Capítulo 22

860 82 15
                                    

POV Hanare

Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo, eu me sentei no chão e chorei copiosamente, parecia que eu estava sufocando, ele iriam mesmo me impedir de ter meu bebê?

Não, Tsunade nunca faria isso! Mas eu também pensei que Kakashi nunca rejeitaria um filho nosso e veja onde estamos!

Me perdoe, eu causei problemas outra vez, se não fosse por mim isso jamais aconteceria.

Não é assim, Matatabi, não precisa se desculpar, nós estamos juntas nessa, ok? Enquanto esse bebê tiver a nós, ele vai ficar bem!

Resolvi seguir até a reunião com os conselheiros, eu precisava ouvir o que eles diziam, mesmo que escondida, era do meu interesse.

Enquanto corria até lá encontrei Kashin, pelo seu olhar ele já sabia, então segurou forte em meu braço.

— Por que arriscar sua vida e a de toda a vila assim? — seu olhar era julgamento puro — Você só precisava se cuidar, Hanare!

— Me deixa em paz, Kashin!

— Você é uma irresponsável que só pensa em si mesma, seria uma decepção para o otou-sama!

Ignorei meu irmão mais velho e saí correndo até a prédio hokage, onde parei para respirar um pouco antes de ir até a sala de reuniões.

A medida que me aproximava, ocultando meu chakra, eu podia ouvir as vozes dos velhos insuportáveis discutindo minha vida enquanto Tsunade e Kakashi ficavam calados.

— Vocês não se lembram o que aconteceu na última vez que uma jinchuuriki como ela deu a luz? A vila quase foi destruída — a velha dizia brava.

— Exatamente, eu disse várias vezes que não poderíamos colocar essas bestas em mulheres — foi a vez do velho — elas sempre se cegam com a fantasia da maternidade e não se importam com seu dever de proteger a vila!

Kakashi, Tsunade, digam alguma coisa, eu pedia em pensamentos com os olhos marejados.

— Ela não pode ter esse filho, a vila tem que vir antes de interesses pessoais — a velha falou em tom de decisão.

Suspirei, não havia mais nada para decidir ali, eu precisava proteger meu filho, corri pela vila desnorteada, eu não sabia que fazer, só sabia que não podia mais ficar aqui.

— Ei, Hanare, o que houve? — Naruto perguntou correndo atrás de mim.

— Eu preciso de ajudar — falei, finalmente chegando em casa — Eu estou grávida Naruto.

— Meus parab...

— Não é de se comemorar — ele me olhou confuso — Quando uma jinchuuriki engravida o selo se enfraquece, porque a energia que seria usada pera mante-lo é usada para desenvolver o bebê.

— Isso quer dizer que a besta pode se libertar?

— Basicamente, mas eu confio em Matatabi, eu sei que ela vai ficar quietinha — eu podia ver a indecisão no olhar de Naruto enquanto eu arrumava uma mochila — Por favor, os conselheiros querem matar meu bebê, não querem nem nos dar uma chance!

— A vovó Tsunade e o Kakashi-sensei não vão deixar — pelo meu olhar Naruto notou a verdade — Eles também querem isso?

— Eles ouviram os anciãos falando e não fizeram exatamente nada a respeito!

Naruto se sentou na cama, confuso, prendeu o cabelo entre os dedos e suspirou algumas vezes antes de dizer.

— Procura o Gaara, vou enviar um pergaminho dizendo que uma amiga precisa de ajuda!

Eu abracei Naruto apertado, deixando algumas lágrimas escorrerem.

— Muito obrigada, Naruto — senti meus olhos cheios de lágrimas enquanto colocava minha mochila nas costas — Me prometa que você ficará bem? Prometa que vai se alimentar direito e treinar muito? E prometa também cuidar de Konohamaru? Eu queria me despedir dele, mas Kashin nunca me deixaria fugir.

Naruto assentiu, com os olhos marejados.

— Você também promete se cuidar? — assenti pra ele — E promete voltar quando o bebê nascer?

Eu engoli em seco, não sabia se poderia cumprir uma promessa assim, a partir do momento que eu saísse escondida da vila, fugindo da hokage e indo contra suas ordens eu poderia ser considerada uma nukenin.

— Adeus, Naruto — sorri para ele e saí pela janela.

Para sair de Konoha sem correr riscos eu me transformei em outra pessoa, continuei caminhando como uma camponesa e passei rapidamente por Kakashi, ele parecia abatido, mas resolvi ignorar, continuei seguindo meu caminho, sabendo que talvez nunca mais visse o amor da minha vida!

Aproximadamente duas horas após deixar Konoha, quando a noite começava a cair e eu já estava na minha verdadeira forma, senti que estava sendo seguida. Parei em um campo aberto e esperei o ataque.

— Nos desculpe por isso, Hanane — um ANBU da fundação pediu — mas são ordens superiores.

Em seguida mais três apareceram, eles estavam em quatro, usando uma formação de ataque quase inquebrável.

— Sinto muito, mas vocês terão que voltar com uma missão falha — levei a mão as costas, droga!

Minha katana não estaca comigo, ela foi um presente de Asuma, feita com o mesmo metal de suas lâminas, minha arma favorita e com a qual eu tinha mais familiaridade.

Tive que sacar uma kunai e me preparar para fazer jutsus. Depois de derrotar dois deles eu fiquei cercada pelos outros dois.

Derrubei o que estava na minha frente e o desmaiei com um golpe na cabeça, eu não matei nenhum dos garotos só os deixei inconscientes, afinal eles estavam apenas cumprido ordens.

Enquanto atacava o da minha frente, eu cometi o erro de baixar a guarda, por sorte meus reflexos me permitiram desviar de um golpe que deveria acertar meu coração, mas eu não fui rápida o bastante e senti um buraco ser aperto em meu braço.

Essa vai ficar cicatriz, sério? Você acha mesmo? Pensei irônica!

Derrubei o último deles e continuei fugindo, ignorando totalmente a dor em meu braço, invoquei meus leões para me vigiar enquanto eu descansava, não podia acreditar que Konoha deu ordens para me executar e que Kakashi concordou com isso, a cada segundo eu me sentia mais perdida e confusa. Corri por mais três dias até chegar em Suna, onde procurei por Gaara, já sabendo qual provavelmente seria sua resposta como kazekage.

Watashi no Hikari - Kakashi HatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora