Watashi no Hikari - Kakashi Hatake

Capítulo 5

POV Hanare

Enquanto me aproximava do meu apartamento na aldeia da Névoa eu senti um chakra que conhecia muito bem.

O que ele faz aqui? Depois de tanto tempo?

— Kakashi? — perguntei cautelosa, mas mantendo o rosto impassível.

— Aaaah, então é você? — ouvi a voz de Naruto que ria alto — Eu senti tantas saudades!

Ele agarrou minha cintura em um abraço apertado enquanto eu sorria abertamente para ele, eu sempre gostei especialmente do Naruto.

— Eu também senti saudades, Naruto!

— Mas espera um pouco ai — ele se afastou, ficando sério e apontando um dedo para mim — Eu nem sabia que você era uma ninja, por que não me contou, hein?

Eu sorri de forma doce antes de bagunçar seu cabelo.

— Poxa, Naruto, você já está quase maior que eu — fiquei realmente surpresa ao constatar isso, mas tinha que responder sua pergunta, então sorri mais uma vez e disse — Eu sou uma ANBU, por isso você e ninguém mais poderia saber que sou uma ninja, entende?

Ele assentiu, ainda um pouco emburrado.

— Senhora Karin, viemos a mando do hokage — uma garota de cabelos cor de rosa se apressou em dizer.

— Por favor, pode me chamar pelo meu nome verdadeiro, sem o senhora — sussurrei para eles — O Hokage quer que eu volte para Konoha, não é?

— Exatamente, mas podemos entrar? Tenho a impressão que o escândalo do Naruto pode ter chamado a atenção — Kakashi falou depressa, ele continuava precavido.

— Entrem e se acomodem — eu disse destrancando a porta — eu tenho que arrumar minhas coisas e prepararei a refeição, o caminho é longo e cansativo, então descansem.

Fui até meu quarto e entrei no banheiro para tomar um banho, parei em frente ao espelho e respirei fundo, como ele ainda podia me fazer sentir tudo isso?

Você ainda gosta dele, é simples!

— Cala a boca, sua intrometida!

Tomei um banho relaxante e antes de arrumar minhas coisas eu decidi preparar uma comida, eles deviam estar com fome.

Me surpreendi ao chegar na cozinha e encontrar Kakashi com as mangas da blusa dobradas e cortando os legumes, essa era uma visão que eu sentia muita falta. Então me apoiei no batente da porta o admirando e esperei até que ele notasse minha presença.

— Desculpe — ele disse após um pequeno susto — imaginei que tivesse muito o que arrumar e tomei a liberdade de preparar a comida.

— Tudo bem — sorri de leve — Já que você está cuidando disso eu vou pedir a ajuda das crianças na arrumação.

Vai cozinhar com ele, sua idiota, fica pertinho dele.

Eu já não te mandei calar a boca? Pensei de forma raivosa.

— Meninos e menina — chamei por eles, que estavam sentados no meu sofá — podem me ajudar com algumas coisas?

Os três se levantaram e foram comigo até meu quarto.

— Como vamos levar tudo isso, Hanare? — Naruto perguntou.

— Hanare? — Sakura perguntou — Seu nome não era Karin?

— Karin era meu nome de disfarce, meu nome verdadeiro é Hanare, pensei que soubessem — os olhei confusa, Kakashi não deve ter falado exatamente nada de mim pra eles — Não vamos levar tudo, Naruto, apenas algumas coisas, as outras vocês me ajudarão a destruir. Agora, vocês sabem meu nome, mas eu só sei o do Naruto aqui.

— Eu sou Sakura Haruno — a garota de cabelos cor de rosa falou com um sorriso tímido.

— E eu sou Sasuke Uchiha — o outro falou com voz orgulhosa. Era estranho ter um Uchiha diante dos meus olhos depois do massacre.

— Kakashi é o sensei de vocês?

— Sim — os três responderam em uníssono.

— Como vocês conseguiram passar no teste? — perguntei rindo.

— Nós somos os melhores — Naruto apontou para si mesmo e todos nós rimos, era bom vê-lo sendo parte de algo.

Depois de me ajudarem a preparar uma mochila pequena, nós colocamos as outras coisas em sacos e separamos para levar para destruir e não deixar vestígios.

— O cheiro está bom, Kakashi-sensei — Sakura disse e ele sorriu de forma doce para ela.

Depois de comermos Kakashi disse para os meninos descansarem, que ele me acompanharia até o local onde eu colocaria fogo em tudo.

— Como está sendo sua vida aqui? — ele finalmente quebrou o silêncio, após mais de dez minutos de caminhada.

— Estava sendo tranquila, acho que sinto falta da adrenalina das grandes missões.

— Você — ele pigarreou, parecia sem graça — Você está com alguém?

Sorri, achando engraçada a situação.

— Não e você?

— Também não.

Eu assenti e não rendi a conversa. Quando chegamos a uma parte afastada da cidade eu pedi que ele reunisse tudo em uma única parte.

— Estilo fogo — disse após todos os sinais de mãos necessários — jutsu bola de fogo.

Tudo foi imediatamente consumido pelas chamas, enquanto víamos queimar eu notei Kakashi me encarando.

— Você continua apaixonada pelo fogo, não é? Seus olhos brilham diante dele!

— Não é atoa que fogo é meu elemento de chakra, ele é lindo, mas tem um poder de destruir tudo por onde passa, eu gosto dessa intensidade.

— Parece você — ergui uma sobrancelha ao olhar para ele — Você também é uma das coisas mais lindas que existe no mundo, mas parece um pequeno incêndio, tem um poder de destruição que ninguém imagina.

— O que você quer dizer com isso? — perguntei com raiva.

— Que você deixou uma bagunça tão grande aqui — ele apontou pro próprio peito — que eu acho que ninguém mais no mundo poderia ter deixado.

Eu abri a boca várias vezes para responder, mas não havia nada a dizer.

Quando o fogo terminou de destruir tudo nós começamos a seguir o caminho de casa.

— Nós dois temos nossa parcela de culpa nisso — sussurrei de cabeça baixa.

— Não fui eu que busquei uma missão tão longa e tão longe de casa — ele falou firme.

— O que te revolta mais? — perguntei brava — Que eu tenha precisado de alguma coisa para passar por aquilo ou que essa coisa não tenha sido você?

Ele ficou calado, me olhava ofendido, mas parecia não encontrar uma resposta para minha acusação. Enquanto subíamos as escadas para meu apartamento ele puxou meu braço.

— Me doeu muito saber que eu não era suficiente para você — ele colocou a mão em meu rosto — Mas nada se comparou a dor de ver que você escolheu me deixar.

— Ahh, Kakashi... — sussurrei com pesar, colocando minha mão em seu rosto — Eu senti tanto a sua falta.

Quando ia beija-lo ele virou o rosto e pegou minha mão, tirando-a de sua bochecha.

— Nós estamos em missão, é melhor deixarmos essa conversa para outra hora.

Ele continuou subindo e me deixou sozinha na escada, olhando para o espaço onde ele estava antes.