Capítulo 1

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Hoje é considerado o pior dia da minha vida, para alguns casar-se é um sonho, para mim também era

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Hoje é considerado o pior dia da minha vida, para alguns casar-se é um sonho, para mim também era.

Sempre achei que quando eu entrasse na igreja com um vestido de noiva, meu sorriso não iria caber em meu rosto, mas foi justamente o contrário.

Procuro desesperadamente algum resíduo de sorriso e não encontro. A tristeza presente em meu rosto é nítida.

Literalmente implorei para os meus pais não me jogarem para cima de um homem que só havia visto uma ou duas vezes em toda a minha vida.

Mas de nada adiantou, aqui estou eu, em frente ao altar diante de todos compactuando com uma mentira.

Casamento é amor, amizade, carinho, companheirismo... E eu não tenho nenhuma dessas coisas com meu "noivo".

— Liz Chaves, aceita Heitor Alburquerque como seu legítimo esposo? —perguntou-me o padre.

Olhei para trás e vi todos os convidados me olhando a espera de minha resposta. Não conhecia ninguém que estava alí, mas até onde sei são algumas pessoas da empresa de Heitor.

Eram todos estranhos para mim incluindo meu próprio noivo. Meus pais me observam quase que com ódio, devido o meu silêncio.

Eu poderia simplesmente dizer não para tudo isso, afinal de contas sou adulta, tenho vinte e um anos, poderia muito bem enfrentar tudo isso.

Mas essa não sou eu.

Não sou forte o suficiente para enfrentar meus pais, não sou corajosa como minha irmã que foi embora para fugir dos nossos pais que querem determinar nossas vidas.

Emma me prometeu que voltaria para me levar, mas cinco anos se passaram e ela não voltou. De certo, desistiu de mim.

Mas quem se importaria com uma manca estúpida como eu?

Tenho um problema nos tendões no meu pé, o que me impede de andar normalmente.

Até onde sei Heitor Alburquerque é um dos maiores empresários de Nova Iorque, porém os acionistas não confiam nele cegamente, devido a sua fama de mulherengo.

Sua única solução de sossegar-se e dar um bom exemplo, era casando-se, e infelizmente a escolhida fui eu.

Não porque sou a mais bela de todas, ou muito menos a mais rica de todas, mas porque fui a mais conveniente para o momento.

Eu seria a esposa perfeita para quem quer um vegetal.

Meu pai fez de tudo para que este casamento acontecesse, até porque eu seria como algum tipo de mercadoria já que meus pais ganharam milhões por este casamento.

Como eu me sinto? Um lixo.

Eu sentia que eu não podia ter opinião própria, como se eu tivesseve que abaixar minha cabeça para qualquer coisa, e era exatamente isso que eu sempre fazia.

Nunca contestava nenhuma ordem que era me dada, sempre obedecia o que era me passado sem questionar.

— Senhorita? —a voz do padre me tirou dos meus devaneios, então olhei para frente o vendo me olhar curioso. — Então... Irei repetir a pergunta, você aceita este homem como seu legítimo esposo?

Olhei para o meu lado e fitei Heitor que estava com seu terno impecável, que custava milhões e seus olhos me analisando minuciosamente.

Desviei meus olhos dos dele e voltei a olhar o padre suspirando logo em seguida.

— Sim. —respondi com um bolo enorme se formando em minha garganta, respirei novamente para não derramar-me em lágrimas. — Aceito.

Eu sabia que eu havia determinado minha sentença, aquele seria minha vida daqui para frente. Viver ao lado de um estranho.

— Heitor Alburquerque, aceita Liz Chaves, como sua legítima esposa?

— Sim. —respondeu prontamente, me olhando sériamente. — Eu aceito.

— Sendo assim, o que Deus uniu o homem não separa. —declarou o padre. — O noivo pode beijar a noiva.

Ambos nos levantamos ficando de frente um para o outro, meu estômago se revirava pelo o que viria a seguir, eu não queria beijá-lo.

Fechei os olhos com medo da sua ação, foi então que senti seus lábios tocando minha testa rápidamente.

Abri os meus olhos piscando algumas vezes, tentando processar o quê houve, mas nem tive tempo já que ele me ofereceu seu braço.

Um pouco hesitante entrelacei nossos braços. Eu não estava feliz, pelo contrário, meu coração parecia estar sendo estraçalhado aos poucos.

Eu não tinha a mínima ideia de como seria a minha vida daqui para frente.

Não iríamos participar da festa, Heitor, disse que tinha uma reunião importante após o casamento.

Assim que chegamos no carro, o motorista abriu a porta para nós, eu me sentia nervosa ao lado de Heitor. Meu agora "Esposo" Era um completo estranho para mim.

Minha vontade era apenas de me trancar no quarto, e chorar, chorar até que minhas lágrimas secassem.

Olhei de esgueira para o lado, notando Heitor concentrado no celular, ele nem sequer olhava em minha direção.

Desde que esse casamento foi planejando, não nós falamos nenhuma vez. Apenas meu pai determinou que eu iria me casar e pronto.

Meus pais trabalham na empresa do Heitor, são pessoas gananciosas, me pergunto porque tive pais como eles.

Estávamos indo para a casa do Heitor, onde eu iria morar agora, eu ainda custava acreditar no que me tinha acontecido.

Era como se todos os meus sonhos e prioridades tivessem sido jogados pelo ralo bem diante dos meus olhos.

Assim que paramos em frente a uma enorme casa, Heitor desceu do carro sem dizer uma única palavra.

Desço logo em seguida, com um pouco de dificuldade devido ao meu longo vestido.

Seguro tudo o que posso em minhas mãos, e o sigo até a casa, minha condição no pé me impedia de andar mais rápido.

Passei por alguns seguranças logo na entrada, e segui para dentro da casa. A casa tinha uma bela decoração moderna, era tão grande que me senti como uma formiga.

Procurei Heitor, mas não encontrei nenhum sinal dele. Observei a longa escada a minha frente.

Seria totalmente difícil para mim subi-la, suspirei como se procurasse alguma força para tal coisa.

Aos poucos eu comecei a subi-la, depois de vários minutos, finalmente consegui chegar na parte de cima da casa, onde havia vários quartos.

Neste momento notei Heitor saindo de um em específico. Me preparei para falar pela primeira vez com ele.

— Heitor. —o chamei assim que ele passava por mim, ele parou e virou o seu rosto para minha direção, eu conseguia sentir seu cheiro de amadeirado, Heitor já havia trocado de roupas, usava agora uma calça jeans com uma camisa pólo. — Onde eu fico?

Não consegui segurar meu olhar no dele por muito tempo, por impulso abaixei a cabeça.

— No último quarto.

Heitor sem dizer nenhuma palavra, desceu as escadas deixando-me sozinha.

Suspirei fundo, e permiti que as lágrimas que eu tanto seguranva, fossem derramadas.

Não Te Deixarei Ir [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora