Não Te Deixarei Ir [COMPLETO]

Capítulo 14

Eu havia passado o dia todo trancada em meu quarto, pós a minha conversa com Jane não me senti bem em sair, na verdade não tinha para onde eu ir de qualquer maneira.

O jardim estava fora de cogitação, afinal, aquele lugar não me trazia boas lembranças.

Eu estava deitada na cama abraçada ao travesseiro, quando de repente ouvi batidas na porta rapidamente fiquei alerta.

— Liz, sou eu. —a voz de Heitor surgiu ao outro lado da porta. — Abra a porta.

Olhei em direção a janela de vidro e percebi que já havia anoitecido. Me levantei e caminhei um pouco hesitante até a porta a abrindo em seguida recebendo o olhar preocupado de Heitor.

Naquele momento não me contive, me joguei em seus braços o abraçando e não consegui conter as minhas lágrimas.

Eu detestava ser essa garota tão fraca e insegura, eu era ridícula e eu sabia disso.

Heitor me afastou me olhando preocupado.

— Liz, o quê houve? —questionou enquanto me guiava até a cama, em seguida nos sentamos. — Bertha disse que passou o dia aqui e agora à encontro nesse estado.

Soltei um pequeno suspiro cansada e enxuguei as minhas lágrimas, eu não queria causar intrigas entre Heitor e Jane, eu sabia que apesar de tudo eles são amigos e não cabe a mim causar qualquer desentendimento entre eles.

— Nada. —respondi desviando os meus olhos.

— Liz, não precisa mentir para mim. —assegurou levando uma das suas mãos para o meu queixo me fazendo olhá-lo. — Eu realmente estou disposto a mudar minhas atitudes com você, Liz.

Ouvi-lo dizer aquilo fez o meu coração acelerar algumas batidas. Heitor de fato desde que fui parar no hospital tem agido diferente comigo, o que obviamente me deixa intrigada, antes ele nem mesmo suportava olhar para mim e agora parece realmente se preocupar comigo.

— Porquê, Heitor? —quando vi as palavras já haviam saído da minha boca, já não podia parar mais. — Antes você me evitava e agora... bem, agora você se importa comigo?

Ele ficou em silêncio, seus olhos verdes me olhando com intensidade ele parecia querer ver através de mim, seu rosto permaneceu sério como sempre.

— Sabe, Liz. —começou determinado. — Minha mãe costumava dizer que as vezes coisas boas surgem em momentos ruins e você foi essa coisa boa, Liz.

Arregalei os meus olhos surpresa por suas palavras.

— Eu? —questionei incrédula.

— Sim, você. —afirmou segurando ambas as minhas mãos me pegando de surpresa. — Você teria gostado de conhecer os meus pais.