

— É por isso que você é minha pessoa favorita no mundo — sorri pra ele, peguei o saquinho e o vi desaparecer numa nuvem de fumaça e ri — Um clone, nii-chan?

Quando entrei encontrei alguns ANBU já devidamente uniformizados e outros ainda com roupas comuns. Terminei de tomar o café e fui até meu armário.

— Hanare, o hokage deseja nos ver na sala dele com urgência — revirei os olhos.

— Certo, obrigada, Tenzou, só vou me trocar o nós vamos — sorri para um dos meus melhores amigos, antigo subordinado do meu namorado.

Coloquei minhas roupas, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo com a franja solta e coloquei minha máscara de gato.

Tenzou e eu corremos até a torre do hokage e nos ajoelhamos diante do sandaime, Kakashi estava na sala com ele.

— Senpai — Tenzo e eu o cumprimentamos e eu vi um sorriso maroto nascer sob a máscara, nesse tempo com ele eu aprendi a ler suas expressões de baixo daquele pano irritante.

— Bom dia — ele disse e se virou para meu pai — Se o senhor quiser posso esperar lá fora.

— Não, não será necessário — meu pai disse fazendo um gesto de desdém com a mão e olhou para mim — Você se sente bem de ir em uma missão apenas dois dias depois de ter...

— Sim, senhor — o interrompi — estou bem e pronta para ir a qualquer missão.

— Tudo bem, vocês dois irão até Suna entregar esse pergaminho para o Kazekage, é de extrema importância que você levem esse pergaminho em segurança e tragam a resposta do Kazekage, sem isso o exame Chuunin desse ano não poderá ser feito.

Tenzou e eu partimos no mesmo instante e retornamos cinco dias depois com a resposta do Kazekage. Quando estavamos entrando na vila meu amigo perguntou.

— Você não acha que deveria tirar umas férias?

— Ué, por que?

— Eu não quis falar nada antes, mas não passou uma noite sem que você tivesse pesadelos com ele, talvez seja melhor você tirar um dias, esfriar a cabeça.

— Obrigada por se preocupar, mas tudo que eu não preciso agora são férias, eu tenho que ocupar a mente.

Quando entramos na vila vimos uma correria enorme e o Naruto fugindo de alguns Chuunins.

— O que será que ele aprontou dessa vez? — perguntei rindo.

— Olha pra cima e veja com seus próprios olhos — Tenzou falou.

Quando ergui o olhar vi o monumento dos Hokage todo pintado.

— Dessa vez ele foi longe demais — até eu fiquei com raiva.

Depois de entregarmos a resposta do kazekage ao hokage eu fui direto até o monumento, onde Iruka fazia Naruto limpar cada traço de tinta e os observei de longe.

— Você só vai pra casa quando terminar de limpar tudo — escutei Iruka falando bravo.

— Tô nem ai, não tem ninguém me esperando em casa mesmo!

Ah, Naruto, pensei suspirando. Depois de deixar meu uniforme na ANBU fui até a casa de Kakashi.

— Olá, meu amor — ele disse ao abrir a porta — senti saudade.

— Eu também — puxei sua máscara para baixo e o beijei.

— Tenzou falou comigo sobre os pesadelos — me afastei dele e fui para a cozinha — Por favor, Hanare, precisamos falar sobre isso!

— Não, não precisamos, isso é assunto meu e o Tenzou não tem nada a ver com isso, nem você, é assunto meu — esbravejei socando a mesa.

— Ei, calma, eu só queria ajudar — ele disse erguendo as mãos, como sinal de rendição.

— Desculpe, eu não tenho dormido bem e isso vem me deixando nervosa.

Kakashi me abraçou, eu passei toda a tarde com ele e decidi ir a casa de Naruto no início da noite.