Segundo lugar preferido.

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Cheguei, noviças safadas! Hoje vamos conhecer mais um pouquinho sobre Madre Gostosa Meu Tesão Miranda. Capítulo doce e amoroso como as palmadas de Miranda. Boa leitura, não deixem de votar, sim? Amo vocês!

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Enfim sexta-feira. Amanhã a noite iríamos embora desta pequena cidade. 

A semana foi longa, ajudamos muitos necessitados, dentro e ao redor da cidade, era uma pessoa mais carente que a outra, o que me partia o coração e muitas das vezes, acabava tendo que disfarçar e sair por um tempo de perto para não chorar na frente deles. Alguns eram magros demais, resultado de muita fome. Outros com muitas feridas espalhadas pelo corpo, resultado de doenças ou simplesmente por ficarem jogados pelo chão poeirento, onde muitos ratos, baratas e outros bichos andavam espalhando suas infeções e enfermidades. Fizemos o que nos era possível, mesmo que fosse pouco, eles faziam questão de nos agradecer como se tivéssemos devolvido a vida a eles ou os tornado às pessoas mais ricas do mundo. Apesar de todo o sentimento de tristeza que tomava conta, no final era gratificante.

Ao longo desses dias, a Madre Miranda se mostrava a ótima pessoa que ela era, sempre atenta e disposta a se doar para quem precisasse. No nosso quarto da estalagem, ela se tornava outra pessoa, mais selvagem e quente, muito quente. Se antes eu achava sujo e errado o que fazíamos, agora eu estava começando a achar a coisa mais certa a se fazer, assim como o meu arrependimento que antes se fazia presente, agora não sinto nem a sombra dele.

Ela me ensinou e me fez sentir coisas que jamais imaginei serem possíveis, ainda mais para mim. Minha inibição quase não existia mais, ela não permitia. Pra falar a verdade ela não permitia muita coisa. Quando ela quer algo, dos meus lábios tem que sair um "sim", quando alguém da estalagem vem falar comigo, ela arruma um jeito para me mandar para o quarto novamente e mesmo sem concordar com a sua atitude, vou. Logo após ela vai também e me "pune" com o sexo agressivo dela. Aconteceu isso três vezes apenas nessa semana, resultando com partes específicas do meu corpo bem doloridas.

Mas tirando essa parte, quando estamos deitadas, completamente suadas e nuas, ela é carinhosa e gentil, fazendo-me sentir vontade de me fundir a ela, se antes eu queria fugir da sua presença, agora apenas de pensar nisso, meu coração se aperta causando-me preocupação. 

Acho que estou criando sentimentos por ela e isso me assusta, muito. Me assusta porque sei que ela jamais sentirá o mesmo que eu, o seu negócio é apenas atração física, sem poder esquecer que jamais poderemos viver como um casal. Sou tirada de meus pensamentos quando escuto passos. Olho para trás e lá está ela me observando encostada em uma árvore. Hoje tiramos o dia para conhecer uma cachoeira mais afastada, já que nosso trabalho aqui já se findou. 

- No que está pensando, minha linda noviça? - Ela sai do lado da árvore e se aproxima de mim, ficando em pé do meu lado. 

Obviamente que eu não podia falar dos meus sentimentos, odiava mentir também, mas dessa vez era necessário. 

- Apenas observando este lugar. Ele é muito belo. Como o encontrou? Ele me traz muita paz. 

O lugar era lindo. Árvores verdes e grandes espalhadas por todos os lugares, a cachoeira era dona de uma água cristalina e muito gelada, tirei prova quando coloquei meus pés ao me sentar na beirada da pedra gigante da qual estava sentada. Havia grama também verde por todo o lugar, subindo seu espaço com alguns ramos de flores coloridas e rosas vermelhas. Era um verdadeiro paraíso, um paraíso escondido de pessoas que poderiam facilmente acabar com ele. 

Ela se sentou ao meu lado observando o lugar também, com as pernas cruzadas e mãos no joelho, como se fosse meditar. 

- Descobri quando ainda estava no orfanato. Eu e meus amigos vínhamos para cá escondido brincar, continua do mesmo jeito de quando eu era uma adolescente. Esse é o meu lugar preferido. - Depois de um momento em silêncio ela me olhou e sorriu travesso. -  Segundo lugar preferido. O primeiro é quando eu tenho os dedos ou a língua dentro de você. 

Apenas dei uma risada. Já estava me acostumando com a sua boca suja. 

- Você vinha sempre aqui? - Ela olhou para frente novamente respirando fundo. 

- Não mesmo. - Deu uma risadinha gostosa de ouvir. - Vinha quando os supervisores do orfanato não estavam em cima. Quando eles finalmente paravam de vigiar, eu simplesmente pulava o muro de trás e saía correndo pra cá. Quando eu voltava eles estavam uma fera, mas eu nem ligava, como eu te disse, é o meu segundo lugar preferido. Não deixaria de vir aqui por nada. 

- Bom. Eu também não. Se eu soubesse que existia esse lugar antes, com toda certeza teria vindo mais vezes. Ele é perfeito! - Eu ainda estava hipnotizada com a beleza do lugar. 

- Vamos vir aqui mais vezes, Andreah. Você sempre virá comigo pra cá. 

- Fico feliz em saber disso, Madre. 

Houve um silêncio agradável. Aquele lugar era pra ser sentido, não falado. Ficamos observando a água correr e as folhas das árvores se moverem calmamente em sintonia com o vento leve daquela hora. 

- Andreah, sabe o que eu percebi? - Falou e se virou de frente para mim. 

Franzi o cenho. Como eu poderia saber? 

- Não sei... O que? 

- Que você não me deu um beijo desde hoje de manhã. Deixe-me lembrar como é o sabor dos seus lábios. - Ela levou sua mão ao meu rosto e acariciou, fazendo-me fechar os olhos. 

Apenas balancei a cabeça. Também precisava lembrar o sabor dos dela. 

Ela se aproximou, roçando seus lábios aos meus, depois dando um selinho e depois invadindo-me com a sua língua. Sua boca encaixava na minha perfeitamente, e seu sabor fazia-me delirar, levando-me às nuvens. 

Nosso beijo dessa vez era lento, diferente dos outros que já demos. Era um beijo para matar a saudade mesmo que tivéssemos dado um de manhã, e não tinha nada sexual nele. Estávamos perdidas nos lábios uma da outra quando escutamos um barulho de passos em nossa direção. Imediatamente nos separamos com o coração acelerado. Tomando coragem olhamos em direção dos passos, nos deparando com um cavalo que nos encarava. 

De imediato meu coração aliviou, mas logo acelerou novamente. 

Se tinha cavalo, tinha gente por perto. E se tinha gente, poderíamos ter sido vistas. 

E se tivéssemos sido vistas, poderíamos acabar sofrendo muito dependendo da ignorância da pessoa. 

- Não podemos mais nos beijar assim, onde qualquer pessoa pode ver. Sabe o risco que acabamos de correr, madre? 

Ela parecia que estava se ligando no que eu falei, pois se fosse em outra situação, ela certamente chamaria minha atenção. Mas agora não, ela simplesmente balançou a cabeça e levantou me estendendo a mão para eu levantar também. 

- Eu entendo, Andreah. Nos arriscamos demais, eu devo cuidar de você. Me perdoe. 

- Tu-tudo bem, eu também quis, só não vamos nos arriscar mais. 

Ela balançou a cabeça e fomos em direção a trilha que levava a saída do meu mais novo paraíso.

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Irei soltar mais um depois de Skye!

Madre Superiora • MirandyOnde histórias criam vida. Descubra agora