Watashi no Hikari - Kakashi Hatake

Capítulo 6

POV Hanare

Deixamos a aldeia da névoa pouco antes do sol nascer para não chamar a atenção, Kakashi ainda não havia falado nem mesmo uma palavra comigo desde ontem. Menos de uma hora depois de deixarmos a névoa eu senti a aproximação de dois chakras desconhecidos, mas não falei nada, aguardei para ver se eles se aproximariam mais.

— Hanare — Kakashi me chamou um tempo depois.

— Você também percebeu? Eles ainda estão relativamente distantes.

— Estamos sendo seguidos? — Sakura perguntou.

Ainda andávamos como camponeses, o plano era continuarmos assim até o pôr do sol, quando já estaríamos distantes o bastante e parariamos para acampar, mas aparentemente os shonobi da névoa realmente haviam nos localizado.

— O que vamos fazer? — Sasuke perguntou, com um sorrisinho de canto.

— Eu vou pegar eles com meus clones — Naruto parou e começou a fazer os sinais de mãos.

— Eles são meus — coloquei minha mão sobre a do Naruto — faz muito tempo que não tenho um bom combate, deixem comigo.

Os quatro assentiram e se afastaram um pouco, me deixando um espaço de dez metros aproximadamente.

— Parece que você é uma ninja sensorial, não é? — um deles disse sorrindo.

— Acertaram, eu notei o chakra de vocês há mais de duas horas, estava apenas esperando que estivéssemos longe o bastante para que não pudessem pedir reforços — fiz meu primeiro movimento, iniciando o combate.

Depois de uns quinze minutos de combate com taijutso e ninjutso derrotei um deles. Quando o outro veio em minha direção eu saquei minha kunai e, usando minha velocidade, cheguei atrás dele e a cravei em suas costas.

Ele começou a cuspir sangue e eu caminhei para trás, observando enquanto ele morria, depois fechei seus olhos. Me virei e vi os membros de time Kakashi me olharem com olhos arregalados, enquanto fitavam minhas mãos cheias de sangue.

— Vem aqui — Kakashi disse, me chamando com a mão antes de usar suiton para me ajudar a limpar as minhas.

— Não dói em você? — Naruto perguntou algumas horas depois, quebrando o silêncio que havia se formado após a batalha.

— Como assim? — perguntei.

— Mata-los — ele abaixou a cabeça — Você pareceu fazer isso com tanta facilidade.

— Claro que dói, cada morte me doeu fundo, algumas mais, outras menos. Porque cada vida que você tira, mesmo que sejam inimigos ou nukenins, você está matando sonhos, está matando alguém amado por outra pessoa. Se isso não dói em você, você não pode se considerar humano!

Quando o sol se pôs paramos para montar nossa barraca para passarmos a noite, comermos e descansarmos.

— Hanare, por que realmente você deixou Konoha? — Naruto perguntou enquanto estávamos ao redor da fogueira.

— Aconteceram algumas coisas ruins e eu precisei de um tempo longe de tudo.

— Mas dois anos foi muito tempo — ele resmungou.

— Eu sei, Naruto, mas era uma ferida grande demais para cicatrizar rápido.

— Aquilo que era o certo, mas ainda assim te doía? — assenti, vendo todos prestarem atenção — Agora eu entendo o que você quis dizer naquela noite, o caminho shinobi é realmente difícil.

Suspirei, não queria que o coração puro do Naruto conhecesse essa dor.

— De onde você conhece o Naruto? — Sakura perguntou — Vocês parecem próximos.

— Ela cuidou de mim — Naruto sorriu tímido — quando eu era criança ninguém queria brincar comigo, então um dia, ela se ofereceu para brincar e depois me levou para comer lamen do Ichiraku, foi ela que me viciou nele. Depois desse dia ela sempre me levava para comer no Ichiraku, brincava comigo e me perguntava sobre meu dia, ela era gentil comigo enquanto todo mundo me virava as costas. Uma noite eu tava andando sozinho por Konoha, porque tive um pesadelo e estava com medo de dormir, eu encontrei com ela, que me levou pra minha casa, me fez um chá e ficou fazendo carinho em mim até eu dormir — Naruto sorriu pra mim e os outros me olhavam um pouco surpresos — Quando eu me formei na academia eu queria correr pra contar pra ela, mas ela já havia vindo pra essa missão.

— Você parece uma Kunoichi experiente — Sasuke falou — Com quantos anos você entrou na ANBU?

— Eu tinha 14 anos.

— Você já era jounin? — Sakura perguntou.

— Sim, na prova de admissão para jounin eles acharam que eu tinha potencial para a ANBU, me deram a promoção e me indicaram para o grupo.

— Espera, se com 14 você era jounin, com quantos anos você se tornou chunnin? — Naruto perguntou.

— Com 11 — dei de ombros — e me formei na academia aos 9.

— Incrível — Sakura disse.

Pouco tempo depois as crianças dormiram, Kakashi e eu ficamos de guarda, no mais completo silêncio, só nos falamos quando ele entregou minha mochila com meu uniforme e minha bandana, que Asuma havia enviado.

Em três dias, eu avistei os portões de meu lar, do meu lugar favorito no mundo.

Eu não sei se posso dizer que senti falta daqui, mas estou feliz em estar de volta ouvi a voz dentro de mim falar e sorri.

— Eu entendo — sussurrei tão baixo que até parecia um pensamento.

Quando chegamos ao portão de Konoha eu avistei minhas pessoas favoritas do mundo inteiro.

— Tia Hanare — Konohamaru pulou em meu colo e me abraçou apertado.

— Você cresceu muito, filho — falei com voz de esforço — e está pesado.

Todos riram enquanto ele descia do meu colo.

— Você voltou pra ficar? — ele perguntou com os olhinhos brilhando.

— Com certeza, Konohamaru.

— Olá, imouto — Asuma disse sorrindo com os braços abertos.

— Nii-chan — pulei no colo do Asuma e entrelacei minhas pernas em sua cintura — senti saudades.

Ele me apertou em seus braços antes de me colocar no chão.

— Vocês conversaram? — Asuma perguntou baixinho em meu ouvido.

— Não estrague o momento — respondi no mesmo tom.

— E de mim, não sentiu saudade não? — Kashin perguntou se fazendo de chateado.

— De você também, Nii-san — joguei meus braços em volta do pescoço dele e ele me abraçou apertado.

Asuma passou o braço por cima dos meus ombros e disse:

— Tanta coisa aconteceu ultimamente que eu preciso te contar, mas antes, vamos comer lamen do Ichiraku, eu pago.

Naruto pulou empolgado por todo o caminho até o tio do lamen.