a escada

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— Eu sabia que ele iria ir, Sophia.. - Ditei sonolenta enquanto me deitava na cama ao lado da de cabelos ruivos.

— Sim, eu sei que você sabia, mas o'que o Finn babaca Wolfhard fez foi ridículo! - Ela parecia brava agora, e eu apenas me aconcheguei ao lado da mesma e continuei a ouvir atentamente tudo que dizia. - Aquela carta merdinha, aquele assunto sem contexto, sério? Que otário.

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"Eu jurei à você quando éramos crianças, que nunca iria te deixar, provavelmente você não lembra mas mesmo assim eu não quebrei meu juramento e continuei ao seu lado, sempre foi eu.
Você sempre gostou de conversar sobre seus passatempos, filmes, falar seus livros, filmes e séries favoritos com as pessoas, mas elas nunca te ouviam, certo? Disso deve lembrar.
Mas quando você conversava com "as paredes", como sua mãe dizia, você não estava literalmente contando as coisas para as paredes e sim para mim, todos os dias você sentava no tapete rosa de borboletas que havia em seu quarto e começava a contar tudo, você falava comigo, o problema é que nunca soube que era alguém, principalmente, que era eu.

Talvez seja um pouco desnecessário essas coisas, mas agora eu já escrevi e fiz de caneta, então...

Sei que deve estar me odiando agora mas por favor, isto não é necessário, eu preciso ir, você sabe, todos sabem.

eu te amo, tenha certeza disso..
- Finn Wolfhard."

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— Sim, você está certa! Mas por favor, vamos dormir. - Falei após soltar um bocejo e Sophia riu e apagou a luz do abajur e eu cai no sono imediatamente.

Acordei no meio da noite com um barulho estranho, eu não iria levantar da cama nem morta (realmente), mas algo estava me chamando, me puxando até lá, meu corpo cedeu e automaticamente eu andei por minha casa no escuro, não precisava de luz algo me guiava e eu não fazia a mínima ideia do que era, parecia até que meus pés andavam sozinhos em tal direção.

Fui levada até um escada, que descia para baixo, não dava para ver nada, pois estava tudo escuro..

Andei alguns míseros passos para frente até chegar à ponta daquela escada macabra, desci um, dois, três, quatro, cinco e seis degraus.

Havia mais dois, mas ainda assim eu não conseguia ver nada do chão, isso se realmente ter um chão ali.

Desci mais um..

E por fim, cheguei ao último.. O último degrau..
Eu ainda não via nada, nem ao meu redor, olhei para trás e para direção em que vim e era o único local que havia um pequena luz.

Pensei um pouco e resolvi descer o último degrau, se tivesse algo ali, eu iria descobrir agora.

Areia, era o'que havia ali, uma simples areia macia..

Mas alguns passos para frente e pude pisar em um chão liso, de cerâmica.. Olhei em volta e dei um pulo ao me deparar com um sofá com quatro gatinhos pretos que me olhavam atentamente, os olhos deles brilhavam em minha direção, mas não pareciam olhar diretamente para mim.

Pude sentir uma leve aproximação ao meu lado, mas mesmo assim continuei intacta, os gatos ainda seguiam algo com seus olhos brilhantes.

Uma respiração..

Um suspiro..

Uma risada..

Uma voz..

Uma única frase..


" descer escadas não é uma boa ideia
quando se está no escuro. "

o garoto da casa ao lado | + finn wolfhardOnde histórias criam vida. Descubra agora