mentiras e lembranças

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— Filha, com quem você está falan... - Como se tudo já não estivesse ruim, agora ficou ainda pior, porque eu fui esquecer logo de trancar a porta?

— Pai?!!!! - Gritei ao susto e empurrei Finn rapidamente para longe de mim e ele riu baixo, desgraçado.

— S/N SINK! - Meu pai gritou não muito alto, pois provavelmente não queria acordar mimha mãe. - Que baixaria é essa dentro da minha casa??

— P-Pai eu posso explicar. - Na verdade eu não podia não, mas fazer o'que né, eu estou sozinha agora.

— Calma Sr.Sink.. Eu sou o namorado da S/n! - Quando ouvi Finn falar isso, a única coisa que passou em minha cabeça foi a reação de minha mãe ao descobrir que eu estou namorando o filho da vizinha, sendo que estamos morando aqui faz menos de uma semana.

— Namorado? S/n? - Eu não sabia o'que responder, então apenas concordei com Finn, não havia outra saída.

— Mas.. Ok, ok. Amanhã nós conversamos melhor. - Meu pai suspirou e encarou Finn de cima a baixo com um certo olhar de aprovação, eu ouvi um amém?

— Vamos, rapaz! Eu te levo até a porta. - Finn assentiu e se levantou da cama, sorriu para mim e foi com meu pai, eu imediatamente fui atrás deles - Amanhã às uma e meia da tarde te quero aqui.

— Sim, senhor. - Finn sorriu novamente e se foi, e agora essa ideia realmente não parecia ser ruim.

— Vamos dormir.. - O mais velho ali disse me encarando enquanto ria baixo. - Minha filha mais nova namorando escondido? Esperava isso de Sadie não de você.

— Pois é, né... Eu posso ao menos me despedir dele? - Eu forcei um sorriso e meu pai assentiu e em seguida voltou para seu quarto, e eu sai direto porta à fora.

— Finn Wolfhard. - Falei ao ver que Finn estava sentado na calçada em frente a própria casa, o cacheado logo me olhou e riu.

— Quer um beijinho de despedida? - Ele continuou a rir e eu me sentei ao seu lado, e o encarei.

— E agora? - Perguntei, ele obviamente já sabia sobre o'que se tratava, Finn demorou um pouco para me responder, mas logo ele abriu a boca.

— Bom, vamos conversar com seus pais e.. Agir como um casal idiota de adolescentes na frente deles. - Riu novamente e eu o acompanhei desta vez.

— E se eles descobrirem? - Eu estava nervosa, a ideia de ser a falsa namorada de Finn Wolfhard era boa, mas se algo acontecer nós estaremos ferrados.

— Não vão, fica tranquila. - Ele falava tudo na maior calma possível, e por incrível que pareça ver ele assim tão sereno me deixou mais aliviada com a situação, como se Finn exalasse todos os tipos de sentimentos e energias que ele sente para outras pessoas, ou talvez alguém em especial.

— Ah, ok.. - Encarei Finn novamente e então pude perceber que ele mantinha um cigarro entre seus dedos da mão direita, o olhei por um tempo até ele me olhar também. - Sério? Você fuma?

— Só as vezes. - Ele sorriu pequeno e logo se levantou, jogou o cigarro dentro de um bueiro ao lado, e olhou para mim uma última vez antes de entrar portão à dentro de sua casa.

— Só as vezes, ata. - Resmunguei, pois sabia que ninguém fumava "só as vezes" sempre virava um vício.

— Não duvide dele, Finn Wolfhard pode ser tudo. - Ouvi uma voz totalmente irreconhecível e procurei em volta à procura de alguém. - Não estou ao seu lado, garota! Nem a sua frente, nem atrás..

— O'que? - Me levantei assustada e andei cambaleando para trás, uma sombra enorme apareceu em minha frente, meu corpo congelou e eu não consegui nem me mover para lado algum.

— Bom, agora estou.. - Aquela voz assustadora remetia ao fundo o mesmo som daquele dia em que algo totalmente estranho aconteceu, mas que ao mesmo tempo não aconteceu, pois era apenas um sonho.. Ou não?

— Q-Quem é você? - Indaguei com a voz falha e a sombra se aproximou de mim, era algo estranho como se eu estivesse em um filme de terror infantil dos anos 90

— Eu? Eu não sei quem sou.. Mas Finn sabe, ele sempre sabe quem são as pessoas, ele sabe tudo.. - A voz continuava a se aproximar, pois agora não havia mais a sombra, era apenas aqueles sons estranhos... Ruídos de ratos esfomeados quando encontram um enorme balde de lixo orgânico, gotas de água que salpicam da torneira toda vez que você não à fecha direito, gritos de crianças felizes ao ganhar o presente que tanto queriam no dia de seu aniversário, risadas de adolescentes rebeldes que se divertiam em uma festa e aquela voz.. Me parecia familiar agora, parecia a voz de um pequeno garoto que foi brincar com sua grande pipa amarela no parque.. "Titia!" ele gritava
"Olha ela está quase alcançando as nuvens" um sorriso foi dado, um sorriso meigo e inocente de uma pequena criança que apenas queria brincar com sua tia mais nova, ele à amava tanto que até suas últimas palavras foram trocadas com ela
"Ele irá me matar e depois vai querer matar você também, titia, não deixe ele fazer isso com você, fuja por favor." um último grito foi ouvido e assim ele sumiu, naquele rio de águas sujas de esgoto, naquela maldita cidade aterrorizante..

ela sentia falta de alguém, ela sabia, mas nunca conseguia lembrar de quem era a maldita saudade que sentia..

o garoto da casa ao lado | + finn wolfhardOnde histórias criam vida. Descubra agora