Prólogo

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Olá a todos. Finalmente cheguei aqui com a nossa fic amorosa (uhum, sei), chamada "Madre Superiora". É uma história muito louca e interessante, sério. Além do mais, se vocês não gostarem do conteúdo, peço que não continuem a leitura, okay? É de leitura livre, para quem gosta. Não deixem de votar, comentar e compartilhar, sim? Beijinho para vocês e boa leitura!!!

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- Siga-me. - Disse a irmã Tereza quando me apresentei. Ela estava me esperando fazia um tempo, era para eu ter chego antes, mas o cavalo que carregava a charrete do meu pai, resolveu empacar no meio do caminho.

Fomos seguindo pelo corredor, ela disse que me levaria direto a Madre Superiora para me apresentar, e de lá, a Madre me apresentava o resto do convento, que confesso ser meio assustador, ele é antigo demais.

A Madre Superiora é conhecida por ser muito rígida, tanto com as freiras, tanto com as irmãs novatas que chegam aqui para dedicar sua vida a este lugar. Todos consideram ela como um exemplo, e eu também. Dizem que ela é a Madre mais nova até agora nesse convento, todas às anteriores eram de idade. Dizem que ela tem aproximadamente uns quarenta anos. Nunca a vi de perto, só ouvi falar. Ela não é muito sociável, pelo que dizem também.

Enquanto caminhamos por esse corredor que Deus que me perdoe, mas parece que não tem fim, a irmã Tereza vai me contando várias coisas, eu estava mais interessada em observar o local antigo. Eu só balançava a cabeça ou respondia com um "que legal", "interessante", "hum", escutei uma coisa ou outra do tipo "levantamos muito cedo, espero que esteja acostumada acordar antes do galo cantar", "várias moças decidiram dedicar sua vida a Deus, então está cheio", "temos o sótão, mas tenho certeza que a Madre não deixará você ficar lá, ela sempre dá um jeito de arranjar um lugar para as moças ficarem", "lá é muito longe dos quartos em que ficamos, e escuro". Depois disso eu só balançava a cabeça, até que chegamos dentro da igreja particular das freiras, onde uma mulher estava ajoelhada rezando em frente a imagem da mãe de Jesus. Esperamos em silêncio até que a Madre terminou a sua reza.

Quando ela se levantou, eu fiquei surpreendida por ela ser tão alta, nunca havia visto uma mulher tão grande assim. Depois do que parece ela beijar o seu crucifixo, ela se virou. De pele clara e olhos severos, olhou em nossa direção.

A irmã Tereza se apressou para me apresentar, explicando o motivo do meu atraso, enquanto ela simplesmente balançava a cabeça.

- Obrigada por me apresentá-la, irmã. Agora pode voltar a fazer o que estava fazendo. - Balançando a cabeça, a irmã Tereza saiu.

A voz dela é rouca e grave.

- Espero que tenha certeza que essa é sua verdadeira vocação, irmã Andreah. Estou cansada de acolher jovens inocentes igual a você, e no final elas descobrirem que não é realmente o que elas querem. Que Deus as perdoe por isso. - Ela deu um suspiro forte, demonstrando como estava cansada daquilo mesmo. - Você tem certeza disso mesmo, irmã?

Que Deus me perdoe, mas ela é muito linda. Esperava uma mulher bem feia.

- Eu tenho certeza, Madre. Cheguei até aqui e daqui não saio. Nada do mundo lá fora me interessa. - Falei com voz baixa, mas com firmeza.

- Ótimo. Que Deus a abençoe por isso. Agora vamos ao meu escritório. Tenho perguntas a fazer, coisas a explicar e depois quarto a te mostrar. - Ela disse saindo em direção ao corredor e virando a esquerda, logo entrando em uma grande porta negra dupla.

O lugar é grande e espaçoso, antigo também, como todo o resto. Tudo negro. Se não fosse um lugar santo, acharia que era esconderijo de bruxas.

- Sente-se, irmã Andreah. Vamos começar pelas perguntas. - Assenti. - Você já beijou? - Balancei negativamente.

- Só na bochecha.

- Então devo definir que é pura, não é? - Oras. Eu não sabia que era necessário responder a esse tipo de pergunta. Se eu estou aqui querendo ser freira, é por que eu sou pura.

- Sim, Madre. Até onde sei tem que ser para me tornar freira. - Ela me olhou feio. Pensei que não estava sendo grossa. Acabei abaixando a cabeça. - Nem se quer abracei um homem na vida, apenas meu pai.

- Ótimo. Sim, tem que ser pura sim. Mas tem muitas meninas que mentem. Aprendi a descobrir quando elas mentem pelo olhar. Acredito em você. Seu pai me contou outro dia quando veio aqui que você é uma boa mulher, muito educada e temente. Se compadece fácil das pessoas, de um ótimo coração. Nunca fez nada errado. Inocente. Praticamente uma santa. E isso é muito importante para o convento. Você será um exemplo a ser seguido.

Eu não esperava que meu pai tivesse falado tudo isso. Eu com certeza fiquei feliz. Ser vista como um exemplo, é tudo o que eu sempre quis.

- Fico feliz com isso. - Eu não consegui esconder a minha felicidade. Mas ela continuou me olhando com aquele olhar severo, como se estivesse me repreendendo. Mas eu não conseguia parar de sorrir mesmo. Ela apenas balançou a cabeça.

- Bom. Agora vou lhe explicar quais serão suas funções enquanto não se tornar freira.

Depois da Madre ter me explicado tudo, nós seguimos pelo corredor novamente. Ela me mostrou cada canto daquele lugar imenso, meus pés já estavam começando a doer. Ela disse que logo eu iria me acostumar. Depois de me apresentar a cada freira e irmã, seguimos em direção ao lugar que eu vou ficar, entrando em outro corredor e subindo longas escadas.

- Infelizmente, irmã Andreah, não temos quartos e nem espaços disponíveis, nem mesmo nos das irmãs e freiras. As próximas moças que quiserem virar freira, vão ter que ir para outro convento. Você ficará no sótão. Está bem arrumado, não se preocupe. E bem limpo. Lá existe muita paz, acredito que você vai conseguir fazer rezas maravilhosas. - Ela disse seguindo em frente, sem nem olhar para trás. - Suas roupas novas estão guardadas lá no guarda roupa. Espero que fique bem lá.

- Mas a irmã Tereza falou que a senhora sempre arranja um lugar para as novas moças ficarem. Não que eu esteja contrariando a senhora. Só não achei que ficaria sozinha e distante de todas.

Ela parou e me olhou com os olhos mais severos que antes.

- Lá você terá muito mais tempo que elas para rezar, inclusive para essa sua língua grande. A minha palavra é a última, irmã. Até onde eu sei eu sou a Madre Superiora aqui.

Sim. Aí estava a Madre rígida.

- Me perdoe, Madre. Não foi minha intenção contrariá-la.

- Não é a mim que deve pedir perdão, é a Deus por ter enfrentado uma serva dele.

Depois disso ficamos em silêncio até chegarmos ao sótão. Não é ruim. Está bem organizado e limpo, do jeito que a Madre falou. Claro. Ela não mente. Como eu cheguei quando o sol estava se pondo, e demorei conversando com ela, a lua estava alta no céu escuro, decidi apenas tomar um banho na banheira e dormir. Como fui orientada, acordamos antes do galo cantar, não quero levar mais uma advertência da minha superior.

Depois do banho, peguei a minha Bíblia e comecei a ler, logo após um tempo, a fechei e me ajoelhei no chão para rezar, pedindo perdão pelos meus pecados, agradecendo por mais um dia, entre outras coisas. Depois disso, apaguei todas às velas e me deitei olhando para a janela. Uma nova vida está se iniciando para mim, eu estou feliz, mas me sinto nervosa, como se estivesse pressentindo que algo vai acontecer mais a frente.

Em meio a tantos pensamentos, acabei dormindo. Mas logo acordando com a sensação de estar sendo vigiada, e de perto.

Madre Superiora • MirandyOnde histórias criam vida. Descubra agora