Watashi no Hikari - Kakashi Hatake

Capítulo 28

POV Hanare

Abri lentamente meus olhos, meu corpo estava um pouco dolorido, mas nada em comparação com a dor infernal que eu havia sentido antes.

Meus olhos demoraram um pouco para se adaptar a claridade, eu estava no hospital.

— Bom dia, dorminhoca — escutei a voz do Naruto.

— Naruto? — foquei minha visão nele.

— Eu voltei correndo do Monte Myoboco — ele se sentou ao meu lado na cama — Como você está?

— Eu acho que estou bem — sorri de leve, me sentando com dificuldade e olhando para o Kakashi.

— Vamos dar uma volta — Tsunade disse — Acho que Hanare e Kakashi precisam conversar.

Tsunade, Sakura, Naruto, Sai, Kurenai, Yamato, Kashin e Konohamaru deixaram o quarto rapidamente.

— Ei, traz ele pra mim — pedi apontando pro bebê dormindo no bercinho.

— Eu não se posso pegar, ele é muito pequeno — ele falou coçando a cabeça e eu o olhei feio — Tudo bem, tudo bem!

Ele pegou o bebê com tanta delicadeza que parecia que o pequeno poderia quebrar a qualquer momento.

— Ele tem seu cabelo — sorri triste para Kakashi — me desculpe por te forçar a ter um filho.

— Ei, nunca mais diga isso — ele tocou meu queixo, erguendo minha cabeça — Você não tem o direito de se desculpar pelo meu maior presente!

Eu fiquei surpresa com o que ouvi, mas preferi não falar nada, eu queria apreciar aquele momento em que eu tinha meu filho nos braços e o homem que eu amo ao meu lado.

— Desculpe, interromper — Tsunade disse — Mas está na hora do bebê mamar. Eu tomei a iniciativa de dar mamadeira enquanto você dormia, para permitir que seu corpo descansasse, mas se preferir pode dar o peito agora.

— Eu vou querer, você pode me ensinar? — de fato ter minha mãe ou a do Kakashi por perto seria de grande ajuda, mas ambas estavam mortas, então só me restavam conselhos de uma médica.

Tsunade se aproximou de nós e fez carinho na testa do neném, que resmungou, abrindo os olhinhos.

— Vejam só, tem os olhinhos da mamãe — ela balançou o dedo diante dos olhinhos dele — Olhinhos da mamãe e cabelinhos do papai!

— Eu nunca imaginei você assim com um bebê — Kakashi falou rindo.

— Se contarem a alguém eu mato vocês — nós rimos alto e fizemos o bebê chorar.

— Até que enfim, eu já estava preocupado por ele não chorar nunca — Kakashi falou enquanto eu tentava acalmar aquele serzinho gritando alto.

— Não se gabem, eu usei ninjutso médico para que ele ficasse calminho assim, mas o efeito já passou e eu não vou coloca-lo para relaxar outra vez — Tsunade se afastou um pouco — Vocês terão que aprender a lidar!

Eu tive que oferecer meu peito para conseguir acalma-lo, agora ele mamava olhando em meus olhos e com a mão em minha bochecha, como se não tivesse dado um show há alguns segundos.

— Você está bem? — Kakashi perguntou enquanto eu tentava conter minhas caretas.

— Pode não parecer, mas isso dói bastante.

Depois que ele mamou e arrotou, Kakashi o colocou para dormir no bercinho e se sentou na minha cama, ao lado de Tsunade.

— Agora podemos conversar — a hokage disse, me olhando nos olhos — Por que você fugiu, Hanare?

— A folha tentar matar a mim e ao meu bebê não é suficiente? — Kakashi e Tsunade me olhavam confusos.

— Do que é que você está falando? — ele perguntou.

— Eu espiei uma parte da reunião com os conselheiros, eu ouvi bem quando os velhos disseram que não podiam me deixar ter o bebê, porque a segurança da aldeia deveria vir em primeiro lugar, ouvi eles relembrando o incidente com Kushina, falando que não se deve selar bestas com caudas em mulheres porque nós sempre colocamos sonhos idiotas a frente de tudo.

Eu já estava chorando, Kakashi veio me abraçar mas eu o afastei com um empurrão leve.

— Você só ouviu isso? — Tsunade perguntou rindo e eu assenti, com olhar de raiva — É impressionante como mal entendidos são feitos rapidamente, caso você tivesse ficado ouvindo atrás da porta por mais um minuto nada disso teria acontecido!

— Como assim? — eu estava realmente confusa.

— Você só perdeu a melhor parte da reunião — Kakashi riu baixinho — Tsunade-sama socou uma mesa, a partindo em duas e gritou que o direito a vida do nosso bebê não estava em discussão, o que deveríamos discutir eram formas seguras de trazê-lo ao mundo e que se os velhos não quisessem ajudar nisso, ela pensaria sozinha em uma estratégia!

Eu estava verdadeiramente confusa, Tsunade e Kakashi estavam do meu lado? Mas como se eu fui atacada?

— E como vocês explicam isso? — perguntei abaixando a manga da minha blusa e exibindo a enorme cicatriz em meu braço — Na noite que eu fugi da vila fui atacada por ninjas da ANBU que se desculpavam e alegavam estar apenas cumprindo ordens.

Tsunade se aproximou e examinou meu ferimento, fazendo uma expressão de raiva, enquanto Kakashi fechava os punhos com força.

— Eu vou matar o Danzou — Tsunade rugiu — Quem ele pensa que é para agir pelas minhas costas desse jeito? Me desculpe por isso, Hanare, agora é fácil entender porque você se escondeu tão bem. Mas que fique claro que essa ordem nunca partiu de mim e se aquele velho acha que isso ficará impune ele está muito enganado!

Eu nem ousei me mover, Tsunade parecia realmente a ponto de matar quem cruzasse seu caminho. Só então tudo pareceu fazer sentindo na minha cabeça confusa, a hokage sempre esteve ao meu lado, pensando no melhor para mim e para a vila, aqueles velhos babões é que queriam me eliminar e matar meu bebê!

— Me desculpem — pedi de cabeça baixa — eu deveria ter confiado mais em vocês!

— Ei, está tudo bem — Kakashi disse, tocando minha bochecha — Eu não reagi da melhor forma e somado a tudo que aconteceu, qualquer um fugiria.

— Eu vou deixar vocês sozinhos e marcar uma reunião com os velhos.

— Tsunade-sama — chamei antes que ela saísse — O bebê nasceu antes do tempo, ele está bem?

— Está sim, mesmo vindo antes do tempo ele é muito saudável, mas como não seria com uma mãe tão forte? — ela sorriu para mim — Afinal, não é qualquer uma que consegue fugir de ninjas de elite por duas horas em trabalho de parto e ainda ter forças para fazer uma barreira impenetrável.

— Não foi fácil — falei rindo — Quando nós vamos poder sair daqui?

— Mesmo que vocês dois estejam bem, pequenina, eu vou mante-los até amanhã, para impedir suas estripulias no primeiro dia pós parto — ela riu para mim antes de deixar o quarto.