O caos já estava instalado, agora o que antes havia começado com um tiro agora eram vários sendo disparados entre os seguranças e os homens que estavam encapuzados.
As pessoas corriam de um lado para o outro tentando sair, olhei assustada para Heitor.
— Me escute, vá para fora e peça para o motorista levá-la em casa.
— Mas e você? —questionei com a voz um pouco trêmula.
— Não se preocupe comigo, agora vá!
Ele não me deu tempo de falar e já se afastou de mim, resolvi fazer o quê ele pediu, tentei passar entre as pessoas que corriam, no entanto, no meio do alvoroço alguém havia me empurrado.
Caí de mal jeito no chão machucando o meu pé que começou a doer, fui tomada pelo desespero, de repente, notei Heitor vindo correndo em minha direção.
— O quê aconteceu?!
— Alguém me empurrou, machuquei o meu pé, está doendo muito! —expliquei sentindo a dor aumentar.
— Droga! —praguejou parecendo irritado e voltou a me olhar. — Venha.
Para a minha surpresa ele me pegou em seus braços fazendo com que o meu coração acerelasse.
— O quê você está fazendo? —questionei, sentindo as minhas bochechas ruborizarem.
— Te ajudando a sair viva daqui.
Ele conseguiu passar com facilidade entre as pessoas, ele me segurava em seus braços como se eu fosse um uma pluma.
Só do lado de fora, consegui respirar normalmente o som de tiros já haviam diminuido, Heitor me levou até o carro, o motorista nos olhou preocupado.
Ele me colocou no banco do carro com as pernas para fora.
— Geralt, cuide dela. —pediu ao motorista que logo assentiu, ele fez menção de sair, no entanto, segurei na sua roupa o impedido de sair, ele me olhou confuso. — O quê houve?
De repente, meus olhos foram tomados pelas lágrimas que logo molharam todo o meu rosto, eu não queria que ele fosse, não somos amigos nem nada do tipo, mas eu não quero que ele se machuque.
Ele se abaixou na minha frente e pela primeira vez o seu olhar para mim não era de raiva ou irritação, mas era de preocupação.
Por impulso me joguei em seus braços o prendendo em um abraço, ele permaneceu imóvel, seu corpo estava rígido provando o seu desconforto com o meu gesto.
Eu chorava de soluçar, intensifiquei ainda mais o meu abraço, com medo do que aconteceu agora pouco e com medo que algo o acontecesse, seu corpo enrijeceu ainda mais com o meu aperto, até que ele segurou os meus braços e me empurrou delicadamente me afastando dele.
Heitor se levantou, não tive coragem de encará-lo, ele limpou a garganta e logo ouvi a sua voz.
— Vamos para casa.
Essas foram as suas únicas palavras, entramos no carro e o silêncio parecia pior do que antes, eu não tive coragem de me mexer durante todo o caminho, eu estava encolhida querendo apenas me esconder debaixo das minhas cobertas, eu queria esquecer apenas um minuto de quem eu sou.
Assim que o carro parou em frente a enorme massão, Heitor desceu e virou-se para mim me segurando outra vez eu seus braços, o meu pé ainda doía me causando desconforto.
Eu me sentia estranha em seus braços, um homem jamais havia me tocado o que me deixava ainda mais nervosa.
A casa estava silenciosa, os empregados já não estavam mais, Heitor acendeu a luz e cuidadosamente subiu a escada me levando até o meu quarto me deixando delicadamente em cima da cama.
— Irei chamar um médico para ver o seu pé. —disse em um baixo tom de voz.
Quando abri a boca para negar, ele me deu as costas e saiu do meu quarto me deixando sozinha.
Sozinha, sozinha, sozinha!
Eu já não aguentava mais essa palavra, a solidão é algo tão frustrante, é aterrorizante saber que ninguém se importa comigo.
— O quê você está escondendo aí? —olhei curiosa para Emma que estava com as mãos para trás me olhando com um sorriso nos lábios, ela estava parada em frente a porta do meu quarto me levantei da cama.
— Um presente! —respondeu aumentando seu sorriso, meus olhos brilharam com a notícia eu gostava dos presentes que eu recebia da Emma.
— Um presente? —questionei empolgada.
— Sim, agora feche os olhos. — rapidamente à obedeci fechei os meus olhos. — Agora estenda as mãos.
Fiz uma careta.
— Não é nenhuma brincadeira não, certo?
Ouvi ela rir.
— Claro que não sua boba! Não confia em mim?
— Confio!
Logo senti algo ser depositado em minhas mãos.
— Pode abrir.
Abri os meus olhos vendo um pulseira brilhante com a letra "E" Pendurada, olhei para Emma e ela estava segurando outra em uma mão onde também havia outra letra pendurada, dessa vez era "L"
— Emma, ela é linda! —a abracei e voltei a olhar para a minha pulseira.
— Uma pulseira com as nossas inicias, assim você poderá me levar para todos os lugares e eu também levarei você.
Uma lágrima sorrateira descia pelo o meu rosto, à enxuguei rapidamente ao ouvir vozes do outro lado da porta, não demorou para que Heitor entrasse com um outro homem de cabelos grisalhos segurando uma maleta.
— Boa noite, senhora! Me chamo Marlon, sou médico e vim ver como está o seu pé! —apresentou-se, o respondi apenas com um aceno de cabeça, Heitor estava em pé próximo a porta. — Com licença, senhora.
Ele se aproximou de mim e segurou o meu pé com cuidado e tirou o meu sapato, não evitei de fazer uma careta assim que fui atingida pela dor.
Ele o analisou minuciosamente em seguida olhou entre eu e Heitor.
— Você torceu o pé, por isso está inchado e doendo. Eu tenho aqui comigo alguns analgésicos. —disse enquanto procurava na sua maleta e logo colocou alguns compridos em cima do criado mudo ao lado da minha cama. — Tome-os e amanhã estará como nova.
Ele sorriu para mim e andou até Heitor.
— Vamos, eu o acompanho até a porta.
Com isso os dois saíram, logo Heitor voltou segurando um copo de água nas mãos e o deixou no criado mudo.
— Eu liguei para a sua mãe e pedi que o motorista fosse buscá-la. —informou me surpreendendo. — Achei que gostaria que ela estivesse aqui.
Assenti e me preparei para falar, eu precisava me desculpar pela minha ação de mais cedo.
— Heitor, sobre hoje há noite eu... —ele me interrompe.
— Não se preocupe. Agora preciso ir.
Sem esperar a minha resposta ele saiu, suspirei frustrada me perguntando o que deu em mim para abraçá-lo.
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Não Te Deixarei Ir [COMPLETO]
DragosteA jovem e doce Liz Chaves, encontrava-se em um situação frustrante de um lado estava seus sonhos e princípios e do outro estava o desejo de seus pais de conseguirem crescer na vida com o casamento da filha com o milionário Heitor Albuquerque, o únic...