Capítulo 26

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POV Hanare

Quatro meses haviam se passado desde que cheguei ao vilarejo, eu mantinha uma vida discreta, conversava apenas com as senhoras do mercado. Temari vinha me visitar de duas a três vezes no mês, não mais que isso para não levantar suspeitas, nós havíamos desenvolvido uma relação que se aproximava de amizade, apesar de ela ainda ser um pouco fria. Eu estava chegando no oitavo mês e não aguentava mais de vontade de ter meu bebê, afinal queria poder dormir de bruços novamente, queria poder andar sem me cansar e adoraria poder voltar a usar calças. Tirando isso que é comum a toda gravidez a minha foi tranquila, eu mal senti enjoou, não inchei muito, não fiquei indisposta ou mal humorada, foi uma gestação muito tranquila e eu só torcia para o bebê também ser tranquilo.

Haviam algumas fotos minhas grávida pela casa, todas tiradas com a insistência de Temari, que dizia que o bebê iria querer ver como eu tinha ficado com uma barriga gigante.

— Temari — cumprimentei assim que ela chegou, mas seu rosto hoje não carregava a frieza comum, parecia triste e apreensivo — O que aconteceu?

— O sannin lendário Jiraya foi morto pelo líder Akatsuki, Pain.

— O...O que? — perguntei, me sentando — O Naruto sabe disso?

— Sim, ele já sabe, parece que aconteceu há algumas semanas.

— Eu preciso ir a Konoha — me levantei rapidamente, começando a colocar roupas em uma mochila.

— Não, Hanare, o bebê ainda não nasceu, você tem que pensar no seu filho — Temari disse.

— Naruto também precisa de mim, ele é quase um filho, Temari, por favor.

Ela se colocou na frente da porta, afim de me impedir de sair.

— Me desculpe, mas não posso deixar você colocar todo o nosso esforço para proteger o bebê em jogo!

— Eu é que peço desculpas — sorri triste e a coloquei em um genjutso.

Eu conheço Temari, sei que ela sairá logo, então tinha que me apressar, invoquei meus leões e fui o mais rápido que podia até Konoha.

A viagem levou cinco dias, dois a mais do que levaria normalmente, no último dia, perto do portão de Konoha eu senti minha primeira contração, mas ainda era cedo, faltava um mês para o bebê nascer.

Me apoiei em uma árvore e suprimi um grito de dor quando veio outra contração e minha bolsa estourou.

— Eu disse que não deveríamos fazer essa viagem — Sarabi falou, se aproximando e encostando o focinho em mim.

— Está tudo bem, eu ainda tenho um tempo — suspirei — transformação!

Me transformei em um lavrador simples e dispensei meus leões. Eu preciso achar o Naruto, a quem eu peço ajuda? Alguém em quem eu realmente possa confiar. Konohamaru, mas como eu chegaria até ele? Fui caminhando por Konoha, devido a dor eu tive que me concentrar muito para manter o jutsu. Quando finalmente encontrei meu sobrinho eu o chamei.

— Ei, venha cá — Konohamaru olhou para os lados e depois veio — Preciso de ajuda!

Desfiz o jutsu e sorri para ele.

— Você está realmente grávida — ele falou rindo enquanto me abraçava.

— Onde está o Naruto?

— Depois da morte do sábio tarado ele foi treinar com os sapos sábios em um monte que eu não lembro o nome.

— O que? Eu vim até aqui para vê-lo!

— Eu vou precisar que você me desculpe — ele disse, se afastando — Mas me falaram que eu precisaria reportar se você viesse, pra que eles possam te ajudar.

— Não, Konohamaru, eu posso me virar sozinha, por favor, não diz nada!

— Desculpa, titia, mas eu prometi pro otou-san e pra Hokage-sama, é minha missão — meu sobrinho saiu correndo, merda!

O que vamos fazer? Vamos fugir logo daqui!

Me transformei novamente e caminhei o mais rápido que minhas dores permitiam até o portão principal de Konoha, foi um erro ter vindo. Quando cheguei lá Kakashi, Tsunade, Sakura, Sai, Yamato e Neji estavam parados no caminho. Droga, para mascarar meu chakra eu teria que desfazer a transformação, Temari tinha razão.

— Ei, você, pode vir aqui, por favor? — a hokage chamou.

Eu pensei muito antes de tomar uma atitude.

— Invocação — invoquei meus leões e desfiz meu jutsu, correndo o mais rápido possível para fora da vila, espalhando clones pelo caminho, todo o meu corpo doía, mas eu precisava proteger meu bebê, então fui em frente.

Quase duas horas depois eu parei, sentindo fortes dores e acabei gritando, quando menos esperava uma redoma de madeira me cercou.

— Desculpe, Hanare, mas eu não posso deixar você ir — havia piedade no olhar de Tenzou — Os outros chegarão aqui em menos de uma hora, por favor se comporte.

— Eu estou em trabalho de parto — gritei desesperada — Acha mesmo que eu poderia fugir?

— Tem alguma coisa que eu possa fazer?

— Me deixar parir em paz talvez?

Então um enorme banco de madeira surgiu no meio da redoma.

— Desculpe por não ser macio — ele sorriu com pesar — Logo Tsunade-sama chega para te ajudar.

— Obrigada — inclinei a cabeça — Mas terei que fazer isso!

Levantei uma barreira de selamento em volta da redoma de madeira e libertei metade de Matatabi, a aura dela se formou atrás das minhas costas, protegendo meu flanco.

— Hanare — Yamato me chamava, socando a barreira enquanto eu gritava de dor, me abaixando de frente para o banco e rasgando minha calcinha.

Hanare, por favor, não da pra ir mais rápido? Eu tô sentindo a dor também!

Eu queria matar Matatabi agora, queria matar Kakashi por colocar aquele negócio dele dentro de mim, queria me matar por não ter evitado tanta dor.

Senti um forte calor emanar, o que fez Yamato se afastar da barreira, Matatabi estava me aquecendo, na tentativa de diminuir minha dor.

Eu estava agachada, meu vestido se arrastava no chão e cobria meu bumbum, o banco de Yamato me cobria na frente, eu abaixei minha mão e pude sentir algo duro. Aquilo era a cabeça dele? Quis gritar mais ainda!

— Hanare, por favor, nos deixe entrar — ouvi Kakashi gritando, mas o ignorei.

— Hanare, me deixa te ajudar — Tsunade quase tinha desespero na voz, era a primeira vez que ela ficava frente a frente com Matatabi, então eu podia entender.

— Não, eu não preciso de vocês, aaaaaaaaaah — gritei ainda mais alto.

Talvez você precise!

Watashi no Hikari - Kakashi HatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora