Capítulo 3

3.6K 292 10
                                    

— Emma, isso tudo é uma loucura! —confessei totalmente preocupada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Emma, isso tudo é uma loucura! —confessei totalmente preocupada.

Emma fechou a sua mala e voltou sua atenção para mim, sentando-se ao meu lado na cama. Ela sorriu para mim e segurou as minhas mãos.

— Não se preocupe, irmãzinha. Dará tudo certo. —asseverou com convicção e esperança, que me faz acreditar em sua palavras, ela beijou minha testa antes de se levantar. — Eu prometo que assim que eu me estabelecer lá, eu volto para te buscar.

Fechei brevemente meus olhos, e respirei profundamente, logo após me levantei e à abracei.

— Você promete?

Emma havia arrumado um trabalho em Los Angeles, ela tomou isso como a oportunidade perfeita para sair daqui, e construir sua própria vida. Longe de pais controlativos como os nossos.

Ela desfez nosso abraço e sorriu para mim.

— Eu prometo!

Balancei minha cabeça para expulsar essa lembrança, e guardei a minha última peça de roupa no closet enorme que havia em meu quarto. Eu já havia tomado um banho e vestido uma roupa mais confortável.

Fui até as enormes janelas de vidro de meu quarto para abrir as cortinas, na realidade tudo aqui é enorme. Me supreendi ao me deparar com um enorme jardim, eu não havia o visto quando chegei.

Talvez eu devesse ir até lá.

Dei de ombros, e sai do quarto descendo as escadas, na parte debaixo da casa, encontrei uma mulher limpando a sala, ela devia ter uns 40 anos aparentemente.

— Com licença. —ao ouvir a minha voz, ela levantou a cabeça e apressou-se em se aproximar de mim. — A senhora poderia, por favor me levar até o jardim?

— Claro, senhora Albuquerque. —respondeu prontamente.

Me senti um pouco desconfortável ao ser chamada assim, por um segundo quase esqueci que eu havia sido vendida como uma mercadoria.

— Se quiser, pode me chamar de Liz. —sorri ao notar seu olhar espantado para mim.

— Mas, senhora... —à interrompi.

— Por favor, apenas Liz.

Ela sorriu para, e assentiu em resposta.

— Certo, Liz.

— Viu como ficou bem melhor? —sorri e me aproximei dela. — Vamos?

Ela passou na minha frente e eu apenas à segui, em pouco tempo estávamos de frente à um lindo e maravilhoso jardim, nele havia flores de todos os tipos.

— Esse lugar é maravilhoso! —confessei com um enorme sorriso no rosto. — Você não me disse o seu nome.

— Bertha.

— Certo, Bertha. —sorri e comecei a andar dentre as flores, com Bertha ao meu enlaço. — Então, faz muito tempo que você trabalha aqui?

— Trabalho aqui desde que os pais do Senhor Heitor, morreram. —confessou, me fazendo virar para olhá-la.

— E faz muito tempo que eles morreram?

— Uns sete anos.

— Ele deve ter sofrido bastante. —confessei, voltando a andar.

Talvez seja por esse motivo que ele é daquele jeito, sério. Ele deve sentir muita falta dos pais, afinal, provavelmente foi bem doloroso perdê-los.

— Bertha, você se importa de mim deixar um pouco sozinha?

— Claro que não. —sorriu para mim. — Foi um prazer conhecê-la, e se me permiti dizer, o senhor Heitor soube escolher muito bem.

Com isso ela foi embora me deixando sozinha.

Sozinha...

Era exatamente como eu estava, e como eu me sentia. Eu não tinha ninguém, era apenas eu. Olhei brevemente para o céu, e abracei meu corpo devido ao frio do final da tarde.

E pensar que eu achei que meu casamento seria o dia mais feliz da minha vida, e aqui estou, infeliz.

Fiquei um bom tempo vagando pelo jardim, até que escureceu, resolvi então voltar para dentro.

Novamente cruzei com Bertha, e sorri para ela que retribuiu meu sorriso. Assim que eu estava prestes a subir as escadas, virei para perguntar-lhe algo.

— Bertha, sabe se o Heitor já chegou?

— Sim, faz alguns minutos. —respondeu. — Daqui à pouco o jantar será servido.

— Certo, só irei tomar banho e já desço.

Subi lentamente a escada devido ao meu problema, assim que eu ia passando em direção ao meu quarto, ouvi a voz do Heitor vindo de um dos quarto, mas ignorei e segui até o meu, era ridículo mas a verdade era que eu queria evitá-lo à todo custo.

Assim que cheguei em meu quarto, fui direto tomar banho, em seguida me arrumei para o jantar. Assim que cheguei na sala de jantar, Heitor já estava jantando, sem dizer nenhuma palavra, me sentei.

Um enorme silêncio pairava no ar, nenhum de nós falávamos absolutamente nada, nem sequer olhavamos um para o outro, aquilo era no mínimo desconfortável.

Eu estava anciosa para que esse martírio acabasse de uma vez, e eu pudesse voltar para o meu quarto.  A casa estava tão silenciosa, apesar dela ser tão linda, era triste. Tudo aqui, emana tristeza. Soltei um pequeno suspiro, e senti o olhar de Heitor sobre mim, mas não tive coragem de encará-lo.

— Amanhã de manhã, mandarei a minha secretária lhe acompanhar as compras. —levantei a minha cabeça para olhá-lo, assim que ouvi sua voz.

Franzi levemente a minha testa.

— As compras? —perguntei em um baixo tom de voz, um pouco trêmula.

— Sim, você precisa de roupas novas.

Pisquei algumas vezes analisando suas palavras, eu estava totalmente sem reação, até que quando caí em mim, tomei coragem para perguntar.

— Desculpe, mas o que há de errado com as minhas roupas?

Dessa vez ele me encarou firmemente, sua feição dura e sombria, me fizeram rapidamente abaixar a minha cabeça.

— Amanhã terá um evento importante, e você irá comigo. E como bem sabe, terão pessoas importantes, tão quero que vá de qualquer maneira.

Assenti, e voltei a jantar, no entanto, eu sentia a comida descer com dificuldade pela a minha garganta. Nada mais foi falado, até que Heitor levantou-se, e sem dizer nenhuma palavra, e subiu pelas escadas, me deixando sozinha.

Fechei brevemente os olhos, e soltei o garfo dentro da comida, me encostando em minha cadeira.

Queria que nada fosse dessa maneira, mas é, eu sou apenas um troféu para ele, para ele mostrar para os seus amigos empresários, e nada mais.

É assim que ele me vê. Um nada.

— Liz? —abri os olhos ao ouvir a voz de Bertha, ela estava me olhando preocupada. — Você está bem?

— Sim. —respondi me levantando da cadeira. — Só estou um pouco cansada, já estou indo dormir. Boa noite, Bertha.

— Boa noite, senhora.

Estava se tornando um hábito mentir para as pessoas, afinal, eu não estava bem, e talvez eu nunca tenha me sentido totalmente bem.

Não Te Deixarei Ir [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora