Capítulo 4

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Acordei no dia seguinte com leves batidas na porta do meu quarto, franzi a testa curiosa sobre quem poderia ser, a hipótese de ser o Heitor do outro lado da porta me fez estremecer, eu não me sentia bem ao seu lado

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Acordei no dia seguinte com leves batidas na porta do meu quarto, franzi a testa curiosa sobre quem poderia ser, a hipótese de ser o Heitor do outro lado da porta me fez estremecer, eu não me sentia bem ao seu lado.

Reunindo a pouca coragem que possuo, me sento na beirada da cama e resolvo acabar com minhas dúvidas.

— Quem é?

— Sou eu. —a doce voz de Bertha ecoou do outro lado da porta, um suspiro de alivio, escapou dos meus lábios por apenas ser ela.

— Estou indo! —avisei, ao mesmo tempo em que me levanto e sigo até a porta abrindo a mesma.

Fui recebida por um sorriso gentil vindo de Bertha, aquilo me trazia conforto, talvez porque nunca recebi tal sorriso dos meus pais.

— A moça que o senhor Heitor enviou já está lá em baixo a sua espera. —informou.

Escondi uma careta de frustração, eu havia esquecido completamente das tais compras.

— Certo, obrigada por me avisar, desço em quinze minutos. —Bertha, assentiu e me ofereceu mais um dos seus gentis sorrisos.

Resolvi tomar um banho rápido, eu não queria deixar a mulher esperando, me arrumei o mais rápido que o normal e penteei rápidamente meus cabelos loiros.

Desci as escadas em passos lentos e cuidadosos, afinal, eu não queria me machucar.

Ao chegar na sala, ela estava sentada no sofá de costas para mim, limpei minha garganta para lhe chamar a atenção, logo ela se levantou e ficou na minha frente.

Ela era linda, seu rosto tinha uma feição delicada, seus olhos eram tão azuis que chegavam a brilhar, seus cabelos escuros pareciam bem cuidado, ela sorriu gentilmente para mim.

— Finalmente tive o prazer de conhecer a esposa de Heitor! —seu sorriso se alargou, fiquei um pouco sem graça. — Você é realmente linda.

Minhas bochechas ganharam um leve rubor, devido ao seu elogio, eu não costumava ouvi-los, quando eu morava com os meus pais nunca saía de casa e eles me diziam que eu não era grande coisa.

— Obrigada. —agredeci, sorrindo timidamente para ela.

— Me nome é Riley. —estendeu a mão para mim, à apertei rápidamente. — Sou amiga do Heitor, ele me pediu que viesse ajudá-la, pois iria precisar da secretária para uma reunião importante.

Eu estava aliviada por Riley ser uma pessoa legal, eu já estava imaginando uma pessoa arrogante me esperando.

— Mas chega de papo! Liz, certo? —assenti para confirmar. — Vamos as compras!

Sua empolgação me arrancou um pequeno sorriso, na verdade a única pessoa que era capaz de conseguir isso era a Emma.

Me pergunto o quê houve com a minha irmãzinha, será que ela realmente se esqueceu de mim? Por mais que me doesse, essa era a única resposta coerente.

Me surpreendendo ela segurou na minha mão saiu me puxando para fora da casa, com sua rapidez eu andava com dificuldade, já do lado de fora ela pareceu notar, parou de andar e soltou minha mão me encarando com a testa franzida.

— Está com o pé machucado? —perguntou com o cenho franzido ao perceber minha lentidão ao acompanhá-la.

Desviei os meus olhos dos seus, eu não conseguia manter contato visual com qualquer pessoa por muito tempo, eu me sentia tão minúscula perante a outra pessoa.

— Tenho um problema, nos tendões do meu pé esquerdo, o quê me impede de andar normalmente. —expliquei voltando a olhá-la brevemente vendo seu espanto. — Nasci com esse problema, então é algo que já me acostumei.

— Perdão, eu sinto muito! —pediu me olhando arrependida por me puxar agora pouco.

— Não se preocupe, não tinha como você saber. —sorri gentilmente para ela que logo sorriu de volta.

— Tudo bem, então. —disse ao mesmo tempo que andou até mim parando ao meu lado. — Vamos ao seu ritmo, então!

Olhei para ela um pouco surpresa, não entendo como ela poderia ser tão legal e gentil comigo, as pessoas geralmente não me tratam dessa forma.

Algumas pessoas geralmente fingem ignorar a minha existência, já outras fazem questão de me notar até demais, direcionando olhares penosas em minha direção.

Entramos no carro que estava a nossa espera, o motorista logo deu partida. Durante o percurso, Riley fez questão de puxar assunto à todo momento.

Ela me contou sobre as suas viagens, sobre os negócios de sua família, seu pai era um arquiteto famoso, Riley havia seguido o mesmo caminho que ele, ela me contou que conheceu Heitor na faculdade onde se tornaram bons amigos.

— Você vai gostar de conhecer Edgar o Ricardo e Jane. —mencionou o último nome com um pouco de cautela, notando a minha curiosidade resolveu esclarecer. — Bem, é que a Jane é um pouquinho difícil de lidar, mas você se acostuma com o jeito dela.

Assenti com a cabeça, antes que pudéssemos falar qualquer outra coisa, o carro parou em frente ao shopping, descemos e seguimos até o mesmo.

Logo uma funcionária se aproximou de nós com um sorriso gentil.

— Bom dia, posso ajudá-las?

— Sim, quero todos os tipos de roupas para ela. —apontou para mim. — Vamos renovar o seu guarda-roupa!

— Então, me sigam senhoras.

Riley piscou para mim e seguimos a atendente.

— Que tipo de roupa a senhora gostaria de experimentar primeiro? —perguntou olhando para mim.

Encarei Riley esperando que ela respondesse por mim, ela logo entendeu. Na verdade, eu não sabia nem por onde começar.

— Bem, iremos começar com as roupas de gala. Hoje há noite ela irá em um evento importante onde o seu marido será um dos investidores. —explicou, a atendente assentiu parecendo entender.

— Certo, sei exatamente o quê servirá. Esperem um pouco, eu já volto.

Não demorou para que ela voltasse com um vestido nas mãos o estendendo na minha direção, o segurei com cuidado.

— O provador fica logo ali.

Suspirei fundo, enquanto vestia cuidadosamente a vestido que parecia que qualquer erro meu ele se despedaçaria nas minhas mãos de tão delicado que era.

Me olhei no espelho sem acreditar no tão lindo que era, ele era branco e longo chegava até os meus pés, era um ponto positivo, já que não uso saltos por causa do meu pé, do busto até as costas ele era coberto por um tecido fino com algumas pedrinhas verdes como esmeraldas espalhadas, eu nunca tinha visto algo tão belo.

Saí dos meus devaneios ao ouvir a voz de Riley do lado de fora do provador.

— Liz, vai sair daí ou não? Estou curiosa!

Suspirando fundo, resolvi sair tanto Riley como a atendente olharam para mim com brilho nos olhos.

— Você está perfeita! —Riley me elogiou com um largo sorriso nos lábios. — Sem dúvidos você hoje será o centro das atenções no evento!

Aquilo era justamente o quê eu não queria, só queria me tornar invisível hoje há noite ou até mesmo nem ir ao tal evento, no entanto, sei que essas duas possibilidades estão descartadas, só espero que ao menos der tudo certo.

Não Te Deixarei Ir [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora