Watashi no Hikari - Kakashi Hatake

Capítulo 20

POV Kakashi

— Desculpe, mas a senhora não acha que pegou pesado demais com ela? — Yamato perguntou — Sabemos que ela não devia ter revelado o segredo, mas somos nós, somos uma equipe, não vamos entrega-la nem coloca-la em perigo.

— Ele tem razão, vovó, você não precisava ter sido tão dura com ela — Naruto disse, fazendo um bico e virando o rosto.

— Por mais que eu odeie concordar com o Naruto, é verdade — Ino falou — ela não foi irresponsável nem egoísta, ela pensou na equipe. Se ela não tivesse usado a Nibi, Kakashi-sensei provavelmente estaria morto agora e talvez até mesmo nós!

Nisso eles tinham razão, Hanare se colocou em risco para proteger sua equipe, para não perder mais nenhum companheiro.

Tsunade suspirou, abaixando a cabeça.

— Os oito, vão atrás dela, digam essas coisas para ela e peçam que ela venha me encontrar sozinha — quando estávamos saindo ela disse — Ino, Chouji, essa cara de medo não concorda com o discurso.

Todos rimos e saímos de prédio.

— Onde será que iremos encontra-la? — Sai perguntou.

— Eu sei exatamente onde ela está — falei para eles e comecei a caminhar até o cemitério de Konoha — Não disse?

Depois de conversarmos com ela no cemitério fomos os nove para uma churrascaria.

— Não vai comer, Hanare? — Chouji perguntou de boca cheia.

— Meu estômago não está muito legal hoje — ela deu um sorrisinho de canto.

— Você vai me treinar, não vai? — Naruto pediu, juntando as mãos como uma súplica — Por favor, eu prometo que vou ser um bom aluno!

— Sinto muito, Naruto, mas eu não sou uma boa sensei.

— Como você sabe se nunca treinou alguém? — Shikamaru perguntou.

— Na verdade eu já treinei uma pessoa uma vez — ela suspirou, abaixando a cabeça e eu mal acreditava que ela iria finalmente falar sobre isso — Mas não acabou muito bem, então eu dispenso e deixo para quem realmente sabe fazer isso!

Hanare deu de ombros e se levantou.

— Já está indo embora? — perguntei, sem olha-la nos olhos.

— Eu tenho que falar com a Hokage — ela se virou para minha aluna — Sakura, você pode me acompanhar, por favor?

A garota de cabelos cor de rosa apenas assentiu e seguiu Hanare. Depois do almoço eu decidi caminhar por Konoha, mas acabei surpreendido por um ANBU.

— Kakashi, você pode me acompanhar? — Kashin disse, surgindo do nada.

O segui até uma parte afastada da vila, onde ele tirou a mascara e suspirou.

— É sobre o segredo de Hanare? — perguntei direto.

— Sim, não quero que você a entenda mal, Kakashi, por vezes ela quis te contar, se sentia mal por esconder isso de você, eu e otou-sama é que não deixamos.

— Por que? Eu não era de confiança? — minha voz estava áspera.

— Claro que era — ele desviou o rosto — Nós só não queríamos que outra pessoa também tivesse a responsabilidade de guardar um segredo tão grande, na verdade tinhamos medo de como você reagiria, afinal sua amiga morreu por ser jinchuuriki.

Abaixei a cabeça com as lembranças de Rin, no fundo, eu até entendia, pois quando vi Hanare se transformar a primeira coisa que pensei foi nisso.

— Agora que você sabe, eu quero falar sobre uma coisa — ele desviou o olhar, parecia envergonhado — Você sabe o que aconteceu quando Kushina engravidou do Naruto, não sabe?

— Sim, o selo enfraqueceu e a raposa escapou.

— Exatamente, estou te falando isso porque implica na vida de vocês dois, Hanare pode ser um pouco inconsequente as vezes quando se trata de ser mãe — eu entendi onde ele queria chegar, aquilo era um grande sonho para ela — Eu odeio limitar minha imouto, mas infelizmente tenho que te pedir para que não ceda a vontade dela. Se escolher ficar com Hanare você deve assumir o compromisso de nunca ter um filho, ou pode colocar toda a aldeia em perigo, você entende isso?

— Entendo — suspirei pesadamente, virei as costas e saí de lá.

"Se escolher ficar com Hanare", quem Kashin pensa que é? Ele sabe que eu amo aquela louca mais que qualquer coisa, eu nunca a deixaria por qualquer que fosse o motivo.

— O que o onii-san queria com você? — ela perguntou assim que saí da floresta, me assustando.

— Podemos ir pra minha casa? — sorri para ela, tentando aliviar a pequena ruga que se formava entre suas sobrancelhas quando ela estava nervosa.

Quando chegamos a minha casa ela se virou, com os olhos cheios de lágrimas e disse:

— Me perdoa por ter escondido isso de você, eu quis muito te contar, várias vezes, eu só não conseguia, otou-sama me fez prometer que nunca contaria, os hokage só souberam por ser quem são e Kushina para que me ajudasse a suprimir o chakra — a abracei apertando.

— Ta tudo bem, amor, eu estou realmente chateado por ter sido deixado de fora, mas eu te amo, eu sei que você nunca quis me ferir, então vamos superar isso, certo? — ela assentiu sorrindo largamente e fechando os olhos — Desde que você prometa nunca mais esconder nada de mim!

Ela ergueu a sobrancelha e me abraçou apertado mais uma vez, beijando meu pescoço, suas costas estavam rígidas e eu não entendi porque ela parecia tensa.

— Eu... Eu te amo tanto — ela então se afastou e sentou no sofá — Mas você não disse o que Kashin queria contigo.

— Ele veio falar sobre — coçei a nuca, não sabia como falar aquilo — sobre suas "limitações".

— Da pra desenvolver melhor? — ela estava tensa, o que me indicava que ela sabia sobre o que era, mas queria ouvir de mim.

— Ele me disse que nós nunca poderemos ter filhos, para evitar que um acidente como o do nove caudas aconteça — decidi falar de uma vez e a vi erguer a cabeça e me olhar nos olhos.

— Asuma não acreditava nisso — seus olhos estavam tristes — Uma vez eu conversei com ele sobre isso e ele acreditava que eu posso conseguir ter um filho sem problemas, eu confio em Matatabi, sei que ela não vai nem tentar escapar!

Os olhos dela eram a mais pura esperança, eu via como ela tratava Hideki, antes de tudo, também vi Naruto e Konohamaru, então imaginei como ela seria com um filho mesmo, balancei a cabeça, me lembrando do que Kashin havia dito "não ceda a vontade dela... ou pode colocar toda a aldeia em perigo".

— Sinto muito, Hanare, mas não podemos colocar o futuro da aldeia numa relação de confiança, se ela destruir a folha por um mero capricho nosso eu nunca vou me perdoar.

— Capricho? Então você acha que um filho nosso seria apenas um "mero capricho"?

— Hanare, desculpe, eu não quero brigar — abracei a cintura dela — Nós estamos muito bem assim, não acha? Só nós dois, com muito amor!

Hanare assentiu de cabeça baixa e me abraçou de leve, eu sabia que ela estava magoada, mas logo passaria.